“Patrício”
Eu respirei fundo e me sentei de frente para o meu amigo. Eu sabia que seria complicado para ele entender, mas eu não contava ser pego tão desprevenido.
- Em primeiro lugar, me desculpe pela forma como você descobriu. Eu queria te contar pessoalmente e antes que qualquer pessoa pudesse te falar qualquer coisa... – Comecei tentando parecer minimante constrangido, mas a situação era tragicômica na verdade.
- Ah, claro! Eu aposto que o Ricardo está acobertando isso. – O Flávio reclamou.
- Na verdade, eu não diria acobertando... – E aí eu estava me preparando para ele ficar puto comigo de novo. Ele apenas me olhou. – Flávio, as coisas aconteceram, não foi nada de caso pensado e quando eu me dei conta não dava pra evitar mais.
- O que você quer dizer com isso?
- Eu tentei ficar longe dela, tentei muito. Mas você nos impôs aquela trégua... – Ele me interrompeu.
- Ah, agora a culpa é minha? – Ele estava irritado, mas já não era tanto mais, eu sabia reconhecer quando a raiva dele começava a esmaecer.
- De certa forma! Olha, eu me mantive longe dela e a mantinha longe justamente por saber que você não ia gostar disso... entre outras coisas.
- E não gosto mesmo, Patrício! – O Flávio rosnava como um cão raivoso.
- Mas você nos obrigou àquela trégua no casamento e, cara, sua irmã é linda, divertida, inteligente, irresistível!
- Cuidado com o que você vai dizer. – Ele me alertou.
- Flávio, quando a Manu jogou o buquê, ela o pegou e saiu chorando para dentro da casa. Eu fiquei preocupado e fui ver como ela estava. Eu a encontrei com uma bandeja de empanados de camarão.
- Porra, Patrício, você a deixou tentar se matar? Eu pedi pra você ficar de olho! – O foco do Flávio mudou totalmente para a alergia da irmã.
- E justamente porque eu estava de olho é que ela está bem. – Isso tinha que contar a meu favor, eu esperava que contasse.
- Ela é alérgica e comeu um empanado de camarão. Isso não é estar de olho.
- Ela comeu três na verdade. – Eu não sei pra quê eu falei isso, ele me olhou parecendo furioso outra vez.
- Eu deveria te bater. – Ele ameaçou, mas eu não levei à sério.
- Mas não vai, sua esposa não deixou! – Eu ri e ele me olhou atravessado. – Olha, ela comeu e teve uma crise alérgica, eu apliquei a injeção e cuidei dela. Mas aí, Flávio, eu não resisti, eu não consegui mais ficar longe e eu a beijei e, eu não vou negar, eu gostei, gostei muito, gostei tanto que eu quis mais.
- Vai querer me enrolar e dizer que só beijou a minha irmã e nada mais?
- Não, porque somos todos adultos e pelo que você viu, dispensa que eu explique até onde nós fomos.
- Ah, pelo amor de deus! Eu nunca vou esquecer o que eu vi! – Ele esfregou as mãos no rosto. Era tão dramático que eu estava quase rindo.
- Então não precisa ouvir também! – Eu respirei fundo antes de continuar. – Flávio, você me conhece, sabe que eu não sou irresponsável e sabe que eu não seria logo com a sua irmã. Eu fui totalmente sincero com ela.
- Aquele idiota não quebrou a sua cara?
- Não, ele deixou pra você fazer isso. – Eu ri.
- É um engomadinho mesmo! Sempre deixa o serviço sujo pra mim, desde criança! – O Flávio agora estava bravo com o irmão.
- Flávio, eu gosto dela! Não estou usando a sua irmã como pretexto pra nada e muito menos para tentar esquecer ninguém. Eu não consigo explicar, não sei o que é, mas eu quero estar com ela. Ela me encanta, me deixa louco por ela, me faz querê-la mais e mais.
- Cara, isso eu até entendo, eu já me senti assim, me senti assim pela minha baixinha no início. E a Lisa é linda e ela tem um efeito muito positivo sobre as pessoas. Mas você precisava ter levado a minha irmãzinha pra cama? – Talvez o Flávio me entendesse, mas ele precisava entender também que a irmã dele era uma mulher crescida e que eu não brincaria com os sentimentos dela.
- Olha, pra você ficar tranquilo, a Virgínia ficou pra trás, é passado. Ela foi embora, eu sofri, mas já foi. E desde que eu voltei a Lisandra ocupa cada pensamento meu fora do trabalho.
- Patrício, falando assim até parece... – O Flávio se interrompeu e me encarou. – Ai, meu deus, eu posso me arrepender disso, mas eu não vou quebrar a sua cara.
- E vai continuar sendo meu amigo? – Olhei para ele esperançoso.
- Você é muito cara de pau! – Ele deu um pequeno sorriso. – Patrício, você é um grande sujeito, eu sei disso muito bem. Mas eu vou te dizer só uma coisa, não a magoe! Porque se isso acontecer e eu tiver que tomar partido, você sabe bem do lado de quem eu vou ficar. E se você fizer a minha irmã sofrer, aí eu vou quebrar a sua cara.
- E você estará coberto de razão, cunhado! – Frisei bem a palavra cunhado e ele balançou a cabeça tentando conter o riso. – Não ganho um abraço? – Fiquei de pé e abri os braços, ele se levantou e já estava rindo quando me abraçou.
- Quero ver quando você for falar com o meu pai! – O Flávio riu e eu cocei a cabeça, mas nem tive tempo de responder, pois a campainha tocou.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......