“Patrício”
Depois que a Lisandra chegou, foi como se as coisas se acomodassem. Eu percebi que ela estava entrando numa espiral de ansiedade e eu precisava acalmá-la e foi o que fiz. Fui até ela e a deixei saber que estava tudo bem. Ela não fez nenhuma reclamação, nenhuma exigência, não pediu nenhuma explicação para o meu comportamento deplorável dessa manhã. Apenas me fez uma única pergunta e foi como se ela soubesse de tudo, de todos os meus medos, todos os meus anseios. Deus, não era possível uma mulher ser mais perfeita!
Sim, o que eu procurava estava bem na minha frente. Foi por ela que eu procurei a vida inteira, era ela o que eu queria da vida, era ela a mulher com quem eu queria dividir a vida.
Eu a mantive dentro do meu abraço e senti que aos poucos ela foi relaxando. Todos nos observavam, embora as conversas continuassem na sala, enquanto estávamos ali de pé apenas nos reconectando. E eu fiquei abraçado a ela e ela a mim até que o Romano avisou que o jantar estava servido.
O jantar correu num clima agradável e com muitos risos em volta da mesa. Eu segurava a mão da Lisandra em seu colo, não queria quebrar o contato com ela, eu já havia passado o dia todo longe. De vez em quando eu a pegava me observando e eu sorria e dava uma piscadinha pra ela, que me olhava com aqueles olhos cheios de amor.
Eu estava ansioso pelo fim do jantar, pois aí as nossas famílias iriam para a casa do Flávio e Lisandra e eu teríamos a casa só para nós dois e aí sim, eu faria a minha surpresa pra ela.
Nós já estávamos quase terminando a sobremesa, quando o Romano apareceu ao meu lado e falou no meu ouvido que precisava da minha atenção na sala. Achei tão estranho, geralmente o Romano não interrompia as refeições, fosse o que fosse, ele esperava que eu terminasse a refeição para solicitar a minha atenção. Mas a sua voz parecia tensa e preocupada, então eu achei melhor ver logo o que era.
- Eu já volto, meu doce! – Dei um beijo na mão da Lisandra e me levantei. – Com licença!
Caminhei ao lado do Romano em direção à sala e assim que saímos da vista das pessoas na sala de jantar o Romano se virou para mim.
- Patrício, ela está aí! – Ele falou em tom grave.
- Ela? Ela quem, Romano? – Perguntei sem entender.
- O que está acontecendo, Romano? – Minha mãe parou ao meu lado. – Deve ser algo muito grave para você chamar o Patrício antes do fim do jantar.
- Sim, dona Lucinda. Me desculpe, mas é melhor que o Patrício resolva isso logo. – O Romano voltou a me olhar. – Ela voltou, Patrício! – Mas eu ainda não havia entendido.
- Quem, Romano? Não estou te entendendo. – Eu olhava para ele meio confuso.
- Aquela moça! – A voz fria da minha mãe soou atrás de mim.
- Sim, senhora. – O Romano confirmou e só então eu me dei conta do que estava acontecendo e parecia que o mundo ia desabar ao meu redor.
- Deixa que eu resolvo isso, Patrício. – Minha mãe estava pronta para resolver tudo, mas não era assunto dela.
- Não, mãe! Isso é assunto meu. – Falei firme e a olhei por cima do ombro. – Onde ela está, Romano?
- Não fala assim, Patrício, você me ama, eu sei que você me ama! Eu errei, bombom, mas eu voltei e estou arrependida. Nós podemos consertar isso, eu sei que podemos. – Virgínia parecia achar que eu era um idiota.
- Não há nada para consertar aqui, Virgínia! Você foi embora, seguiu sua vida. E eu, eu segui em frente! – Eu realmente havia seguido em frente, embora, confesso, vê-la ali era confuso, pois eu nunca imaginei que tornaria a vê-la.
- Eu não acredito nisso! Sabe por que? Porque você me ama e você não ia me esquecer assim. – Ela deu um grande sorriso. – Não seja orgulhoso, bombom, me perdoa e vamos retomar de onde paramos.
- Minha nossa, mas você é muito cara de pau, hein?! – Eu senti um gosto amargo na boca, eu estava com raiva! – Você foi embora sem me dar nenhuma explicação, e ia embora sem se despedir, se eu não tivesse chegado aqui porque o Romano me avisou...
- Eu achei que fosse melhor assim, bombom! – Ela falou como se não fosse nada demais.
- NÃO ME CHAMA DE BOMBOM! – Eu perdi o controle e gritei.
- Está vendo? – Ela sorriu. – Você me ama! Se não amasse não estaria com raiva! Mas, olha, eu estou aqui e nós podemos continuar como se nada tivesse acontecido.
Foi nesse momento que pelo canto do olho eu vi a Lisandra entrar na sala, tudo o que eu não queria. Não queria que ela presenciasse isso, que ela me olhasse com aquela carinha de dor, como se eu tivesse cravado uma faca no seu peito.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......