“Taís”
O Guilherme precisou sair para correr atrás da tal noiva que os pais dele faziam questão e a Sabrina e eu decidimos almoçar juntas e depois sair um pouco, eu realmente estava gostando da companhia dela. Quando voltamos para o hotel no fim da tarde, eu fui para o meu quarto, com certeza a Virgínia já teria pensado em tudo e estava pronta para ficar comigo e nós teríamos uma noite muito divertida com o Guilherme e a Sabrina. Mas quando abri a porta ela não estava no quarto, a porta da sacada estava aberta, mas ela também não estava lá, assim como não estava no banheiro.
Eu fui tomada de um pânico crescente. Corri até o armário e não tinha nada dela ali, nenhuma das duas malas, nem um fio de cabelo. A única coisa dela que havia restado naquele quarto era o celular que estava comigo e o cheiro do seu perfume no travesseiro.
Mas onde ela havia ido? Como ela conseguiu sair? Só pode ter sido a arrumadeira, mas eu deixei o cartão de “não perturbe” na porta. O que estava acontecendo? Eu senti o pânico me tomar, a garganta apertar como se eu estivesse sufocando e uma dor no estômago como se eu tivesse sido fortemente golpeada ali.
Eu precisava me acalmar, fosse o que fosse, eu tinha certeza que ela não demoraria a voltar, ela cairia na real, se daria conta de que sem mim ela está perdida, porque ela não tem ninguém que a acolha e não tem um centavo. Ela só tem a mim.
Ainda bem que quando ela foi morar comigo eu tive a idéia de abrirmos a conta conjunta e quando eu percebi que ela colocaria tudo a perder eu transferi todo o dinheiro para a minha conta, assim ela estava sem dinheiro e totalmente dependente de mim. Principalmente depois que a família deu as costas pra ela. E eu havia conseguido afastá-la de todos os amigos, inclusive aquele pegajoso do Luciano, que eu sabia muito bem que gostava dela. Mas ela era minha, só minha!
Eu respirei fundo, coloquei o telefone do quarto no lugar e liguei para a recepção. Perguntei por ela, mas o rapaz que me atendeu disse que não a viu sair do hotel e que ela também não havia feito nenhuma solicitação de quarto novo. Mas então, onde ela estaria?
Eu me sentei ali e esperei, esperei, esperei. O tempo ia passando e eu não sabia por onde começar a procurá-la. Eu nem sequer poderia sair dali, pois se ela voltasse e não me encontrasse ela sairia novamente. Eu precisava pensar. E me acalmar. Claro, ela devia estar atrás de uma daquelas quatro, Catarina, Samantha, Melissa ou Manuela. Era isso!
Eu ia me acalmar, sentar e esperar. Ela foi atrás daquele bando de chatos. Mas eles dariam as costas pra ela, eu tinha certeza, principalmente a Melissa, aquela ali se achava a rainha da cocada preta! Sempre a dona da razão, sempre disposta a apontar o dedo e castigar quem ela achava que estivesse errado. Ah, eu tinha certeza de que a Melissa iria humilhá-la, isso se não resolvesse esfregar a cara dela no asfalto, o que era bom pra mim, ela perceberia que só tem a mim. É, eu iria me acalmar, porque ela iria voltar!
Eu estava sentada ali naquele quarto há muito tempo, tanto que já havia escurecido e eu estava ali, chorando no escuro, esperando por ela, quando a campainha tocou.
- É ela! Ela voltou! – Enxuguei as lágrimas com as costas das mãos e corri até a porta, enquanto a abria tateei o interruptor e acendi as luzes ao mesmo tempo em que falava: – Finalmente se deu conta de que só tem a mim?
Olhei para frente, mas não foi a Virgínia que eu vi ali. Parado diante de mim estava o Ricardo, meu quase ex, mas ainda marido. Ele deu um sorriso frio e sem que eu convidasse, ele entrou no quarto e fechou a porta. De repente aquele quarto ficou pequeno demais.
- Como você está enganada, Taís! Mais uma vez você se enganou. – O Ricardo falou e sorriu, mas não era um sorriso doce como ele costumava me dar, não, era um sorriso de desdém.
- O que você quer? – Perguntei beligerante, eu não estava com humor para as cobranças dele.
- Se está esperando que eu negue, não perca o seu tempo. – Cruzei os braços à frente do corpo.
- Ah, não, eu não espero que você negue. Aliás, eu não espero nada de você, então pode ficar tranquila que eu não vou te perguntar porque ou te perguntar se você algum dia me amou. Não, eu não vou perguntar nada, porque eu não quero de você nem as explicações mais. Eu só queria olhar na sua cara, olhar bem pra você nesse momento, nesse momento em que você percebe que ela foi embora e que não vai mais voltar.
Ele olhou para mim, sorrindo mais uma vez. Era um sorriso triunfante, o sorriso de quem tinha conseguido o que queria. E como se estivesse muito satisfeito ele passou por mim e caminhou em direção à porta. A abriu, mas antes de sair se virou para mim mais uma vez e o que ele disse foi como um punhal cravado no meu peito.
- Agora você sabe como dói ser abandonado sem um adeus! – Ele sabia o que dizia, pois foi exatamente isso que eu fiz a ele e, se não fôssemos casados, ele nunca mais teria ouvido sequer falar de mim.
As palavras dele cortaram o meu coração. Ele veio me devolver o que eu fiz a ele, veio me dar a certeza de que ela me abandonou e não voltaria. Afinal, ela ainda tinha com quem contar.
Ele se virou e enquanto atravessava a porta, sem olhar para trás, ele ainda me avisou:
- Meu advogado vai agilizar o divórcio, mas eu vou te deixar sem nada! Mas não é nada seu mesmo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......