“Patrício”
Eu estava ansioso para tirar o vestido da Lisandra, então, assim que o avião decolou eu a levei para o quarto que tinha na parte de trás do avião. Eu não poderia esperar mais para começar a nossa lua de mel. Felizmente o vestido dela tinha um zíper, ao invés de uma fileira interminável de botões e quando eu o abri e o vestido caiu ao chão eu quase tive uma síncope. Ela usava um corpete de renda lilás, que mal cobria os seus seios e uma calcinha minúscula branca, com ligas lilases. Era sexy e atrevido, tão pequeno e tão bem ajustado que parecia apenas um desenho de renda em seu corpo perfeito. Eu era um homem de sorte. Eu fui ganancioso com o corpo dela durante aquela viagem e não houve um só centímetro dele que eu tenha negligenciado. Nossa lua de mel foi ainda melhor do que eu imaginei, dez dias na Espanha a mostrando todos os meus lugares favoritos naquele país.
Mas nada, nem a lua de mel, nem a festa de casamento, absolutamente nada tinha sido melhor do que entrar em casa com a minha esposa, dividir a cama e os dias com ela, acordar ao seu lado, a encontrar me esperando quando por algum motivo eu chegava mais tarde. A Lisandra e eu já estávamos casados há sete meses e foram os melhores meses da minha vida!
E durante esses sete meses eu via a minha filha crescendo em sua barriga todos os dias. Sim, uma menina! Meu peito se encheu de alegria quando descobrimos que seria uma menina. Eu acompanhava a Lisandra em cada consulta, que ela fazia questão de marcar junto com a Manu e a Olívia. A sala de espera do Molina parecia um encontro de família, as três estavam com mais ou menos o mesmo tempo de gestação e disputavam quem daria a luz primeiro. Mas enquanto a Manu e a Lisandra esperavam meninas, a Olívia esperava um menino e eu já podia ver que as garotas deixariam o pobrezinho louco.
Eu também me lembrava com exatidão o dia em que eu senti o meu bebê se mexer pela primeira vez. A Lisandra e eu estávamos em casa, era uma tarde de sábado, estávamos falando sobre o apego que o nosso afilhado Augusto estava com a Lisandra, sempre tocando sua barriga e querendo saber do bebê, e eu passava a mão pela barriga da minha esposa quando senti um chute forte.
Para mim era como um milagre. Eu fiquei em êxtase e comemorei como um grande acontecimento, mas uma vida sendo gerada é mesmo um grande acontecimento. E daí por diante aquela garotinha não parou mais, estava sempre chutando e se mexendo e eu ficava como um bobo sempre que a sentia se revirando na barriga da mãe.
- Olha só Rick, agora esse palerma vive com esse sorrisinho bobo no rosto. – O Alessandro falou ao entrar em minha sala acompanhado pelo Rick.
- Você não deveria rir dele, é a mesma cara que você faz quando pensa na Catarina e nas crianças. – O Rick o repreendeu e eu ri.
- Eu não me importo de ficar com cara de bobo, eu sou o homem mais feliz do mundo agora. – Eu respondi à provocação deles.
- Não, não, você é um dos homens mais felizes do mundo. Não esqueça que você divide o posto comigo, o Heitor e o Flávio, que também já encontramos o nosso caminho. – O Alessandro me corrigiu.
- Eu só não estou muito feliz por essa mulher continuar trabalhando com aquela barriga imensa. Até a Manu já está de licença maternidade. – Eu reclamei. Por mim a Lisandra já estaria de licença há muito tempo, mas ela não me deixou nem opinar sobre isso, apenas disse que trabalharia até o bebê nascer.
- Isso é porque vai tudo muito bem com a gravidez da Lisa, Patrício, você deveria ficar feliz. A Manu está de licença só por recomendação médica. – O Rick saiu em defesa da amiga.
- Patrício, você já assinou o contrato que eu deixei sobre a sua mesa? – A Lisandra entrou na sala empurrando aquela barriga gigante. Sinceramente eu não tinha idéia de como ela conseguia. – Ah! Oi, rapazes.
- É, você deveria mesmo estar em casa. Sua barriga está enorme. – O Alessandro concordou comigo e a Lisandra riu.
- Não se preocupem, eu estou grávida, não estou doente. – A Lisandra respondeu em tom de brincadeira.
Foi uma emoção indescritível receber a minha filhinha no mundo. Quando o médico a colocou sobre o peito da Lisandra eu não contive a emoção, vendo a Lisandra chorar e beijar aquela criaturinha tão pequena.
É claro que toda a família e amigos ficaram no hospital até o bebê nascer. E a Olívia e a Manu começaram a disputar quem seria a próxima a dar a luz. E assim que as visitas foram liberadas, depois que a fome da minha filhinha foi devidamente saciada pela mãe dela, o quarto da Lisandra ficou repleto de flores, balões, bichinhos de pelúcia, amigos e família.
Aquela era a hora certa de fazer um comunicado importante. Eu peguei minha filha nos braços e a segurei de modo que todos pudessem ver o seu rostinho lindo.
- Pessoal, dêem as boas vindas a Marisol Moreno Guzman! – Como se entendesse aqueles “ohs” e “ahs” e “owns” de admiração, a pequena Marisol esboçou um cativante sorrisinho ainda de olhinhos fechados. – Agora, Marisol, diga oi ao seu dindo e a sua dinda. – Levei a minha filha e a entreguei no colo do meu irmão, meu melhor amigo, aquele que a vida colocou do meu lado firme como uma rocha. – Ninguém melhor do que você, Alê, para proteger a minha menina e cuidar dela se eu não puder. E você e a Cat já tem uma creche, sabem lidar com fraldas e mamadeiras. Nós ficaríamos felizes se vocês aceitassem ser os padrinhos da nossa filha.
O Alessandro e a Catarina estavam emocionados, eu sabia que eles não esperavam por isso, pois a Lisandra tinha dois irmãos, mas quando eu conversei com a minha esposa ela estava tão certa quanto eu de que os padrinhos adequados para a nossa menina seriam o Alessandro e a Catarina.
E tudo correu bem, dois dias depois nós estávamos em casa e eu estava ansioso para aprender tudo o que podia sobre como cuidar da minha filha. Eu dei o primeiro banho nela em casa e foi uma experiência surreal. Segurar um bebezinho que depende de você para tudo e cuidar dele é algo que desperta nossos instintos mais primitivos. Instintivamente até você começa a fazer o que precisa ser feito, e uma semana depois as garotas já diziam que eu era um pai exemplar, que eu tinha pegado o jeito.
E eu tinha pegado o jeito mesmo. Eu trocava fraldas como um profissional que fazia aquilo há anos. Tinha um truque infalível para fazer a minha filhinha dormir. Pegava a minha filha de madrugada e a levava para a cama para que a Lisandra a amamentasse, uma das coisas mais lindas que eu já vi, minha esposa alimentando nossa filha, dando vida a ela através da vida. Um ato supremo de afeto, dar de si mesmo para o outro. Mas eu aprendi tudo e eu cuidava da minha garotinha tanto quando a mãe leoa que ela tinha. A vida não poderia ser melhor, eu não poderia querer mais. Amor, família, amigos, como a Melissa dizia, eu havia mesmo encontrado o meu felizes para sempre.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Que lindo esse livro. Estou aqui chorando novamente. Muito emocionante...
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......