Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 838

“Donaldo”

Eu me sentia culpado por tudo o que a minha irmã tinha que suportar. No início eu me calei e deixei que o meu pai fizesse o que queria, eu pensava que ele estava sendo pai apenas e tentando mantê-la na linha. Mas a medida que ele ficou mais agressivo eu percebi que ele não agia como pai, ele era um déspota cruel!

Quando a nossa mãe se matou foi um choque, ela era uma mulher dominada pela amargura, o casamento deles sempre foi um completo desastre, ele sempre teve muitas amantes e minha mãe suportava tudo aquilo. Mas ela foi se entregando e a depressão em que caiu foi terrível. Eu estava fora na época, na faculdade e não soube muito bem o que havia acontecido, meu pai apenas disse que ela era uma mulher fraca e covarde e se matou porque queria chamar a atenção. Eu me perguntava que tipo de atenção ela chamaria estando morta.

Quando eu voltei da faculdade a Anabel estava fora de controle. Completamente revoltada, isso fez com que eu acreditasse no que o meu pai dizia, que ela precisava de limites. Como ela era menor de idade quando a nossa mãe morreu, o nosso pai se tornou o seu responsável legal e assumiu o controle do seu patrimônio. Ele até tentou, mas não pôde controlar a minha parte, eu já era maior e poderia cuidar dos meus próprios interesses. E ele se recusou a entregar o que era da Anabel quando ela completou a maioridade.

E ele manteve a Anabel em rédea curta, controlando muito o dinheiro e dando a ela o mínimo necessário, apenas uma boa escola, um material escolar decente e algumas poucas roupas sem nenhum luxo. O motorista a levava e buscava e ela não tinha autorização para ir a lugar nenhum. Não ajudou muito o meu pai ter se casado com a amante dois meses depois que a minha mãe morreu. Então ela começou a fugir e se enturmou com um pessoal bastante arruaceiro. A única amiga confiável que ela tinha era a Joyce e deu no que deu. A Anabel transou com o pai dela. Pra mim, isso foi mais um ato de rebeldia da minha irmã.

E agora, aquele maldito vídeo assombraria a minha irmã para sempre. A sociedade é muito engraçada, a Anabel era uma garota de dezoito anos quando tudo aconteceu e o pai da amiga tinha cinquenta e três, mas a errada era a Anabel. O sujeito saiu de tudo isso numa boa, sem nenhuma mancha, a esposa o perdoou, a filha o perdoou, a sociedade esqueceu, mas essa benevolência não se estendeu à minha irmã. Minha irmã era uma pária da sociedade, a culpada por corromper um homem casado e levá-lo a cometer adultério. Era muita hipocrisia!

E agora, aquele vídeo estava de novo na internet, juntamente com o escândalo da esposa ofendida. E a minha irmã estava outra vez tendo que aguentar tudo isso. Por minha culpa. Eu não devia ter insistido para ir ao Clube Social.

Da última vez que esse vídeo se tornou assunto, o meu pai a trancou. Isso foi dois anos atrás. E a manteve trancada por um mês. Me disse que ela havia viajado e eu acreditei. Mas quando ela apareceu ela me contou o que havia acontecido. Isso me revoltou. Eu jurei não permitir que ele a maltratasse de novo. E eu não permitiria.

- Ah, você chegou! – Ele estava de pé em frente a mesa da secretária quando eu cheguei à empresa.

- O que você quer? – Eu sabia o que viria e não estava com humor para aceitar as suas acusações.

- Quero saber onde você escondeu aquela irresponsável, porque no apartamento ela não está! – Meu pai estava irado e se ele colocasse as mãos na Anabel ele não teria bom senso.

- Você não vai colocar as mãos nela, não vai castigá-la. Ela não é mais uma menina e ainda que fosse, você não vai mais torturá-la. – Era a primeira vez que eu o enfrentava e diretamente, com a mesma raiva que emanava dele.

- Perdeu o juízo, Donaldo? EU SOU O SEU PAI! – Ele gritou, mas não me intimidou. Há muito tempo ele não me intimidava.

- Não, você não é. Você apenas nos colocou no mundo. Nunca agiu como pai, esteve sempre muito ocupado com suas amantes para ter tempo de fazer parte dessa família. – Eu retruquei sem elevar a minha voz.

- Seu moleque! Resolveu seguir o exemplo da sua irmã e se tornar um rebelde a essa altura da vida? – Suas ofensas não me atingiam como atingiam a minha irmã.