“Ricardo”
Já estava na hora do almoço e a Anabel ainda não tinha me ligado para dizer que estava segura em casa e isso estava começando a me preocupar. Mas eu estava tentando me manter focado no trabalho, haviam várias pessoas cuidando dela, o que poderia dar errado?
- Eu posso entrar na sala do diretor de auditoria? – A Lisandra apareceu na porta fazendo graça.
- Oi, gata! Desceu lá de cima para visitar um pobre mortal? – Eu me levantei para abraçá-la.
- Estou com saudade do meu amigo! – Ela fez um biquinho e eu ri.
- Foi você quem arrumou um marido que não sai do seu pé. – Eu brinquei e ela riu.
- Mas o meu marido hoje tem um almoço com clientes e eu resolvi almoçar com o meu amigo. O que você acha?
- Como nos velhos tempos? – Ela fez que sim. – Adorei! Vamos, eu estou mesmo com fome.
Nós saímos do prédio juntos, caminhando até o restaurante que ficava há uns três quarteirões do escritório. A Lisa me contava sobre como ela estava adorando ser mãe e como o Patrício era um pai dedicado. Eu gostava de ouvi-la falar sobre isso, sobre como a Marisol era esperta e como ela e o Patrício estavam felizes. Eles mereciam muito.
- Sabe, Rick, eu andei conversando com a sua mãe. – Ela olhava para baixo, como se pensasse no que estava para dizer.
- Ah, é? E o que a D. Elvira andou te falando? – Minha mãe era uma boa companheira de conversa, falava sobre tudo e tinha um certo dom para colocar idéias nas cabeças dos outros.
- Ela me contou sobre como foi lidar com seis filhos crescendo, com um intervalo curto de um para o outro e como foi maravilhosa a experiência de ter uma família grande. – Eu já imaginava onde isso ia dar.
- E você está pensando em ter mais filhos? – Eu perguntei. – Mas você havia dito que não queria mais.
- No princípio eu não queria, mas agora, eu acho que eu quero. A Catarina também me falou sobre como foi difícil para o Alessandro ser filho único e ficar sozinho depois que os pais morreram. – Ela me lembrou de tempos difíceis para um outro amigo.
- Isso foi mesmo muito difícil pra ele, gata! – O Alessandro só não ficou sozinho porque tinha alguns poucos amigos sinceros e tinha o Patrício, que era mesmo o mais próximo, ambos filhos únicos e acabaram se tornando irmãos pela vida, como diziam.
- E eu tenho dois irmãos maravilhosos. Então eu quero que a minha filha tenha irmãos. – Ela ergueu a cabeça e sorriu.
- Opa! Irmãos no plural? – Eu brinquei.
- Talvez eu esteja pensando em três ou quatro. – Eu tinha certeza que o Patrício faria esse número crescer mais.
- Vai disputar com a Cat! – Eu não pude evitar rir. – Sabe, eu senti até uma pontinha de inveja do Patrício agora.
- Não seja bobo! Tenho certeza que você e a Ana vão chegar nesse ponto. – A Lisa me deu um lindo sorriso.
E foi nesse momento que alguém tropeçou em mim e algo caiu no chão. Então eu me abaixei para ajudar a pessoa a recolher suas sacolas do chão e quando eu me levantei eu dei de cara com ela, Irina!
- Ai, querido, muito obrigada! Puxa, como eu sou desastrada. Eu tropecei e quase te levei para o chão comigo. Me perdoe! – Ela sorriu, tinha a voz carregada de gentileza falsa e obviamente ela não havia tropeçado.
Mas ela ergueu bem a cabeça e me encarou de frente, como se estivesse me desafiando a reconhecê-la, só que eu jogaria o jogo dela.
- Imagina, senhora, não há do que perdoá-la, acidentes acontecem! – Eu a olhei e ofereci o meu melhor sorriso. Ela estreitou os olhos e puxou a corda mais um pouco.
- Você me parece tão familiar... será que nos conhecemos? – Ela comentou e eu ampliei mais o meu sorriso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......