“Anabel”
Os dias estavam se arrastando. Eu estava ansiosa pela decisão sobre a coisa da paternidade, mas o juiz parecia não ter pressa. Já havia se passado mais de uma semana e nada. O Leonel também não havia me procurado, estava totalmente silencioso, nem o Don sabia dele, e eu não sabia se isso era bom ou ruim.
- Você não deveria estar tão ansiosa assim, isso não faz bem pra ninguém. – O Rick se aproximou de mim no jardim.
- As coisas não parecem estar se resolvendo. – Eu respondi.
- Não é bem assim. A Ilana está presa aguardando julgamento, provavelmente não vai sair da cadeia tão cedo. Já foi provado que não era você naqueles vídeos horríveis. O negócio do sobrenome já foi decidido. As coisas estão se resolvendo ou sendo resolvidas. – O Rick tinha razão, mas eu andava muito estressada.
- Mas sobre a paternidade ainda nada. – Eu respondi.
- Tenha calma, tudo tem seu tempo. – Ele segurou a minha mão. – O Flávio ligou, quer conversar com a gente, mas sugeriu de nos encontrarmos no Clube Social.
Eu o encarei. Desde o dia dos vídeos nós não havíamos voltado ao clube social e eu não sabia se queria voltar lá.
- Ana, você precisa sair um pouco. Vai ser bom. Vamos! – Ele sorriu pra mim com aquele sorriso que dizia que estava tudo bem.
- Está bem, pode ser divertido. Vamos! – Eu respondi e até fiquei animada.
Duas horas mais tarde nós entrávamos no Clube Social, nossos amigos já estavam a nossa espera, ocupando aquela mesa grande do canto, como sempre. Depois de um tempo de conversas aleatórias ao redor da mesa eu não aguentava mais de curiosidade, precisava saber o que o Flávio tinha pra contar.
- E aí, Flávio, tem alguma novidade? – A ansiedade estava me consumindo.
- Pois é, temos. Melissa e eu fizemos uma viagenzinha rápida hoje. – O Flávio comentou e eu achei engraçado. – Quer fazer as honras, maluca?
- Claro que eu quero! – A Melissa se animou. – Como vocês sabem, nós estávamos dando uma olhadinha na morte do seu avô e como já faz muito tempo, se houvesse um crime estaria prescrito. Então nossa investigação foi particular.
- Meu avô foi assassinado? – Eu perguntei aflita.
- Calma, Ana, deixa eu ter o meu momento! – A Melissa riu, ela estava se divertindo com essa história de investigação. – Vocês conhecem a história oficial da morte do seu avô?
- O meu avô foi encontrado pelo secretário no sofá da sala dele na empresa. – O Don comentou. – Ele dormiu no sofá, coisa que ele costumava fazer, e no dia seguinte o secretário o encontrou morto. Ataque do coração.
- Essa é a versão oficial. Sim, o seu avô morreu de um ataque cardíaco, mas as condições não foram tão pacíficas quanto parece. – A Melissa prosseguiu. – O meu parceiro, muito esperto, conseguiu dar uma olhada nos arquivos e achou estranho que o legista tenha anotado que o seu avo tinha um ferimento na cabeça, um ferimento que estava limpo, mas havia uma marca e um pequeno corte e também algumas escoriações. Aí nós começamos a remexer.
- Sim, também vivendo muito bem no interior. Ele tem dois supermercados na cidade onde vive, o negócio também começou com o dinheiro que ganhou do seu pai para dizer que o seu avô morreu dormindo no sofá da sua sala. – O Flávio revelou que todos haviam se dado bem com a morte do meu avô. Todos aqueles três covardes.
- Eu não acredito! Como as pessoas podem ser tão cruéis? Por que eles não chamaram uma ambulância? – Eu estava chorando, sentindo raiva pelo que o Leonel havia deixado de fazer.
- Porque se o seu avô sobrevivesse o seu pai estaria acabado. E o secretário e o segurança foram ambiciosos, pensaram só em si mesmos. E continuam sendo pessoas egoístas e ambiciosas, ambos deixaram claro que só nos contaram tudo porque sabiam que não poderiam mais ser acusados de absolutamente nada. – O Flávio explicou.
- Mas não há nada mesmo que possamos fazer? – Eu insisti.
- Infelizmente não! Eu sinto muito! – O Flávio me olhou como se pedisse desculpas.
- E a morte da minha mãe? – O Don perguntou já ansioso também.
- Essa é um pouco mais complicada e nós ainda estamos investigando. – O Flávio respondeu, eu já desconfiava que tivesse dedo do Leonel naquele suicídio também.
- Eu preciso ir ao toilette. – Eu me levantei, precisava jogar uma água no rosto e precisava de um minuto sozinha, fui direto para o banheiro do lado de fora do salão e não notei a sombra que me seguia.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Amei saber que terá o livro 2. 😍...
Que livro lindo e perfeito. Estou amando e totalmente viciada nesse livro. Eu choro, dou risadas, grito. Parabéns autora, é perfeito esse livro 😍...
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......