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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 938

“Ilana”

Eu já estava trancada nesse buraco há semanas e ninguém havia aparecido para me visitar. Mas sendo bem honesta comigo mesma, eu nem deveria esperar que a Irina viesse, aquela ali não colocaria os pés nesse lugar a menos que fosse obrigada. Eu estava sentada conversando com duas mulheres que também não recebiam visita, pelo menos nós podíamos ficar no pátio no dia de visita, isso era melhor do que a cela. Mas aí eu vi a minha mãe, eu quase nem pude acreditar, fui correndo em direção a ela.

- Você veio! – Eu parei em sua frente esperando por um abraço.

- Só porque o Leonel me obrigou, querida. Ele está aí fora, o advogado disse que ele não deve te visitar por enquanto, por causa de todos os processos. – Ela explicou.

- Claro que você só veio porque ele te obrigou. – Eu respondi me sentindo decepcionada. – Tantas semanas já aqui e você ainda não tinha aparecido, lógico que só veio porque o velho obrigou.

- Olha só, Ilana, não faz drama! Eu estou aqui, é isso que importa. – Ela retrucou impaciente como sempre.

Eu fiquei olhando para ela e pensando em como ela se distinguia naquele lugar, realmente era como se estivesse fora de contexto, ela não ornava com aquilo ali. E ela parecia aflita para sair dali o mais rápido possível.

- Como estão as coisas lá fora? A polícia veio aqui para refazer os meus documentos. Meu sobrenome agora é Santos, sabia?! Não é Lancaster mais. – Eu Ilana reclamei.

- E você acha que o meu não mudou? Queridinha, derrota! O Leonel perdeu o sobrenome e está esperando sobre a tal paternidade, mas com os documentos que eu arranjei para ele, que provam que aquela chata da Anabel é louca, ele vai conseguir interditá-la e mandá-la para o sanatório. – Ela falou friamente e me encarou. – Agora só me explica, Ilana, pra quê tentar matar o Isidoro? Nós perdemos um bom apoio. Você já estava dando pra ele mesmo, o que te custava o sacrifício? Você complicou a nossa vida!

Eu tinha que reconhecer que o meu plano foi um desastre. Eu me deixei levar pela raiva. Mas também, como eu ia adivinhar que aquela ordinária da Viviane ia me trair? Mas eu também não precisava ouvir sermão da Irina.

- Ah, cala a boca, Irina. Quem está presa sou eu! – Eu respondi sem paciência. – Ah, quer saber de uma coisa, sai daqui! Você não quer estar aqui e eu não te quero aqui. Anda, sai, vai embora.

- Ilana, eu sou a sua mãe! - Ela reclamou.

- Uma mãe narcisista, só pensa em você mesma! Você reparou, Irina, que você nem me deu um abraço? – Eu senti as lágrimas picando os meus olhos.

- Era o que me faltava, você estar sentimental. É TPM, filhinha? – Ela fez pouco de mim.

- Tchau, Irina! – Eu dei as costas para ela e saiu andando para longe.

- Ilana, espera! – Ela chamou e eu parei. Ela se aproximou e me abraçou. – Eu não sou uma mãe muito boa, nem muito afetuosa, mas eu te amo mesmo. E talvez você seja a única criatura no mundo que eu já amei. Eu sou assim, Ilana, mas eu te amo, minha filha e eu me preocupo, eu só não quero estar aqui.

Eu passei os braços ao redor dela, sentindo o seu agradável perfume Chanel nº 5. Eu reconhecia a verdade na Irina e eu sabia que mesmo daquele jeito tosco e sem noção ela me amava.

- Eu também te amo, Irina. E está tudo nem, eu também não ia querer te visitar aqui. – Eu ri, mas sem nenhuma diversão. – Agora vai embora e manda aquele advogado me trazer cigarros.

- Desde quando você fuma? – Ela perguntou.

- Eu não fumo, mas aqui eles valem como dólares. – Eu expliquei.

- Não quero! Eu preciso de um banho, eu estou fedendo. Esse lugar tem um cheiro de gente amontoada que é nauseante. – Eu reclamei e ele riu.

- Está bem, vamos pra casa. – Ele concordou e parecia muito divertido com a minha situação.

- Quando você vai poder visitá-la? – Eu perguntei enquanto ele dirigia.

- Eu não sei. O advogado vai me falar. – Ele respondeu sem pensar, mas eu já sabia que ele nunca a visitaria, se eu que era a mãe não queria colocar os meus pés naquele lugar, imagine ele que era só o padrasto.

- Você precisa encontrar um advogado melhor para ela. – Eu pedi, realmente estava pedindo.

- Vou procurar. Ela falou sobre a perda do sobrenome? _ Ele perguntou.

- Está magoadíssima com o egoísmo do Donaldo. – Eu respondi simplesmente. Eu queria matar aquele imbecil. Pra quê ele tinha que fazer isso? Nos tirar o sobrenomes assim?

- Imagino! – Ele falou simplesmente e se fechou em seus pensamentos.

Depois de chegar em casa eu fui direto para o quarto e tomei um longo banho na minha banheira. Aquele cheiro de gente amontoada parecia não sair de mim. Mas eu senti pena da Ilana, senti mesmo, mas eu não podia fazer nada. Depois do banho eu me deitei e dormi pelo resto do dia e tive muitos pesadelos nos quais era eu trancada naquele lugar horrível, usando aquele uniforme cafona e de péssima qualidade, com o cabelo e a pele ressecados. Acordei suada e com a boca seca, olhei pela janela e já tinha anoitecido. Foi só um pesadelo horrível. Aquele lugar me perturbou demais.

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