“Ricardo”
Eu não entendi porque a Anabel ficou tão irritada. O que eu tinha feito de errado? Eu estava lá, dando apoio, tentando ajudá-la a encontrar uma solução, aí de repente ela ficou toda estressada. Eu só podia pensar que ela ficou irritada porque eu propus o casamento com comunhão total de bens e ela não concordava com o regime de bens que eu sugeri. Mas eu estava confuso.
Meu dia estava completamente bagunçado e depois que a Ana me colocou pra fora da sua sala eu nem tinha cabeça mais para o que eu precisava fazer. E o Alencar percebeu isso.
- Problemas, meu amigo? – Ele perguntou na sala de café.
- Mulheres são deusas maravilhosas, Alencar, mas elas também são complicadas, deveriam ter uma manual de instruções. – Eu comentei e ele riu.
- Esse manual seria o maior livro já escrito no mundo. – O Alencar riu.
Eu acabei contando a ele que a Ana estava grávida e ele me felicitou, mas aí eu contei a ele o que havia acontecido na sala dela e ele fez uma careta como se dissesse que eu tinha pisado na bola.
- O que eu fiz de errado, Alencar? – Eu perguntei e ele deu uma gargalhada alta.
- E você ainda precisa perguntar? – Ele me olhou com as sobrancelhas erguidas. – Rick, o casamento é um assunto sensível para as mulheres, sempre foi e sempre será. Todas elas sonham com o grande dia, isso é incutido na imaginação delas desde pequeninas e a sociedade as pressiona para se casarem. Além do mais, o casamento é um rito de passagem, em que se marca que ali começa uma nova família.
- Mas, Alencar, a Ana é uma mulher moderna, hoje em dia é normal que os casais morem juntos sem se casar. – Eu argumentei e ele fez que não, pelo visto eu teria que aprender umas coisas.
- Rick, os casais moram juntos sem se casar, mas na grande maioria das vezes porque o homem não liga para o casamento e as mulheres se sentem mal por cobrarem a formalização do vínculo. – O Alencar sorriu pra mim. – Mas aí eu também vou te falar da alma feminina.
- A coisa do romance, do sonho, do desejo.
- Exato! As mulheres sonham com o dia do casamento, para elas é algo muito especial. E aquele vestido branco, cheio de significados, elas só podem usar em um dia, por isso o vestido é a peça central de todo o casamento, porque ele é exclusivíssimo. Toda mulher sonha, Rick, em usar um vestido de noiva, ver o noivo emocionado esperando por ela, ser conduzida até o altar, ouvir a promessa de um amor devotado e eterno. E isso, Ricardo, é muito valoroso, é muito importante. O casamento não é apenas um evento, não é apenas uma festa, o casamento é o momento solene em que você promete o seu amor e que você se entrega na mão do outro. O casamento é sinal de estabilidade, fidelidade, confiança, respeito e amor.
- Alencar, eu já fui casado e o casamento não me garantiu nada, não garantiu estabilidade, fidelidade, confiança, respeito e amor. Ou seja, essa coisa não dá muito certo.
- Eu não disse que garante. Eu disse que é sinal. Agora me diz, porque você se casou com a Taís? – Ele me fez pensar.
- Porque nós éramos jovens, ela falava que queria se casar, minha família não a aceitava muito bem e as coisas só fluíram e eu me casei. – Eu pensei por um momento e dei um sorriso sem graça. – Não! Eu estou mentindo pra mim mesmo. Eu me casei porque eu acreditava no casamento e eu queria construir uma família, com todos os rituais, as solenidades, as formalidades. Eu sempre sonhei em ter uma família grande, um casamento sólido como o dos meus pais, envelhecer ao lado da mulher que eu amo.
- E você não quer mais essas coisas? – Ele me provocou mais uma vez.
- Eu só não acredito mais no casamento. Todo o resto eu quero. – A verdade mesmo era que o casamento me dava medo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque
Está sempre a dar erro. Não desbloqueia os capitulos e ainda retira as moedas.😤...
Infelizmente são mais as vezes que dá erro, que outra coisa......