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Chefe irresistível: sucumbindo ao seu toque romance Capítulo 967

“Anabel”

Eu não entrava nessa casa há tanto tempo! E eu não pensei que fosse voltar a entrar. A verdade é que eu queria sair daqui o quanto antes. Eu não me sentia bem aqui, esse lugar para mim significava tristeza e dor, muitas lágrimas foram derramadas entre estas paredes, muitas maldades aconteceram ali. Era uma casa triste, com uma energia pesada demais. Eu caminhei por entre aqueles cômodos todos e eu não consegui me lembrar de nenhum momento bom vivido ali. Nem antes da minha mãe morrer.

Antes dela morrer eu sentia sempre muita tensão, muito medo. Se eu fechasse os olhos eu ainda podia ouvi-la falar “não corre, Anabel, seu pai não gosta”, “ fala baixo, Anabel, seu pai está nervoso”, “fique no seu quarto e não incomode o seu pai”. Eu limpei outra lágrima. Ela sabia que ele pensava que eu não era filha dele, por isso ela me mantinha distante. Como uma fofoca maldosa pode mudar completamente o destino!

- Moça bonita, te achei! – O Rick me encontrou junto a porta daquele quartinho medonho que eu fui colocada depois que a Irina e a Ilana chegaram.

- Eu estava dando uma olhada. Quase nada mudou. Só isso aqui, que voltou a ser um roupeiro. – Eu comentei.

- E o que era antes? – Ele quis saber.

- O meu quarto. – Eu falei e outra lágrima caiu.

As lembranças de todas as vezes em que eu apanhei e fui trancada ali, dos castigos a pão duro e água, das ofensas da Irina, tudo aquilo era demais agora, era como se eu estivesse sendo levada de volta ao passado.

- Vem, isso não te faz bem. – O Rick me tirou dali e nós voltamos para a sala, onde o Don estava terminando de fazer o acerto com os funcionários.

O Don achou melhor dispensar todos os funcionários até que decidíssemos o que fazer com a casa. Além do mais, eram todos de confiança do Leonel e da Irina, não seria possível confiar neles. Então, enquanto ele dispensava cada um, eu dei uma volta pela casa.

- Você não gosta daqui, não é, menina? – A governanta, que estava sentada à mesa, esperando o Don terminar de acertar com o último jardineiro, perguntou, mas ela sabia a resposta.

- Eu odeio esse lugar. – Eu limpei as lágrimas em vão.

- Com toda razão. Principalmente porque foi você que a encontrou. – Ela comentou, um soluço explodiu do meu peito e o Don ergueu a cabeça. Eu senti o braço do Rick ao meu redor.

- Don, eu vou levar a Ana embora, isso aqui não está fazendo bem pra ela. – O Rick avisou, mas os olhos preocupados do meu irmão estavam sobre mim. Ele não sabia nem da metade de tudo o que eu vivi nessa casa.

- Não, Rick, eu quero ficar até o final. Eu preciso! – Eu pedi, eu sentia como se precisasse estar ali pela última vez.

- Minha vida, você não pode passar por emoções tão fortes assim. – O Rick me alertou.

- Nossos bebês estão bem. Eu preciso tirar tudo isso de dentro de mim, eu preciso olhar pra esse lugar e saber que ele não pode me fazer mais mal. – Eu afirmei.

- Bel, o Rick tem razão. Me desculpe, eu não imaginei que seria tão difícil assim pra você. – O Don se sentou ao meu lado e segurou a minha mão.

- Você não tem porque se desculpar. – Eu falei.

- Me desculpe, senhorita, eu não queria fazê-la se lembrar. – A governante abaixou a cabeça.

- Não, eu vou comprar uma casa aqui no condomínio mesmo, perto da sua, mas eu não vou morar num lugar onde a minha irmã não vá me visitar. – Ele sorriu pra mim. – Está na hora de encerrar essa história e deixar ir.

O Don fez o acerto da governanta e, antes de sair, tirou da casa todas as jóias da Irina e da Ilana, os relógios do nosso pai e tudo o que havia nos cofres. Trancou tudo e ligou o alarme, tendo o cuidado de mudar o código de segurança. Uma equipe de seguranças contratada por ele já havia chegado para cuidar do lugar.

- Eu vou mandar esvaziarem a casa, vou doar os móveis, itens de decoração e as coisas que eram da Irina e da Ilana. As roupas do nosso pai eu vou mandar para onde ele vai, uma ou outra coisa também, mas o resto, eu vou doar tudo. E essas jóias, eu vou entregar a um joalheiro e o que resultar da venda delas eu incluo na doação da casa. – O Don explicou. Era um bom plano pra mim.

Quando eu saí dali finalmente, eu podia respirar outra vez. Eu havia fechado o ciclo, encerrado essa parte da minha vida e estava ansiosa por essa nova fase que eu estava vivendo, construindo a minha própria família ao lado do homem que eu amava.

Nós estávamos chegando em casa quando o celular do Rick tocou. Ele apenas me disse que era o Flávio e atendeu, quando desligou, ele parecia ter sido atingido por um trem.

- O que foi, meu coração? – Eu perguntei.

- O Flávio. A Taís foi presa. – O Rick falou como se não acreditasse, então eu esperei, tinha mais ali. – Presa por brigar na rua por causa de um ponto de prostituição. Ana, ela está se prostituindo.

- E o que você vai fazer? – Eu perguntei. Aquilo era demais e eu sabia que o Rick não conseguiria não fazer nada.

- Fica tranquila, eu só quero ajudá-la porque...

- Porque você é um homem maravilhoso que não vai deixar que ela se destrua assim. – Eu sorri pra ele. – Vamos, vamos resolver isso, faz o que você tem que fazer, eu apóio você e estarei ao seu lado.

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