Grávida de um mafioso romance Capítulo 120

Meu primeiro ato pensando em mim. O corpo tonificado de Matteo estava por cima do meu, quente e sem fôlego.

Não pensei em nada, nem em consequências que o meu ato poderia trazer e nem nas intenções dele, apenas pensei em mim em primeiro lugar e gostei.

Ele beija lentamente a minha pele, subindo pelo meio entre meus seios até chegar na minha boca. Seus lábios se fundem aos meus, o beijo desleixado porém provocante me tira o fôlego.

Num ato arriscado eu troco de posição ficando por cima dele, Matteo sorri e me deixa conduzir. Eu apenas me encaixo e me movimento, subindo e descendo mesmo sem força meu corpo agi por si só.

Consigo senti-lo mais e mais fundo em mim, me proporcionando a liberdade e o prazer que nunca havia sentido antes, ou que talvez eu nunca me permitir sentir. Me entregar dessa forma, me dar tal liberdade deveria ser um perigo que não deveria passar, mas eu me permiti. E o culpado disso estava bem embaixo de mim.

Matteo me puxa para me deitar em cima dele, suas mãos seguram firme meu quadril enquanto ele investe em mim. Gemo sentindo aquele atrito aumentar cada vez mais até não conseguir segurar mais. E então ele goza.

Num ato inconsciente seguro seu rosto e o beijo na boca. Depois que o beijo me dou conta do que fiz, ele parece não se importar e me beija também. Uma parte de mim fica aliviada por ele contribuir e outra se dá conta que ele deve ter percebido que fazia tempo que eu não tinha ficado com ninguém.

Parabéns Mariana, agora ele deve pensar que você é uma emocionada.

Nem mesmo com o Wilson, ele era forte e parecia um cara legal mas não rolou. Carolina até me deu uma força quando soube que eu gostava dele, uma força entre aspas porque ela me zoou mais que tudo. Lembrar daquela noite em que combinei um encontro duplo sem ela saber me faz rir.

Ela tinha ficado puta.

- O que é tão engraçado? - Matteo me pergunta e eu me viro para olhá-lo deitado ao meu lado.

- Nada não, só lembrei de uma coisa - digo e ele me olha como se quisesse dizer alguma coisa porém desiste e se levanta da cama - o que você está fazendo?

- Preciso ir, tenho que terminar algumas pendências do trabalho - ele se veste e calça os sapatos - e inclusive investigar o que aconteceu hoje na Itália, quem ordenou o atentado contra Carolina - assim que ele menciona o nome de Carolina entendo que eu não havia sido prioridade aqui nessa noite e nunca vou ser para ele.

Senti raiva e inveja de Carolina por ter conseguido estar na mente desses dois italianos mesmo sendo tão cabeça oca. Mas o que eu poderia fazer? A vida é injusta e eu nunca seria prioridade para ninguém. Aposto que ele havia ficado comigo por pura pena e agora que conseguiu me "consolar" vai voltar para o seu real objetivo, que era ficar com a Carolina.

- Fica bem, se precisar de alguma coisa, qualquer coisa, pode me ligar que eu venho na hora - ele diz mas ambos sabemos que entre um chamado meu e de Carolina, sabíamos quem ele iria priorizar.

Ele estava cego por ela, não enxergava que Carolina estava apaixonada por Luigi e acho até que a mesma não tinha notado que estava apaixonada.

E não somente Matteo estava cego, eu devo está cega também por ele, porque não consigo sentir raiva desse italiano.

Acho que não consigo sentir raiva de ninguém que não seja a própria Carolina, era como se ela fosse um buraco negro sugando toda a minha vida e ganhando espaço para ela mesma. Sinto que a minha vida é dependente dela e a minha ficha está começando a cair agora.

Sei que não é certo sentir raiva e muito menos inveja de alguém, não foi essa educação que recebi da minha família entretanto estava começando ficar difícil praticar a compreensão que tanto tinha praticado a minha vida toda. Matteo estava certo em dizer que eu deveria ser mais egoísta.

E foi o que eu fiz desse dia em diante, fui mais egoísta. Pensei em mim em primeiro plano, no meu trabalho, na minha vida e as coisas começaram a fluir na empresa. Com a desculpa que eu tinha dado para Carolina, eu havia conseguido um tempo precioso para mim mesma. Porém não durou muito.

Carolina tinha me mandado várias mensagens perguntando quando eu iria voltar para a Itália, me acorvadei de contar que decidir não voltar mais lá e acabei dizendo que estava arrumando uma papelada para ficar na filial que Matteo abriria em Roma. Mentira em cima de mentira, uma torre das minhas inverdades haviam se tornado algo que eu nunca tinha a intenção de fazer.

Além de não conseguir dizer que não queria voltar para Roma para acompanhar Carol durante a gestação, eu ainda omitir uma coisa para ela. Nesse meio tempo em que me distanciei de Carolina, pude me relacionar mais com o meu trabalho e também com Matteo. Ele era um ótimo chefe porém era tudo uma fachada da megera da Cassandra.

Não quis contar para ela porque não queria acabar com o momento feliz que ela estava tendo ao lado do seu italiano gato. Ou isso tudo era mais uma das minhas mentiras para encobrir o fato que eu não queria Carolina e Matteo juntos, isso seria perigoso para mim, eu realmente estava gostando dele e gostaria de tentar algo mais, entretanto com Carolina no mesmo país seria algo difícil.

E assim se passou, minhas mentiras estavam cada vez maiores e cada vez que eu tentava me encobrir, acabava fazendo alguma coisa de ruim.

Como por exemplo quando contei propositadamente sobre a gravidez de Carolina. Me senti mal depois daquilo tudo, eu tinha reunido toda a raiva que estava sentido junto com a inveja e deixei que a maldade tomasse conta dos meus atos. Minha amiga não tinha culpa nenhuma mas mesmo assim eu sentia uma certa raiva pelo privilégio que ela sempre teve da vida.

Quando eu e Matteo entramos no hospital, eu pude perceber o quão apaixonado ele estava por ela e tive pena porque a mesma nunca o corresponderia. Não como eu poderia corresponder. Fiquei feliz quando ele flagrou Carol e Luigi se beijando, aquela era uma cena perfeita para ele repetir em sua mente até que conseguisse emitir um sinal para o seu coração dizendo que Carolina era um caso impossível.

Me senti mal por ter sentimentos tão sujos como esses que eu estava tendo e demorei para entender que esse lado malévolo, sempre esteve comigo e que eu havia negligenciado. Eu teria que aprender a conviver com ele por diante, mas não sabia o quão era difícil contê-lo.

Então esse sentimento acumulou mais uma vez, só que dessa vez eu vomitei tudo para fora, joguei tudo o que sentia bem na cara de Carolina. Foi exatamente como quando eu estava doente e me sentia muito mal, apenas conseguia melhorar quando colocava tudo para fora. Essa era a minha natureza e eu a estava negando.

Vivi muito tempo na sombra de Carolina que criei na minha cabeça que a minha vida girava ao seu redor, igual a terra que gira em torno do sol. Eu me reprimia enquanto recebia as dores, felicidades, angustias e todos os sentimentos que Carolina estava sentindo. Afinal de contas eu era a sua confidente, porém nunca haveria uma troca disso que estávamos fazendo.

Carolina sempre foi egoísta e sempre inventei uma desculpa para ela, mas agora eu tinha aberto meus olhos. Enquanto eu me preocupava com ela, percebi que a mesma nunca tinha se colocado no meu lugar todas as vezes que eu a salvava de algum perigo, seja da empresa ou da vida.

Ela era uma mal agradecida, egocêntrica, que nunca faria a mesma coisa que eu estava fazendo com a minha vida. Eu a priorizei, coloquei ela acima de mim, era uma relação em que quem dava mais não recebia nada em troca, no caso eu.

Porém precisei chegar ao meu limite para enxergar o buraco onde eu mesma tinha me enfiado e apenas eu mesma poderia me retirar de lá. E para isso acontecer, eu tinha que manter distância de Carolina para crescer. Eu havia a subjugado tanto, dizendo que ela era dependente de mim, uma irresponsável, cabeça oca que esqueci de mim mesma. Quem era a dependente de quem aqui, era eu dela.

Logo após desligar o telefonema, caí em prantos, chorei tudo o que tinha para chorar. Chorei pelas palavras amargas, pela despedida e pelo tempo que precisaria para me recuperar. Mas uma coisa era certa, eu tinha certeza que depois que me reerguer eu procuraria Carolina, ou como sempre, ela á mim.

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