Grávida de um mafioso romance Capítulo 121

Ando pelo corredor dos quartos e não vejo nem sinal de Luigi. Agradeço por essa casa ser grande o suficiente para eu não ter que trombar com ele em algum cômodo. Hoje estava fazendo um mês que eu não falava com ele.

Esse tempo todo estive o evitando, fazendo minhas refeições no quarto e apenas saindo quando fosse dia de tirar foto da barriga. Naqueles dias eu simplesmente seguia o rumo da sessão e não trocava nem olhares e muito menos palavras com ele.

Ainda não consigo acreditar na traição de Luigi, sempre pensei que ele fosse diferente dos outros crápulas, sempre acreditei que ele fosse um achado no meio daquela raça triste que era os homens. Mas pelo visto, eu estava enganada, fui chifrada antes mesmo de me casar.

E eu pensando que era o meu cabelo que estava pesando na minha cabeça, mal sabia eu que era chifre.

Agora tudo o que me restava era raiva e dor, não sabia o que seria da minha vida daqui para frente. Estava sonhando alto, encantada achando que a minha vida seria mais fácil com Luigi do meu lado. Nós nos casaríamos, iríamos criar nosso filho juntos e teríamos um final igual como o de uma novela mexicana: andando na praia com as mãos dadas com o nosso filho, sorrindo felizes.

Desço as escadas e olho ao redor, ainda não estou preparada para ficar cara á cara com Luigi. Ele tinha colocado um chifre enorme na minha cabeça, eu fugir e me tranquei no quarto durante dias, não sei o que eu faria se estivesse na frente dele.

Várias cenas se passam na minha cabeça, a maioria era de várias versões de mim o atacando, xingando e indo embora dessa casa. Porém tinha uma cena que possivelmente aconteceria.

Eu olharia para a cara dele e não conseguiria conter as lágrimas, choraria horrores enquanto o questionaria o por quê ele tinha feito aquilo. Por um momento tudo parecia estar se acertando e no outro instante, tudo parecia está mais enrolado do que antes.

Antes havia sido a ex-noiva de Luigi com sua irmã mais nova que era o próprio cão e agora apareceu essa aspirante a cenoura. Tudo parecia querer mostrar para mim e Luigi que nada entre nós daria certo. Uma parte de mim dizia isso e outra me dizia para prosseguir e lutar porque nosso amor vale a pena.

Porém isso foi antes de saber que levei um chifre, eu poderia aceitar tudo nessa vida menos um chifre.

Abro a geladeira e retiro de dentro um pote grande de sorvete, se fosse para sofrer por amor, eu precisava de um pote grande de sorvete ao meu lado.

Esse era o lema da Mari...

Depois de tanto tempo, eu finalmente me dei conta que a estava sobrecarregando com meus problemas e resolvi lhe dar espaço para ela decidir o que queria fazer com a nossa amizade. Reconheço que fui uma péssima amiga mas estou tentando melhorar, e por incrível que pareça o loiro do banheiro tem sido um ótimo professor.

Ter Matteo como meu segurança particular não era tão ruim quanto eu imaginava, exceto pela parte em que ele gosta de palpitar fazendo vista grossa para a minha alimentação. Tenho quase certeza que ele deve ter recebido essa ordem de Luigi, já que o mesmo não tinha como me contatar.

- Já está se empanturrando de sorvete outra vez, Carolina? Isso vai te fazer mal - tomo um susto quando o loiro do banheiro me repreende e tira o pote clandestino de sorvete das minhas mãos para colocar um buquê de rosas vermelhas com mais um bilhete cujo eu já sabia o que estava escrito dentro.

- Porra, não me assusta desse jeito, eu estou grávida se você ainda não percebeu - arranco o pote de sorvete de suas mãos e acrescento - e grávidas normalmente sentem desejos, está bem? - vou até a lixeira e jogo sem dó o lindo buquê de rosas que Luigi insistia em me mandar todas as manhãs com um bilhete de desculpas escrito á mão.

- Por que você faz isso? - ele reclama e vai até o lixeiro para pegar de volta o buquê, um pouco amassado agora pela agressividade em que o joguei no lixo.

- Não sou uma defunta para receber flores todo dia - digo indo para a sala e ele me segue reclamando de como eu estava sendo imatura de ficar brigada por tanto tempo e não ter uma conversa franca com Luigi.

O som da voz de Luigi vem da porta de entrada junto com outra voz feminina, corro subindo as escadas o mais rápido possível e Matteo vem logo atrás reclamão como sempre.

Me escondo atrás de uma parede e olho quando meu italiano entra na sala com aquela fulana, a cenoura podre de feira, a tal da Karina. Meu coração b**e forte, ou pelo menos os cacos ainda b**em quando ver os dois entrando juntos como um casal.

Matteo que estava atrás de mim, vê tudo aquilo e não diz nada quando eu me dirijo para o meu quarto para chorar mais um pouco.

Chorar virou um dos meus hobby preferidos e sempre aparecia no meu cronograma da semana.

Me sento afundando meu corpo no colchão fofo da cama e ligo a TV, estava passando algum tipo de programa sobre culinária, presumir por causa da comida porque não conseguia entender nada do que o chefe dizia.

- Você vai mesmo ficar nesse estado? - as palavras do loiro do banheiro me fazem parar a colher cheia de sorvete antes de chegar na minha boca, por sorte ainda consigo segurar uma lágrimas que já estava prestes á rolar pelo meu rosto. Ele me olha da cabeça aos pés, avaliando o meu pijama de pequenos corações vermelhos com uma cara de deboche.

- E o que você quer que eu faça? A casa não é minha e...também não quero ver o casalzinho feliz na sala - digo já enchendo a colher com mais sorvete e a enfiando na boca.

O frio do sorvete desce pela minha garganta e uma lágrima cai e depois mais outra até que a minha bochecha esteja marcada pelos rastros das lágrimas.

- Cadê a Carolina maluquinha que conheci, hein? O que você fez com ela? - o loiro do banheiro tenta me animar e me distrair porém nada conseguiria apagar essa imagem da minha cabeça. Os dois se beijando naquela noite e agora os dois entrando na casa como se fosse um casal feliz e amoroso.

Os dois me dão náuseas!

- Aquela Carolina morreu! - pego o controle da TV e aumento o volume. Matteo pega o controle e desliga a TV na mesma hora - ei! Eu estava assistindo!

- Aquela Carolina que tanto eu como Luigi nos apaixonamos ainda está aqui, viva e furiosa como sempre, falando besteiras de vez enquando mas ainda sim nos fazendo sorri como nunca antes. Você é uma mulher incrível apesar de ser meio maluquinha na maioria das vezes - o loiro do banheiro se senta ao meu lado na cama como nunca tinha feito antes e me diz - você ainda é a noiva do Sr. Benacci, ainda tem direto nessa casa e na vida de Luigi, ambos os espaços jamais poderão ser preenchidos por outra pessoa que não seja você, Carolina. Então trate de se levantar dessa cama e mostrar aquela mulher quem o Sr. Benacci escolheu como noiva para se tornar a nova Sra.Benacci.

Eu poderia ter ouvido essas verdades da boca de qualquer um próximo á mim, porém nunca que eu iria imaginar que ouviria sair da boca do Matteo. Ele deveria está sendo sincero, pelo menos uma vez, eu pude sentir a sua tristeza mas também a sua determinação em me tirar do fundo desse poço.

Eu tinha noção que Matteo gostava de mim e sempre o distanciei para deixar claro que não aconteceria nada entre nós. Mas com tudo o que aconteceu na minha vida, ele tinha se aproximado não só como um segurança particular mas também como um amigo. Somente agora eu pude perceber que ele tinha se controlado todas as vezes que estava perto de mim.

Deve ter sido difícil para ele ver a pessoa por quem se apaixonou sofrer por outro homem, eu não tinha me colocado no lugar dele antes. Acho que nunca fui de ser muito empática em toda a minha vida, porém agora eu estava querendo fazer as coisas diferentes, fazer as coisas certas.

E para isso eu precisava enxotar aquela ruiva da minha casa e para longe do meu italiano.

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