Grávida de um mafioso romance Capítulo 166

- Filha você está linda! - minha mãe vem ao meu encontro quando me vê entrando na galeria e sussurra no meu ouvido durante o abraço - e atrasada, sabe quantas galinhas já deram em cima do seu noivo? Tive que ficar de olho para nenhuma se jogar nos braços dele. Meu genro é muito gentil, porém muito inocente.

Inocente era tudo o que Luigi não era, gostaria de dizer isso para minha mãe porém ainda sou obrigada a deixar a imagem de noivo dedicado e honesto de Luigi intacta. Ela ainda não sabia que Luigi era o novo chefe da Máfia Benacci, continuava iludida pensando que ele era dono de hotéis famosos na Itália.

Até parece que um dono de hotel vai ter uma mansão como aquela, toda vigiada por seguranças e câmeras com sensores...

- Carolinazinha! Finalmente você chegou... - não, ainda estou na mansão, não está me vendo aqui, não? Tenho vontade de dizer mas me contenho - está ensaindo para se atrasar no dia do casamento? - ele ri e forço um sorriso, meus olhos vão direto para as duas taças de champanhe na mão do encostado do namorado da minha mãe.

- Obrigado, querido - minha mãe perdendo meu olhar, pega logo uma taça da mão de Roberto. Seria o cúmulo ele ficar bêbado numa galeria chique como essa durante a exposição da minha ex-cunhada.

Roberto pensava que esse lugar era igual ao bar da esquina do seu Zé, que ele bebe até não se aguentar em pé e cair no chão. Ele fique ciente que não será acordado por um cachorro lambendo a boca dele e sim numa caçamba de lixo se fizer um dos seus escândalos de bêbado hoje á noite.

- Carol! - ouço a voz animada e nervosa de Giulia ao longe, quando olho ao redor procurando por ela, acabo encontrando a mesma num grupo e ao seu lado estava Luigi. Nossos olhares se encontram e sinto que tudo ao redor parou de existir, nem mesmo o beijo com Matteo e nem a revelação da verdadeira face de Marco me fez sair desse pequeno transe quando nossos olhares se cruzaram. Era como se uma eletricidade tomasse conta do meu corpo e me puxasse para ele. Como um imã

- Com licença, Giulia está me chamando - aviso á minha mãe e sem nem quebrar o contato visual com ele, ando na direção do grupo reunido até perceber que era a família de Luigi. Todos estavam lá, com exceção do Giovanni. Volto imediatamente até a minha mãe, a levando junto para conhecer a família do meu noivo perfeito e ela em consequência acaba levando o encostado á tiracolo.

Sinceramente, vai ficar tudo bem se ele manter a boca ocupada bebendo champanhe invés de falando merda.

- Buona serata - digo cumprimentando á todos e recebendo elogios sobre as minhas aulas particulares de italiano que estariam dando certo. Algumas coisas ainda são difíceis de entender então Luigi se esgueira para o meu lado, assumindo a posição de tradutor e me ajudando á apresentar minha mãe para a família dele.

Até mesmo a nonna havia vindo para a exposição de Giulia e tinha se envolvido numa conversa com a minha mãe, traduzida exclusivamente por Laura, a madrasta de Luigi. Enquanto Giulia, Enrico, Luigi e eu fechamos um pequeno grupo de conversa.

- Então...aquele escândalo no restaurante não mudou nada na relação de vocês? - Enrico não mede palavras e é certeiro para saber de toda a fofoca em primeira mão. Giulia o repreende lhe dando um beliscão no braço e ele responde chamando ela de brutamontes - o quê? Todo mundo queria saber o que aconteceu naquele restaurante, não se faça Giulia, você também queria saber o que aconteceu lá - e voltando a nos perguntar - enfim, o que aconteceu?

- Não aconteceu nada demais - acabo dizendo, não queria prolongar aquela lembrança, só de pensar que estava prestes á fazer a burrice de fugir com aquele psicopata, tenho vontade de abrir um buraco no chão e enfiar a cabeça igual um avestruz.

- Foi apenas um desentendimento entre casal - Luigi diz e seu irmão sorri, não acreditando em nenhuma desculpa - o que você está fazendo aqui? Pensei que você estava se aventurando na França - Luigi diz com em um tom acusatório como se Enrico estivesse fazendo algo de errado escondido da família.

- Papa descobriu sobre as reuniões que eu dava no meu quarto da faculdade e me transferiu para cá, então irmãos, vocês terão que aturar ou surtar com a minha digníssima presença nos últimos tempos - ele anuncia bebendo um gole de champanhe.

- O que você fez dessa vez para que o papa transferisse você de faculdade? - Giulia estreita os olhos para Enrico que continua prolongando o gole para não responder - não vou sair do seu pé enquanto não me dizer porque foi obrigado á voltar para Roma. O que você fez, Enrico?! - Giulia puxa o braço do irmão como uma criança curiosa e Enrico se solta, indo para longe e sendo seguido pela irmã curiosa.

- O que ele fez afinal? - pergunto para Luigi que ria mal se contendo e me fazendo ri também por não saber de nada.

- Ele simplesmente, fazia "reuniões" com garotos e garotas da faculdade no seu quarto durante a madrugada. Fiquei sabendo que o motivo para papa tranferir ele foi um novo envolvimento com um dos professores que tem membros da família policiais. Aquilo pareceu o cúmulo para o Sr.Benacci, então trouxe ele de volta para Roma - Luigi explica e fico boquiaberta com o meu ex-cunhado. Eu tinha percebido que Enrico era um fofoqueiro nato porém não sabia que ele era tão safado assim.

Pegou logo o professor...meu Deus, essa família Benacci tem um fogo incontornável!

- Nossa - digo ainda me recuperando, se os irmãos maiores são assim...quem dirá os gêmeos quando crescerem? Tenho pena da garota que sair com um deles, se eles forem o tipo de irmãos que dividem tudo, não sei se vou ter pena ou inveja dela...

- Você está deslumbrante - Luigi se inclina para sussurrar no meu ouvido e digo para ele parar com a encenação, minha mãe não estava por perto e nem nenhum repórter ou paparazzi, não tinha motivos para ele ser tão cortez assim. Entretanto uma parte de mim desejava que ele continuasse me notando, olhando para mim daquela mesma forma quente e me elogiando da mesma maneira gentil - qual o problema de eu elogiar minha noiva? - ele fica por trás de mim, pegando minhas mãos e colocando sobre as suas na minha barriga - é por acaso, considerado um crime elogiar a minha mulher?

- Sua mulher? - repito a frase ainda sentindo borboletas no meu estômago - desde quando sou sua mulher? Não nos casamos...ainda - deixo as palavras no ar e consigo sentir ele sorrindo atrás de mim.

Luigi retira uma das mãos da minha barriga para afastar as mechas de cabelo que cobriam meu pescoço e aproximar sua boca. Quando sua barba rala arranha a região, um arrepio percorre todo meu corpo e se prolonga quando ele dá um beijo lento, com direito a provocação com língua e selinhos antes de terminar o beijo.

- Vamos ver a exposição antes que eu te puxe para uma sala privada da galeria e te prove que você é minha - ele diz baixinho no meu ouvido e quase jogo tudo pro alto e saio puxando ele para encontrar alguma sala em que poderíamos "conversar", como costumávamos fazer antes de eu engravidar.

***

Minutos depois, meus pés doíam porém eu fazia o esforço de caminhar de braços dados com Luigi, tanto para me apoiar quanto para mostrar á todos presentes que estamos "bem". E de quebra, aguentar andar por toda a galeria para apreciar as fotografias encantadoras que a Giulia havia tirado da Itália e algumas minhas também.

Por onde eu passava com Luigi, ouvia ótimos comentários sobre as obras da minha ex-cunhada, era nítido na expressão de Luigi o orgulho que ele sentia pela sua irmã ter exposto finalmente seu trabalho.

Passando por um longo corredor de paredes e piso brancos, paramos na frente de uma fotografia do coliseu no fim da tarde. Luigi parecia focado na imagem, diferente de mim que estava inquieta pelos saltos altos. Quando me viro para a direita, acabo encontrando uma mulher de cabelo ruivo claro abraçada com outra mulher de cabelo preto no final do corredor.

Assim que ela se vira, me dou conta que era a cenoura de feira vulgo Karina. Quando estou prestes á torcer o nariz a mulher morena vira o rosto e a beija na boca.

Na boca? Espera! Eles são...? Sim, sim, elas são! Então quer dizer que a história que Luigi me contou sobre ele querer ajudar Karina, era verdadeira?! Nem ferrando!

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