Grávida de um mafioso romance Capítulo 167

- Não, isso não é verdade, eu devo estar vendo coisas. Impossível que Karina seja lésbica, eu vi o beijão que Luigi e ela deram naquela festa... - mesmo odiando relembrar aquela cena, para mim estava nítido naquela noite que os dois tinha um caso.

Mas se tudo o que Luigi disse era a verdade? Que Karina estava com problemas no relacionamento e ele queria ajudar?

Ajudar beijando ela na boca na frente da namorada? Pelo amor de Deus, Carolina! Não caía nessa cilada!

Ponho minhas mãos debaixo da torneira da pia do banheiro feminino e o sensor ativa derramando água nas minhas mãos. Passo as mãos molhadas na nuca e na testa para ajudar no mal estar. Ainda continuo um pouco tonta, por causa da confusão que estava a minha cabeça.

Estou começando á odiar festas, sempre tenho alguma surpresa desagradável durante ou depois delas. Acho que vou precisar de terapia para conseguir ir em uma festa sem temer que posso ser atingida por alguma confusão depois.

Retoco a maquiagem e quando estou passando batom, a porta do banheiro se abre e como armação do acaso, a tal mulher de cabelo preto que estava beijando Karina há poucos minutos atrás, entra no banheiro sozinha. Talvez esse seja o momento oportuno perfeito para lhe fazer perguntas sobre sua relação com a cenoura de feira.

Tenho que ser cuidadosa para não espantar a mulher, não era normal uma mulher grávida chegar fazendo perguntas sobre sua companheira ou seja lá o que elas sejam.

Mas e se tudo isso não passasse de mais um plano? Quem me garante que essa mulher de cabelo preto não é uma atriz contratada ou alguma funcionária da máfia para me fazer acreditar na mentira que Luigi contou sobre Karina não ser sua amante? Não tenho como saber, se não perguntar...

Espero ela sair de uma das cabines do banheiro para iniciar uma conversa, porém o problema era como chegar em uma mulher sem nenhum assunto? Fico com receio de ela achar que sou alguma bisbilhoteira ou pior, que estou dando em cima dela. Mas se bem que seria uma ótima vingança, dar em cima da namorada da cenoura de feira assim como ela deu em cima do meu ex-noivo. Porém o objetivo aqui é outro.

Foco, Carolina! Foco!

Assim que a porta da cabine que a suposta companheira da Karina entrou, se abre, a mulher sai e vai direto lavar as mãos. Sem ter nada na mente para puxar um papo sem parecer muito estranha, acabo encarando ela até a mulher perceber e me perguntar o que eu queria. Acabo pedindo desculpas e inventando que o batom dela estava manchado no canto da boca. E para minha sorte, estava um pouco borrado.

- Nossa, eu nem tinha percebido, obrigada - ela se inclina na frente do espelho para limpar com papel o canto borrado - você sabe como é depois de uma reconciliação, né? A pessoa gruda em você e quase não saem da cama para trabalhar no dia seguinte. É uma loucura - ela sorri e vejo uma brecha para começar uma conversa.

- Sei como é, quando meu noivo e eu brigávamos a melhor parte era sempre a reconciliação. Acho que ele brigava de propósito, só para transarmos depois - brinco enquanto passo uma camada de rímel para enrolar e continuar extrair o máximo dessa conversa.

- Acho que eles fazem de propósito só pelo sexo - ela se afasta do espelho e j**a o papel usado para limpar o batom borrado no lixo - mas no meu caso, é namorada - ela começa a dizer e tento fazer a minha melhor cara de paisagem - meu nome é Melody - ela estica a mão para que eu aperte e me apresente.

- O meu é Carol - omito e aperto sua mão, imediatamente aproveitando para entrar no personagem que criei para a namorada da cenoura de feira - acho que te vi enquanto olhava algumas obras no corredor. Sim, sim, eu vi você e sua namorada, pareciam tão feliz, quase não dá para acreditar que você brigam. Sempre achei que relação entre mulheres fossem mais fácil do que relação com homens - armo a armadilha e Melody pega a isca.

- Ha ha ha, quem me dera que fosse fácil assim. Parece que namorar com mulher é mais complicado do que com homem, eu sou bissexual e minha namorada é lésbica então sempre tem um ciúme no meio. É cansativo e por isso brigamos. Você acredita que uma vez ela beijou um cara comprometido só pra me fazer ciúmes? - atriz como sou, apenas faço caras e bocas enquanto ela relata que viu a namorada beijando um homem comprometido.

Tenho vontade de dizer que o tal cara que a namorada dela beijou era o meu homem comprometido, mas me contento em somente fazer cara de surpresa e concordar com tudo o que ela dizia. Logo a conversa se encerra e ela sai do banheiro.

Assim que outra mulher que estava no banheiro sai, deixando o cômodo vazio, comemoro em saber que Luigi não me traiu como eu imaginava.

Saindo do banheiro com a make renovada, eu andava tão leve como se um peso fosse sido tirado das minhas costas. Ou melhor, da minha cabeça, já que pensava ter sido galhada.

Várias pessoas estavam se reunindo na recepção da galeira, sigo o fluxo, procurando por conhecidos e acabo encontrando meu italiano gato. Ele sorria no meio da multidão aglomerada, como se fosse a luz no fim do túnel.

Peço licença ao passar entre as pessoas e quando chego onde ele estava conversando animadamente com Enrico e Laura, entrelaço nossas mãos discretamente e ele olha para mim.

Finjo não notar seu olhar em mim e continuo olhando para o pequeno palco improvisado que montaram no centro da recepção, mas tenho certeza que minhas bochechas vermelhas me deletaram.

Giulia havia subido no pequeno palco de apenas um degrau de altura e elevava a voz para iniciar seu discurso de agradecimento. Ela menciona toda a família e quando ela me mencionou como sua musa inspiradora, faço um gesto de coração para ela e a mesma corresponde da mesma forma. As pessoas aplaudiram quando seu belo e emocionante discurso de agradecimento chegou ao fim.

A acompanho quando ela vem na nossa direção porém é interrompida por um homem alto com um buquê de lindos e grandes botões de rosas vermelhas de tirar o fôlego de qualquer mulher. Giulia olha para mim e me dou conta que aquele homem deveria ser Frederico o ex-noivo dela. Me lembro quando Giulia confessou que estava grávida dele e me disse que assim que sua exposição tivesse terminado, ela iria contar toda a verdade para ele. Lanço um olhar encorajador e ela sorri em agradecimento, sumindo no meio da multidão junto com Frederico.

- Espero que eles se entendam - Laura comenta e Enrico cruza os dedos para dar sorte ao casal. A multidão se dispersa e eles vão juntos, me deixando sozinha com Luigi na recepção da galeria. Nossas mãos ainda estavam entrelaçadas e eu estava me esforçando para não me sentir envergonhada com um gesto tão bobo como dar á mão para o seu namorado, no meu caso, ex-noivo.

- Espero que ela diga que está grávida e que os dois se acertem de vez - Luigi diz baixinho e me viro imediatamente na sua direção. Ele sabia esse tempo todo que a irmã estava grávida e não disse nada? Luigi vendo minha cara, completa - o que? Não sou cego, Carolina, eu sabia que ela estava grávida faz um tempo, o humor dela estava muito mutável, ela chorava as vezes e a Giulia nunca chora - ele diz com convicção, afinal era sua irmã e ele a deveria conhecer melhor do que ninguém - mas mudando o assunto, por que pegou na minha mão?

- É proibido agora eu entrelaçar a minha mão na mão do meu noivo? - digo num tom de provocação e ele sorri largo mostrando aquele sorriso que me fazia derreter por inteira - mas se você quiser que eu solte...

- Jamais deixaria você soltar ela - agora era minha vez de sorri como uma idiota apaixonada. Luigi passa o braço livre na minha cintura e posso sentir o meu corpo formigar onde ele está me tocando. Me puxando para ficar a pouco centímetros da sua boca ele diz baixinho antes de me beijar - estou feliz que tenha ficado.

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