Grávida de um mafioso romance Capítulo 168

Minha mão desce pela costas largas do meu italiano gato, nossas bocas e línguas entrando em uma sintonia perfeita. O calor e tesão acumulado aumentando á cada pegada forte de Luigi no meu corpo. Minhas costas batem contra a parede e ele segura meu pescoço, inclinando a cabeça e aprofundando ainda mais o beijo.

Me sinto tão dominada e rendida porém a voz da minha mãe me faz ter um susto.

- Vão para um quarto vocês dois - a voz arrastada do encostado do Roberto nos interrompe e quando nos desvencilhamos fico tonta pelo calor que o meu corpo emana e minha mente não consegue formar um xingamento plausível para eu chamar com Roberto.

- Carolina! No meio da rua? Vocês não tem medo de que a polícia flagrem vocês, não? - minha mãe nos repreende como se fossemos duas crianças que foram pêgos com a mão na "massa".

Pai do céu, preciso parar com essas piadas de duplo sentido, não quero acabar virando um segundo Roberto da vida, não.

- Perdão - Luigi parecia sem graca enquanto eu ainda estava dividida entre sentir vergonha pela minha mãe me flagrar beijando no meio da rua ou raiva pela audácia daquele encostado do lado dela ter falado comigo como se tivesse intimidade suficiente para nós mandar ir para um quarto.

Mas acabo decidindo que a vergonha de ser pêga pela minha mãe é maior. Me fez sentir como uma adolescente novamente.

- Bom, estamos indo embora agora - minha mãe anuncia, derretendo sua cara de durona e me puxando para um abraço apertado. Ela tinha combinado de voltar para o Brasil assim que a exposição de Giulia terminar.

Na verdade, ela voltaria antes mas como Giulia insistiu muito para ela ficar e conhecer a família Benacci, ela não teve escapatória á não ser ficar mais um dia. Porém acho que ela também ficou porque percebeu que o meu relacionamento com Luigi não estava como antes e assim ficou para dar uma ajuda para o italiano envergonhado do meu lado.

Até parece que ela é a mãe dele e não minha, defende ele enquanto briga comigo, fica do lado dele invés do meu mesmo não sabendo do que se tratava a briga ou discussão, ela sempre protegia ele.

- Mas já? Está tão cedo ainda - barganho mesmo sabendo que já era tarde da noite e eles precisavam ir para o aeroporto. Matteo a qualquer momento chegaria para levá-los até o aeroporto e acompanhar eles até o jatinho particular de Luigi. O voo seria longo e minha mãe estava preocupada com sua casa que ficou abandonada por um tempo e longe dos seus cuidados.

Posso apostar que assim que ela chegar em casa vai fazer uma faxina geral e mudar os móveis dos lugares enquanto o encostado vai dormir ou beber como de costume.

- Temos que ir, Carolina, o piloto está nos esperando na hora marcada e as bagagens já foram levadas - minha mãe passa a mão na minha cabeça, alisando meu cabelo como fazia antigamente quando eu era menor e não consigo não chorar com sua despedida. Sei que ela não está indo para nenhum lugar estranho mas fico triste por vê-la partir tão cedo, ficar perto dela essa semana foi crucial para eu me dar conta que preciso dela por perto. Sempre foi nós duas e em segundo plano o Roberto também - você vai me visitar no Brasil ou senão eu venho para cá quando o bebê estiver perto de nascer, isso é uma promessa - ela beija a minha cabeça e segue para fazer o mesmo ritual de despedida com Luigi.

- Sei que você vai sentir muita saudade de mim mas não se preocupe que a sua mãe vai cuidar muito bem de mim - Roberto brinca e quase acabado deixando escapar que eu não teria nenhuma saudade dele, nem da bebedeira dele, nem das piadas sem graça que ele conta e muito menos dos seus comentários impertinentes - vem aqui me dar um abraço de urso, Carolinazita! - ele abre os braços e me abraça, retribuo mas ele continua prolongando ao ponto de eu quase empurrá-lo para acabar o abraço - desculpe, não gosto muito de despedidas - ele diz com voz chorosa.

- Eu também não gosto de despedidas - a voz de Mariana chama a atenção de todos que estavam na porta da galeria - fico triste da senhora está indo embora justamente agora que vim para a Itália, queria muito ir as compras com a senhora - Mari sai do carro e recebe em seguida o abraço da minha mãe e a explicação de que ela precisava voltar para sua casa no Brasil.

Sem mais delongas e despedidas melodramáticas, minha mãe e o encostado, digo, o namorado dela entram no carro junto com Mari e Matteo rumo ao aeroporto.

- Se você quiser, a gente pode viajar e passar as férias no Brasil assim que o bebê nascer - Luigi me abraça tentando me confortar e passando a mão nas minhas costas igualmente como faziam com crianças quando elas se machucavam e não paravam de chorar - não chora, a sua mãe vai para o Brasil mas logo ela vai voltar para Itália para conhecer o neto ou senão a gente vai antes e faz uma surpresa, o que você acha? - ele é um fofo tentando me animar porém eu não parava de chorar - por que ainda está chorando? - ele pergunta segurando meu rosto com as duas mãos.

- Meus pés estão doendo muito - choramingo, depois de tantas horas em pé andando para um lado e para o outro sem descanso algum, meus pezinhos deveriam está cheios de calos e bolhas - eu não parei nenhum segundo para descansar ou tirar eles para aliviar um pouco, devem está cheios de calos.

- Aí, meu Deus, Carolina - Luigi ri da minha condição - eu achei que você ainda estava chorando por causa da despedida da sua mãe - ele gargalha e eu dou um tapa forte no seu peitoral, ele continua rindo quando se ajoelha na minha frente para tirar meus sapatos.

Assim que os meus pés doloridos entram em contato com o chão frio da calçada, sinto um alívio imediato até Luigi me surpreender e me pegar nos braços. Pergunto o que ele estava fazendo e ele simplesmente responde: - estou treinando para o casamento.

- Serio, Luigi, aonde você está me levando? - ele não me responde, apenas me leva nos braços, se distanciando cada vez mais da galeria. Entrando em uma rua escura e vazia, fico um pouco receosa com o que ele pretendia fazer num lugar como aquele, onde a maioria das casas pareciam abandonadas ou invadidas.

Tento não ficar paranoica achando que Luigi era um psicopata igual á Marco e que estava prestes a me sequestrar ou me trancar em algum lugar macabro e me torturar por tentar fugir com outro. Ou tatuar meu nome no seu corpo como um gado é marcado pelo seu dono, ou...meu Deus, preciso parar de pensar nesses tipos de coisas e preciso urgentemente parar de ler fanfics de mafiosos!

- Chegamos - Luigi afirma, parando na frente da fachada de uma casa abandonada e caindo aos pedaços. Ele me coloca no chão por um momento para procurar algo nos bolsos e quando faz menção de que achou, retira uma chave prateada de dentro do bolso da calça e abre a porta de madeira velha. O breu lá dentro me faz ter calafrios dos bichos que poderia encontrar lá. Me lembro da ratazana saída das profundezas dos infernos que Melissa colocou no meu quarto á mando da megera da Cassandra quando estava hospedada naquele muquifo no fim do mundo. E se tinha um lugar de onde coisas monstruosas como aquela saíam, era sem dúvidas de lugares como esse.

- Que lugar é esse, Luigi? - ponho minhas mãos nos quadris, olhando para ele e pedindo por uma explicação. Nem morta eu entraria naquele barraco que poderia muito bem cair em cima de nós dois. Se ele pensou que eu acharia emocionante ficar de pegação num lugar como esses, está completamente enganado.

- Sou eu - ele responde.

Senhor, o homem endoidou de vez!

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