Grávida de um mafioso romance Capítulo 176

- Cassandra, o que está fazendo aqui?! - não me dou conta da altura da minha voz até minha chefe colocar a mão na minha boca e me arrastar para dentro do curto túnel, onde ficava a passagem que encontrei.

- Shhh... - ela me olha feio e quando digo que não vou gritar, Cassandra vai até onde o homem ficou caído no chão e pega o rádio que estava ligado e um dos homens que deveria trabalhar com ele falava algo em italiano que eu não conseguia entender.

Cassandra responde em italiano imitando uma voz grossa e desligando o rádio, se voltando para mim ela ataca - o que você está fazendo aqui? Não estava trabalhando? - seus olhos estreitam.

- Sim, na verdade estou trabalhando ainda - minto um pouco - o Marco Almeida era namorado da Carolina e tentou fugir com ela, mas conseguimos impedir o plano dele e Matteo conseguiu que a Interpol prendesse ele pelos crimes cometidos. Por que está aqui em Roma na casa de Luigi?

- Isso não importa agora, temos que entrar na mansão, acho que algo de ruim está preste á acontecer ou já aconteceu com o meu filho e com a Carolina - seu tom sério me faz ficar ainda mais apreensiva com o que possa ter acontecido lá dentro - você sabe usar isso? - a megera olha desconfiada da arma na minha cintura.

- Hm, não. Matteo me deu antes de entrar pelos fundos da mansão - Cassandra vai novamente até o homem mascarado caído no chão, olhando para os lados e arrastando o corpo até o ponto cego onde estávamos - precisa de ajuda? - pergunto e ela me olha com uma cara de pensei-que-nunca-fosse-oferecer, após arrastar o homem para o curto túnel do portão secreto, pergunto - o que vamos fazer agora?

- Agora, eu vou entrar e procurar pelo Matteo, quem sabe ele tenha um plano - a megera prende o cabelo loiro em um coque baixo e retira um revólver de trás das costas, que estavam cobertas por um casaco preto discreto - já você, vai voltar pro carro e esperar - faço menção de discordar e ela me repreende - você sabe atirar por acaso, garota? Não, está na sua cara que nunca pegou em uma arma, então me faça o favor: se não for ajudar, não atrapalhe.

Mais disparos vindos de dentro da mansão nos fazem pular de susto, era óbvio que estava acontecendo um confronto lá dentro e Cassandra planejava entrar sozinha apenas com uma arma. Não que eu me importo com a megera porém estava envolvido a vida do filho dela. Ainda é estranho para mim associar Luigi com minha chefe, eles não se parecem em nada.

- Eu vou também - sigo firme na minha decisão e ela me olha com um quê de você-que-sabe - prometi que cuidaria da Carolina e não me importo de levar um tiro ou matar alguém com esse revólver - pego a arma que Matteo me deu e sigo com Cassandra cautelosamente para dentro da mansão.

Se esgueirando pela escuridão da madrugada, a cada minuto que nos aproximavamos mais os disparos ficavam altos e mais pertos, anunciando a localização do confronto. De repente os tiros cessam, é a deixa perfeita para Cassandra e eu andar ao redor da casa e chegar na porta de entrada. Cassandra vai na frente e entra depois de ouvir uma sequência de tiros altos.

Depois de alguns segundos não me contenho e crio coragem para entrar, ficar naquela ansiedade e preocupação sem saber o que tinha acontecido era tortura demais. Me esgueiro furtivamente pela porta da frente e quando vejo o cenário em que a sala se encontrava, sinto a bile subir pela garganta.

Varios corpos de homens mascarados estavam mortos no chão, a cerâmica branca estava manchada pelo sangue carmesim que crescia mais e mais. No centro da sala de estar, estava Cassandra em pé, outra mulher loira estava convulcionando no chão, outro corpo de uma jovem estava caído ao lado do corpo de Carolina, mantinha os olhos fechados.

O desespero me toma quando vejo o roupão branco que a minha amiga estava usando completamente manchado de sangue, o pior passa pela minha cabeça e dou um grito chamando por ela. Correndo na sua direção avisto num canto direito o corpo de Matteo caído no chão, a camisa branca coberta pelo terno estava manchada de sangue. Minha cabeça gira com tanto sangue e com tanta desgraça que tinha acontecido nessa mansão.

- Ela está bem! - Cassandra grita após colocar os dedos no pescoço de Carolina para verificar seus sinais vitais, um alívio me preenche por saber que ela ainda está viva - mas temos que tirá-la daqui urgente, ela perdeu muito sangue e não sei se o bebê pode está bem. Você viu Luigi? Eu não estou vendo ele pela sala.

- Eu também não estou vendo - digo para ela, indo na direção do corpo caído de Matteo, tento ver seus sinais vitais com minhas mãos trêmulas e quando o toco ele vira a cabeça para o lado e tosse sangue - Matteo, você está bem? - ele continua tossindo e eu chamo a atenção de Cassandra - Matteo está aqui, ele parece vivo.

- Parece vivo? - a megera ergue uma sobrancelha e vem até onde nós estávamos na sala - Matteo, onde está o Luigi? O que aconteceu aqui? - ela o enche de perguntas.

- Eu...não sei... - ele tosse e Cassandra me diz para não tocar em nenhum dos dois porque qualquer movimento poderia piorar a situação deles.

Fico observando a megera se afastar um pouco dos corpos e sacar o celular de dentro do bolso da calça preta e discar um número.

- Vamos, droga, atenda! - ela disca novamente e na segunda tentativa a pessoa atende a ligação - não me interessa que você não quer falar comigo, preciso de você aqui urgente. Aconteceu um atentado na casa de Luigi e todos os seguranças foram mortos, tem vários homens mascarados mortos no chão também - houve uma pausa, como se a pessoa do outro lado da linha desse instruções e fizesse uma pergunta no final - tudo bem, preciso de uma ambulância urgente, Carolina está sangrando e Matteo está muito mal - ela faz uma pausa novamente antes de encerrar a ligação - tudo bem - virando para mim, ela avisa - chamei ajuda.

***

No hospital, quase toda a família Benacci estava reunida. Alguns eu conhecia das manchetes que a Montero e outras revistas comentavam sobre. A mulher morena de cabelo na altura dos ombros era, Laura, a atual esposa do Sr.Benacci e madrasta de Luigi.

A mulher mais jovem que estava do lado de Laura deveria ser sua filha, Giulia, a segunda filha do Sr.Benacci e irmã mais nova de Luigi. Ela era fotográfa e dona da exposição que aconteceu hoje cedo. Ao lado dela, um homem de beleza mediana tinha as mãos enlaçadas com as delas, presumo que seja Frederico, o noivo da mesma.

Bem próximo aos dois, estava outro garoto que somente pelo rosto já sabia que era o terceiro filho do Sr.Benacci com Laura, Enrico, acho que não tinha como esquecer das suas festinhas particulares obscenas que esbanjavam luxúria e dava um prato cheio para os fofoqueiros de plantão das revistas mais famosas do mundo.

Todos estávamos no corredor do quarto em que Carolina estava sendo atendida, ninguém havia dito sequer uma palavra desde que o médico entrou no quarto da minha amiga. O silêncio e a tensão fizeram questão de preencher o ambiente quase vazio, não dando espaços para outra coisa que não fosse pensamentos positivos e preocupados com o bebê.

Assim que a porta se abre e o médico sai de dentro com a cara séria usual, todos entram em alerta e se aproximam fazendo um semicírculo ao redor do doutor. Cercado pelas pessoas, o médico procura pelo responsável pela grávida e me apresento como amiga. Giulia também se apresenta como cunhada e pergunta se pode visitar Carolina.

Tento não sentir uma pontada de ciúmes, se tinha alguém ali que Carolina queria ver era eu e não a cunhada. A madrasta de Luigi intervêm e diz para o médico dizer se Carolina está bem ou não, e se o bebê vai sobreviver ou não.

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