Grávida de um mafioso romance Capítulo 177

- O caso da Carolina é grave - o médico anuncia e a tensão no corredor se tornar palpável - houve um deslocamento da placenta. Conversei com a médica dela, a Dra.Ellen, e não tem possibilidade da Carolina parir o bebê, ela ainda não completou nem a vigésima semana de gravidez e não é recomendável. O sangramento ainda não parou e temo que isso possa levar um dos dois á óbito.

Assim que o médico diz aquelas palavras, sinto meu coração se afundar na caixa torácica. Não era possível que algo tão ruim possa acontecer com a minha amiga, tudo bem que no início ela nem queria ficar grávida porém quando o tempo passou e a barriga cresceu, ela desenvolveu um sentimento materno forte pelo bebê. Seria tão injusto tirar das suas mãos a benção de dar a luz á um filho. Seria tão cruel!

- Fizemos o ultrassom para ver o estado do bebê e ao que tudo indica, o sangramento é apenas externo, caso fosse interno ou no útero poderia ser fatal para o bebê. Carolina deve ficar em observação e todos temos que torcer para o sangramento cessar - o Dr. William dá um meio sorriso para passar boas vibrações e esperança nas pessoas que pareciam estar sem chão ao seu redor.

Assim que o doutor vai embora, o grupo reunido se dispersa. Laura, Frederico e Enrico vão para a cantiga buscar algo para forrar a barriga, mas Giulia fica e diz para eles buscarem um café expresso para ela.

Estando sozinha com a cunhada de Carolina no corredor quase deserto, ela toma a iniciativa de se aproximar e puxar assunto.

- Você é a famosa Mari, não é? - a mulher de cabelo castanho mediano vem até mim, me observando da cabeça aos pés e eu balanço a cabeça afirmando - onde você estava esse tempo todo, hein? Carolina precisou de apoio, de uma amiga e ela continuava falando bem de você para mim, mesmo você tendo a abandonado num momento mais difícil. Sabia que naquele mesmo dia que você brigou com ela por ligação, foi o mesmo dia em que tentaram matar ela no Salão dos Milani? E onde você estava, Mariana, hein? - ela me ataca com palavras e avançava na minha direção.

- Eu não vou brigar com você pois sei que esse é um momento delicado, mas eu não tive culpa dela... - minha voz falha e meu coração de aperta mais com as acusações dela. No fundo eu me culpada da mesma forma que Giulia estava me culpando - ...dela quase ter morrido. E também, toda desculpa e satisfação que eu tinha para dar, eu dei para a Carolina. Não me interessa se você não entende o porquê me afastei dela naquela época e também não me interessa o que você pensa de mim, então não precisa ficar aqui para marcar território, Carolina é a minha melhor amiga e não vou sair de perto dela.

- Você diz isso mas saiu á muito tempo atrás, você virou as costas para ela! Carol não tinha ninguém para ficar naquele mês em que passou trancada no quarto achando que Luigi tinha traído ela, Carol não tinha para quem desabafar porque você a abandonou! - ela gritava e apontava o dedo no meu peito, me encurralando aos poucos - mas ela encontrou alguém que nunca vai abandonar ela, Carol encontrou alguém que permaneceu do lado dela e que sempre a animou nos dias triste. Eu fui essa pessoa, eu preenchi o lugar que você tinha, então não precisa ficar aqui e pagar de boa amiga como fachada para não se sentir culpada. Porque no fundo você sabe que teve culpa!

- Silêncio, por favor! - uma enfermeira que passava por nós no corredor, entra no meio de nós duas para nós afastar e reforçar o aviso - se lembrem que esse é um hospital, e tem pessoas doentes na mesma situação ou pior do que a amiga de vocês. Repeitem isso.

Me afasto vendo que Giulia não sairia da frente da porta do quarto em que Carolina estava em observação. Não quero causar confusão, muito menos em um hospital. Portanto decido dar uma volta para espairecer, toda aquela cena sangrenta e fúnebre na sala da mansão de Luigi ainda rebobinava em minha cabeça. O desespero quando eu vi Carolina no chão e depois quando eu vi o Matteo.

Nunca imaginei que teria tanto medo de perder uma pessoa que eu nem ao menos conhecia o passado ou presente.

Remoendo coisas em conjunto com a mini culpa na minha cabeça, chego a sala de espera sem perceber. Dou um passo para dentro porém me detenho quando vejo Cassandra conversando com Giovanni, o pai e a mãe de Luigi.

Olhando os dois juntos discutindo me faz questionar se algum dia eles foram unidos, acho que não pois senão Cassandra não teria abandonado ele e nem o filho pequeno.

- Você não deveria ter ultrapassado o limite que impus, não deveria tê-lo procurado e não deveria nunca tentar fazer contato com ele. Esqueça que ele existe! - o Sr.Benacci sussurra-grita segurando o antebraço da megera da Cassandra. Ela o puxa na mesma hora em que ele para de falar.

- Ele é o meu filho! Não posso simplesmente esquecer que ele existe, não me importa as suas ameaças, ele é o meu filho e não vou descansar enquanto não encontrá-lo - a megera lança um olhar furioso para o homem na sua frente e ele faz o mesmo, antes de ambos soltarem um suspiro longo de cansaço - deveríamos unir forças para procurá-lo e não brigar pelo passado...

- Não vou me juntar para procurar o meu filho com você - ele j**a na cara da mulher que agora massageava as têmporas sem paciência - meus homens estão procurando por ele e logo vão encontrá-lo, não preciso me juntar com você. O que você sabe afinal sobre desaparecimentos e busca? Nada, você não sabe nada além de fugir e abandonar o barco na primeira dificuldade!

- Você quer falar do passado? Ótimo, vamos falar sobre o passado, vamos desenterrá-lo afinal de contas isso irá ajudar muito á encontrar nosso filho sequestrado - Cassandra gesticula com as mãos exageradamente e agora era Giovanni que passava a mão no rosto para conter a fúria - sinceramente, Giovanni, achei que você tinha entendido o meu lado depois de tantos anos, depois de tanto tempo achei que você poderia ter mudado. Pelo visto eu estava errada! - essas são as últimas palavras da Cassandra antes de sair apressada pela saída mais próxima.

***

Parando na frente de outro quarto hospitalar, bato na porta branca e uma voz lenta e grave me dá permissão para entrar no cômodo. Matteo estava deitado numa cama mexendo no celular e parecendo curtir o silêncio em seu quarto hospitalar. Ele dá um meio sorriso quando entro e vou até a pequena mesa perto da cama, onde tinha uma prancheta relatando seu estado.

- Você nem parece que levou dois tiros, está quase novinho em folha - brinco retornando a prancheta á mesa. Ele dá uma risada de meio segundo e volta a ficar sério. Deveria estar preocupado com a Carolina e com Luigi - Carol está em observação, estamos torcendo para que o sangramento pare. Matteo, posso te perguntar uma coisa? - ele balança a cabeça afirmando - como você começou a trabalhar para a Cassandra?

- Ah, isso foi...faz muito tempo, acho que nem lembro direito de como foi minha contratação - ele saí pela tangente para não dizer como realmente se conheceram e isso só me faz ter certeza que tem alguma coisa envolvida com o seu passado sombrio - mas por que essa pergunta agora?

- Por que eu queria saber como você faz para aguentar a megera, às vezes...não! Na maioria das vezes, quase o tempo todo ela é bem mala como os funcionários que trabalham para ela ou para a Montero - Matteo gargalha alto porém acaba se magoando e coloca a mão em cima do curativo, me assusto e coloco a mão no curativo dele também o repreendendo pela gargalhada escandalosa.

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