Grávida de um mafioso romance Capítulo 178

Acordo com a voz alta da megera da Cassandra, ela tinha entrado no quarto de Matteo e estava nos encarando desconfiada com um sobrancelha no alto. Passa dois segundos para eu acordar e me deparar com a situação embaraçosa e comprometedora em que Matteo e eu estávamos.

O italiano tinha praticamente me obrigado a me deitar do seu lado na cama quando me pegou cochichando na cadeira de plástico que ficava no canto do quarto. Agora sob o olhar acusatório de Cassandra, pareceu uma péssima ideia ter aceitado sua proposta de dividia a cama. E se o médico ou a enfermeira entrasse no quarto e nos flagrasse? Que vergonha!

- O que aconteceu? - pergunto saindo imediatamente da cama de hospital que dividi antes para um soneca com Matteo e Cassandra olha demoradamente para Matteo, se assegurando que ele ainda estava dormindo para me contar o motivo de estar aqui - Carolina piorou? Aconteceu alguma coisa com o...

- Não, pelo contrário - Cassandra fala baixinho e nos distanciamos de onde Matteo dormia - o sangramento parou e Carolina acordou, ela está um pouco...nervosa - ela revira os olhos como sempre fazia no trabalho para algum funcionário que estava dando desculpas esfarrapadas - acho melhor você ir ver ela e tentar acalmá-la.

Saindo do quarto e deixando Matteo ter o resto da noite de descanso, me dirijo ao lado da minha chefe pelo corredor onde ficava o quarto de Carolina, encontrando Giulia e Frederico na porta junto com o doutor.

Apresso os passos para pegar o finalzinho da explicação do Dr.William sobre minha amiga entrar em completo repouso.

- Tudo bem, doutor, agora eu posso entrar para vê-la? Preciso falar com ela e a confortar para ela saber que todos estão felizes pela notícia - Giulia pergunta ao médico ao mesmo tempo que me alfineta, eu sei que ela deveria está dizendo aquilo somente porque eu estava ouvindo. Porém, não vou ficar calada, conheço Carolina primeiro. Somos praticamente irmãs.

- Doutor, perdão a intromissão mas acho melhor eu entrar primeiro, sou a melhor amiga e a pessoa que mais conhece a Carolina aqui - não preciso olhar para a cara de Giulia para saber que ela deve está fervendonde raiva. Tenho ciência o quanto estou parecendo infantil com esse tipo de comportamento, porém alguém tinha que abaixar a bola dessa fulana que chegou agora na história e pensa que conhece Carolina melhor que eu.

- Sinceramente, acho melhor não, você é só amiga dela, os familiares vem primeiro - seu olhar me perfura e o seu noivo tenta dizer que seria melhor eu entrar primeiro porém ela o ignora e continua, agora fitando o médico - sou cunhada e a pessoa mais próxima dela ultimamente.

- Eu conheço Carolina desde que começamos a trabalhar na Montero, tenho mais tempo de vivência com ela, tenho absoluta certeza que sou a pessoa indicada para entrar primeiro e tentar acalmá-la - Cassandra pela primeira vez na dace da terra concorda com alguém e esse alguém era eu, não consigo esconder meu espanto ao olhar ela do meu lado e a mesma me retruca com um olhar eu-sei-admitir-a-verdade-as-vezes.

- Doutor... - Giulia tenta persuadir o médico para a deixar entrar primeiro porém o Dr.William parecia cansado com aquela discussão boba de quem entraria primeiro no quarto de Carolina.

- Senhoritas, por favor se acalmem, todos vão poder entrar no quarto, apenas algumas restrições impedem que todos entrem de uma só vez - ele suspira e prossegue - a paciente está um pouco nervosa e exigiu que somente uma pessoa entre no quarto para conversar com ela... - assim que o médico diz aquilo, minha esperança acende, com certeza ela diria que queria apenas a minha presença e não a da Giulia.

- Entendemos, Dr.William - Frederico anuncia e Cassandra assim como todos presentes, assentem com a cabeça - quem é a pessoa que Carolina exigiu ver e conversar?

- Sim, doutor. Quem foi a pessoa que Carolina escolheu para receber primeiro? - Giulia diz olhando para mim.

- Tenho certeza que é alguém que ela confia muito e que a conhece ao ponto de fazê-la se acalmar - digo encarando a irmã de Luigi que parecia irritada com minha afronta.

- Tudo bem, doutor, apenas diga logo quem é essa pessoa - Cassandra pressiona o médico e ele olha para o rosto de cada um de nós que aguardava ansioso.

- Matteo - o Dr.William pronúncia o nome e todos parecem incrédulos com a resposta - Carolina disse que queria falar somente com Matteo, onde ele está? -o médico fala olhando para os lados e uma voz rouca e lenta atrás de mim, anuncia a chegada do italiano.

- Estou aqui! - ele diz levantando uma mão e passando por mim e Giulia, que mantinha a cara de surpresa. Quando ela percebe que eu estava a encarando, vira o rosto para o outro lado.

- Você não deveria está deitado, meu jovem? - o médico olha para o italiano e sua bata hospitalar de cor desbotada, ele ainda tinha a mão no curativo que embalava seu peitoral onde tinha sido ferido - que me lembre de seu diagnóstico, você levou dois tiros, um acertou o pulmão e outro o fígado. Deveria está descansando.

- Perdão doutor, mas se a Carolina precisa falar comigo então tenho que obedecer o seu desejo, sou o segurança dela e tenho certeza que ela quer notícias do seu noivo - Matteo diz para o médico e o mesmo libera a passagem que dava para o quarto de Carolina.

O Dr.William vai embora cuidar de outro paciência quando uma enfermeira passa avisando que precisava dele em outro quarto.

Matteo anda lentamente até a porta e entra para conversar com Carolina, assim que a porta se abre, todos que estavam na frente da porta consegue ver através da brecha feita por Matteo ao entrar, Carolina estava deitada na cama gritando com uma enfermeira que ajeitava o soro pendurado num suporte de aço. Sua expressão me corta o coração quando ela nota Matteo entrando no cômodo.

- Matteo! Por favor, por favor, você precisa achar o Luigi! Levaram ele quando estava acontecendo os disparos, se lembra quando você foi atingido? - ela dizia freneticamente de forma descontrolada que até a enfermeira tinha pena do seu estado de nervos - eu vi quando o capanga daquela maluca esfaqueou ele, mas ele não o matou, ele não o matou! Luigi foi sequestrado! Eu não sei o que aquela maluca fez mas você precisa encontrar ele!...

A porta se fecha porém os gritos de súplica de Carolina ainda são ouvidos no corredor. Giulia coloca a mão na boca e chora no peito do noivo quando o nome de Luigi é mencionado. Cassandra parecia perdida em pensamentos e até pensei ter visto ela secar uma lágrima do rosto. Porém não tinha como saber, eu ainda estava em choque por tudo o que aconteceu, não saía da minha cabeça como alguém poderia ser tão mau ao ponto de arruinar a felicidade de alguém.

Naquele momento em que deixamos Carolina e Luigi na frente da galeria, eles pareciam tão felizes, parecia que tudo estava prestes á se encaixar, entretanto essa desgraça aconteceu: Carolina quase correu risco de vida com o bebê, Luigi foi sequestrado, Matteo foi baleado e quase todos os seguranças da mansão foram assassinados friamente.

Era como se tudo isso não passasse de um castelo de cartas desmoronando e arrancando a esperança de todos. Me sinto frustrada que não sei o que vou fazer, não sei o que dizer para a mãe de Carolina.

- MATTEO, ELE ESTÁ VIVO, EU SEI DISSO! EU SINTO ISSO! PAREM DE COLOCAR ESSE TRANQUILIZANTE EM MIM, PRECISO ENCONTRAR LUIGI! PRECISO SAIR DAQUI! - Carolina berrava dentro do quarto e o som ficou mais alto quando uma enfermeira entrou no quarto dela correndo com uma seringa na mão - MATTEO ME PROMETA QUE VAI ENCONTRA-LO, LUIGI ESTÁ VIVO! ELE NÃO MORREU, ELE NÃO PODE MORRER! ELE NÃO PODE! NÃO PODE ME DEIXAR! - ela chorava e não me contenho e começo a chorar também, Giulia soluçava no peito do noivo e Cassandra havia se retirado.

Assim que Matteo sai de dentro do quarto, praticamente expulso pelas enfermeiras que tentavam apaziguar a raiva da minha amiga com calmantes, ele se vira para Giulia que tinha o rosto enterrado no peito do noivo e depois me olha com os olhos vermelhos. Abrindo os braços lentamente e vindo na minha direção, me permito abraçá-lo e deixar que me conforte da mesma maneira. Deixo que minhas lágrimas molhem sua roupa hospitalar enquanto ele afaga minha cabeça dizendo que tudo isso iria passar.