Grávida de um mafioso romance Capítulo 180

- Carol, posso entrar? - Giulia pergunta assim como das outras vezes que veio me visitar. Forço um sorriso e digo a mesma resposta simpática "sim, claro".

Giulia e Mariana estavam revezando para me vigiar, me sinto numa prisão sem poder sair além dos muros e seguranças que cercam essa propriedade.

M*****a hora que concordei em vir para essa casa, ainda acredito que Luigi possa voltar para a mansão, eu deveria está lá esperando por ele.

Porém preciso ficar em repouso absoluto depois do acidente com o meu bebê, acaricio minha barriga e continuo olhando para a janela que dava para o jardim. Fico várias horas do dia observando aquela área verde lá em baixo e imaginando como foi a infância de Luigi. Afinal, ele cresceu nessa casa e passou boa parte da infância brincando com os irmãos naquele jardim, até um dia conhecer as Ferraza...

Não saída da minha cabeça a confissão da Raquel, a sua obsessão pelo meu italiano. Foi uma baita surpresa, nem mesmo Luigi poderia imaginar que a Raquel gostava dele desde a escola, fico pensando se a Bárbara sabia de algo e fechou os olhos para a obsessão da irmã. Talvez tudo tivesse acabado sem mortes naquele dia se a Barbara estivesse lá para comprovar ou talvez deter a irmã mais nova.

- Carol? Carol? - Giulia balança a mão na frente do meu rosto, chamando a minha atenção. Devo ter ficado aérea outra vez, forço um sorriso e olho para a minha amiga - eu estava perguntando se você está bem, se não está sentindo nenhum incômodo ou contração...

- Está tudo bem, Giulia - respondo para ela e vejo a sua expressão preocupada, assim como eu, ela também estava grávida e precisava descansar, se cuidar - por que não me fala como vai o bebê? Depois daquela noite não falamos sobre o que aconteceu com você e com o Frederico na galeria, me conta! Como foi? - mostro um pouco de curiosidade e isso parece aliviar um pouco a preocupação estampada no seu rosto.

- Aconteceu que - Giulia se senta numa poltrona perto da onde estou sentada em frente a janela e começa a conversa - eu contei tudo á Frederico e ele ficou pensativo por alguns minutos, fiquei achando que tinha tomado a decisão errada ao contar para ele que estou grávida porém ele me surpreendeu e me levou para uma igreja, fes algumas ligações no caminho e... - Giulia retira um colar pendurado no seu pescoço que estava escondido por debaixo da blusa e revela um anel de brilhantes - casamos em segredo, não tínhamos ainda sabido do ocorrido com o meu irmão e nem com você.

- Fico feliz que vocês tenham se acertado - digo me lembrando imediatamente da esperança de Luigi que matei naquela mesma noite ao dizer que tudo entre nós estava acabado. Eu me despedi dele sem nem perceber.

Tudo naquele momento parecia uma despedida e não percebi, as palavras que prometemos um ao outro, os beijos e as caricias. Parecíamos saber inconscientemente o que nos aguardava ao chegar naquela mansão.

Precisou eu perdê-lo para ver que não consigo viver longe dele, viver sem ele. É um fardo todo santo dia em que não o tenho ao meu lado, sinto a culpa nas minhas costas, naquela noite Luigi foi levado acreditando que Matteo o traiu comigo e que eu não o amava suficiente ao ponto de deixar nosso amor prevalecer acima das mentiras que atravessaram nosso caminho. Eu tirei as esperanças dele. Ou nem todas. Acaricio a barriga e penso na lembrança doce da primeira vez que o bebê.

- Não fica assim, Carol - Giulia notando a minha tristeza, se levanta e me abraça - Luigi vai voltar, Matteo e papa estão fazendo de tudo para encontrá-lo e quando ele voltar, tudo vai ser como antes, acredite - ela me dar um beijo na bochecha e não seguro a lágrima que me escapa. Não tenho certeza que Luigi possa voltar, a incerteza de saber se ele está bem ou não, de saber se ele ainda continua vivo ou não está me matando por dentro! - acho melhor você descansar - balanço a cabeça e ela vai embora, me deixando sozinha no quarto.

Me movo para a cama e pego meu celular, colocando os fones automaticamente e pondo para tocar algumas das faixas que Luigi gravou contando uma historinha para o nosso bebê ouvir de noite. Ele havia feito isso enquanto minha mãe estava nos visitando na mansão, ele fez ela acreditar que seria ótimo ouvir todas as noites para acalmar o bebê quando estiver agitado. Mas quem diria que essa historinhas acabariam me acalmado? Ouvir a voz de Luigi e pensar nele quase o tempo todo, me mantém confiante no fio de esperança em que estou me agarrando. Luigi vai voltar, se não por mim, vai ser pelo nosso filho. Eu sei disso.

Eu sinto isso.

***

Me acordo e verificando o horário no meu celular, ainda não passava nem das dez da noite. Me levanto da cama e me arrasto até a porta, ao colocar a cabeça para fora não encontro nenhuma das minhas duas carcereiras.

Minha barriga roncava de fome e o plano era bem simples, apenas descer as escadas cuidadosamente e ir até a cozinha assaltar algo na geladeira.

Tenho saudades até mesmo de fazer coisas simples como essa, após o acidente não consigo ficar nenhum minuto sozinha, sempre tem algum empregado ou alguém por perto para fazer algo por mim. Era desesperador você não conseguir ao menos ir ao banheiro sem alguém bater na porta a cada cinco segundos para perguntar se você está bem. Não era como seu fosse desmaiar ou me suicidar dentro do banheiro. Eu preciso está viva e bem para quando mru italiano gato voltar.

Ando pelo corredor e desço as escadas com cuidado para não acabar tropeçando na escuridão, segurando sempre no corrimão consigo chegar até o térreo. Porém eu não parecia ser a única pessoa acordada nessa casa, a luz da sala estava acesa e vozes familiares alteradas poderíamos ser ouvidas de longe. Me aproximo e me esguerio por detrás de uma parede com cortina e vejo a discussão entre Laura e...Cassandra? O que a megera estava fazendo aqui?

Eu sabia que Cassandra ou Amélia, ou como ela queira ser chamada, estava querendo se unir com o Sr.Benacci nas buscas por Luigi e sinceramente acho que quanto mais pessoas procurando por ele, melhor. Entretanto a minha opinião parece ser divergente da de Laura.

- Você não tem nada o que fazer aqui na nossa casa, achei que Giovanni tinha deixado bem claro para você quando estávamos no hospital - ela lança um olhar furioso para Cassandra que parece está á beira de explodir - não precisamos da sua ajuda e não me interessa saber se você se arreprendeu ou não de ter abandonado Luigi quando pequeno com o Giovanni. Então não adianta pagar de vítima e tentar me convencer que o passado é passado e não teve importância porque para Luigi teve muita importância. Você sabe o estado em que ele ficou quando você o abandonou? Ele se isolou e somente voltou a ser um garoto normal quando me conheceu e viu que tinha uma família de verdade!

- Não estou diminuindo seu papel na vida de Luigi e muito menos estou me colocando no lugar de vítima, o fato é que eu me arrependi, sou um ser humano que pode cometer erros assim como acertos e ter deixado Luigi com o Giovanni foi um desses erros - Cassandra diz olhando para Laura que mantinha seu olhar raivoso - eu só estou pedindo, como mãe, que você tente conversar com o Giovanni para ele me deixar ajudar nas buscas pelo nosso filho. Eu sei que posso parecer uma ameaça para sua família perfeita, mas garanto a você que não tenho nenhum segundo interesse á não ser achar Luigi vivo. Eu sei que você foi uma mãe para ele e peço em nome desse amor que você sente por ele, para conversar com Giovanni para me permitir ajudar nas buscas, por favor.

Cassandra deixa as palavras morrerem e Laura fica em silêncio por um bom tempo antes de concordar e dizer que vai tentar conversar com o marido para deixá-la ajudar nas buscas pelo meu italiano gato. Apesar da megera ser uma megera de nível supremo, não posso negar que fiquei um pouco comovida com o seu pedido, nunca vi Cassandra implorar nada para ninguém e muito menos dizer a palavra "por favor", na empresa ela fazia questão de riscar essas duas palavras dos nossos dicionários.

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