Grávida de um mafioso romance Capítulo 181

- Pode entrar! - digo para a pessoa que estava batendo na porta, obviamente deveria ser Giulia me chamando para tomar café da manhã, notei que ontem de noite enquanto assaltava a geladeira que Mari tinha chegado tarde. Quando nos esbarramos no corredor, questionei onde ela havia ido, eu tinha quase certeza que Mariana estava escondendo algo de mim, algo sobre a busca por Luigi.

Quando ela desconversou me repreendendo por estar de pé naquele horário assaltando a geladeira, tive certeza que se tratava de alguma nova pista, porém ela não me diria nem se eu insistisse. Mari e Matteo estavam pisando em ovos quando se tratava de revelar alguma nova pista, depois de dias e de tantas pistas falsas, a família estava quase se conformando que nunca mais veriam Luigi.

Eles já haviam descartado sequestro porque ninguém ligou ou tentou contato para pedir dinheiro, então eles deram isso como vingança e estavam vigiando a Bárbara, já que ela era a maior suspeita. A esperança estava se tornando escassa nessa casa, a cada dia que se passa.

- Carolina, posso falar com você? - uma voz grave e meio rouca se pronúncia e quando olho para a porta encontro o pai de Luigi. Sua expressão estava sempre dura, fazendo parecer que sempre fora um homem sem meias palavras e rude. Faço um sinal para que ele entre dentro do quarto e quando me sendo numa das poltronas perto da cama ele continua - quero pedir que não se meta nas buscas pelo meu filho e nem que dê qualquer tipo de pista ou noticia que recebermos sobre a busca por Luigi para aquela mulher chamada Cassandra.

- Mas por que? - pergunto e ele suspira - Cassandra mostrou bastante interesse em participar das buscas, acho que seria bom ter mais gente procurando por Luigi e como ela é uma pessoa influente no meio jornalístico, penso que isso pode ser de grande ajuda. E apesar de tudo ela é a mãe dele...

- Não ouse dizer que aquela mulher é a mãe do meu filho! - Giovanni explode - ela o abandonou quando era apenas uma criança, então por que ela não fez o que sempre fez esses anos todos e continuou vivendo sua vidinha no Brasil? Por que tinha que vir para a Itália fingir que se importa com ele? - o pai de Luigi anda de um lado para o outro xingando Cassandra e segundos depois aponta o dedo para mim - estou avisando Carolina, fique longe daquela mulher e das buscas por Luigi. Seria melhor que nunca tivesse te conhecido, toda essa desgraça que aconteceu na vida dele é culpa sua! Você é igual á Bárbara, uma cópia fiel da Amélia! Seria melhor que você sumisse, não o meu filho! - ele sai do quarto batendo a porta.

Ainda sentada na poltrona, passo a mão na barriga e tento não levar aquelas palavras para o pessoal. Eu sei que deve estar sendo difícil para ele administrar tudo na máfia e não ter notícias sobre o filho desaparecido, deve estar sendo difícil até mesmo respirar e dormir á noite.

Eu compreendia aquele desespero dele, porém eu não poderia deixar transparecer, tenho que ter fé que o meu italiano possa voltar. Confio nas palavras que Matteo me disse naquele dia no hospital: "vou encontrá-lo, prometo".

***

- Não, obrigada - digo para a nonna que enchia meu prato de brioches, pãezinhos e frutas. Nesses dias em que estou vivendo aqui, a nonna se mostrou bastante calma com a situação e sempre que podia cuidava de mim. Sempre me empanturrando de comidas e alertando do repouso absoluto que o médico mandou.

Todos pareciam pisar em ovos comigo por eu estar grávida, a não ser o meu ex-sogro, que não fazia nenhuma questão de mostrar sensibilidade comigo. Estava bastante claro para mim e para todos que a minha presença nessa casa era incômoda para ele. E depois da sua explosão no meu quarto, estava mais que claro que ele não se importava nem um pouco comigo e nem o com o bebê que estou esperando de Luigi.

"Não leve para o pessoal, não leve para o pessoal..." eu dizia para mim mesma porém estava criando ranço desse homem.

- Carol, tem uma pessoa que quer conversar como você - uma das empregadas anuncia na porta da sala de jantar. Os olhares de todos á mesa são atraídos imediatamente para mim e depois para a figura que aparece atrás da porta ao lado da empregada: Cassandra.

Eu não precisava olhar para a mesa pois sabia que encontraria o olhar fulminante de Giovanni em mim e o olhar acusatório dos outros familiares dele. Então me levanto da cadeira e quando estou prestes á sair, uma batida na mesa me faz olhar para trás e fixar meus olhos no homem bravo que estava de pé olhando para mim e para Cassandra.

- O que essa mulher está fazendo aqui, Carolina? Pensei ter sido muito claro na nossa conversa uma hora antes! - ele b**e outra vez na mesa e todos ficam em silêncio, até mesmo a nonna parou o que estava fazendo e abaixou a cabeça - não vou aceitar que eu seja desrespeitado dessa forma na minha própria casa! Essa mulher não entra mais aqui e você pode pegar suas coisas e ir embora agora mesmo! - Giulia tenta dizer algo porém é cortada pelo pai - não questionem minha decisão!

- Ótimo! - não me controlo e explodo também - eu sei que era isso o que o senhor queria desde que cheguei nessa casa, está bem aparente que não gosta de mim e nem se importa com o seu neto! - tento não me intimidar com seu olhar furioso e nem com o silêncio em que a sala de jantar ficou e continuo - e aquela mulher está aqui porque eu chamei ela, e se ela quiser se juntar nas buscas por Luigi eu vou deixar, porque querendo ou não ela é mãe dele, independente do passado de vocês e de tudo o que aconteceu, não me interessa! Estou desesperada assim como todos nessa casa, mas não vou cometer o erro ridículo de recusar a ajuda de uma pessoa que pode ser eficiente em algo que não estamos conseguindo ser! Mas se o senhor quer continuar nessa briguinha ridícula o azar é seu! Eu vou embora hoje mesmo! - grito.

- Basta! Ninguém vai embora dessa casa! - olhares são atraídos para a única pessoa que estava de pé e batendo na mesa, a nonna estava vermelha de raiva, eu nunca a tinha visto ficar naquele estado - eu sei que o momento é difícil para todos porém brigar não vai nos levar á lugar algum, não irá fazer-nos encontrar Ézio mais rápido. E se achá-lo mais rápido implica a ajuda dessa mulher, então estou disposta a aceitar sua ajuda, mesmo a maioria sendo contra - ela anuncia olhando para o filho que fervilhava de raiva e logo deixava a mesa para entrar dentro do seu escritório, aonde permanecia a maior parte do tempo.

- Muito obrigada, nonna - digo para a senhora que recuperava aos poucos o tom normal da sua face enrugada e saio da sala de jantar. Cassandra me acompanha até o jardim onde poderíamos conversar á sós e respirar um pouco de ar puro depois de toda aquela tensão.

Depois daquelas palavras de Giovanni, fui até o quarto de Mariana e bati na porta até ela acordar e mandar uma mensagem para a megera dizendo que eu queria conversar com ela.

Acho que nem ela mesma acreditou no que eu estava dizendo e nem eu mesma acreditava que um dia eu queria conversar com Cassandra, depois de todo o inferno que ela fez na Montero.

A explosão do Sr.Benacci momentos antes, apenas me confirmou que ele estava cego pelo rancor que tinha pela Amélia e por tudo o que sucedeu no passado deles. E tendo a esperança que a colaboração de Cassandra possa ajudar a encontra meu italiano, eu não mediria esforços para aceitá-la nas buscas, mesmo se para isso eu tivesse que ficar contra os Benacci ou sair dessa casa. Porém graças á nonna, eu não teria que fazer isso, ela mostrou que sua força de vontade de encontrar Luigi era maior do que o ódio que seu filho tinha pela minha ex-chefe.

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