Capítulo 353 – Piedade
Enzo
Minha mulher estava segura e comigo, mesmo eu ainda estando bravo em saber que ela se arriscou sem pensar no nosso bambino que carrega em seu ventre, não posso negar o quanto eu acho extremamente sexy minha mulher ser “foda” desse jeito.
Mas paz é tudo que não tenho, nunca. Meu tio ainda é refém do Lorenzo, os Dons ficaram de me ajudar com isso, mas ainda não me mandaram notícias. Mia principessina e mia sorella estão trancadas em um andar com malditos terroristas, e para finalizar. Temos uma bomba em algum lugar dentro de um hospital, que irá explodir em duas horas e meia.
Ah, também tem ele, Peppe, mio migliore amico, meu braço direito que pelo visto decidiu entregar o coração dele depois de anos a uma certa ragazza que estava presa junto da mia sorella e bambina. E estava se tornando um problema para mim neste momento, junto com todos os outros.
— Peppe… Se não parar de andar da una parte all'altra, juro por Dio, que vou atirar em seu pé para que pare! — Eu disse irritado, pois era isso que ele estava fazendo, me irritando.
— Você podia deixar ele, Enzo, é bem desse jeito que você fica quando é a Lena. — Brady me disse.
— Desculpa, Don, não consigo evitar.
— Estamos juntos, Peppe, eu estou desse jeito. Ou talvez pior, porque além de querer ter a Jo no meu braço, segura, também quero esganá-la. — Alguns de nós rimos, mas mio amico Alex permaneceu sério. Estávamos esperando a resposta dos seus rapazes para darmos nosso próximo passo.
Me aproximei dele, encostando na parede ao seu lado.
— O que se passa em sua cabeça, mio amico?
— Eu já desconfiava que isso era um ataque terrorista, nossa morte é importante para Lorenzo, mas não para o mundo. — ele me respondeu.
— Ah, não diga isso, io sono Enzo Mancini e tu sei Alexander Sterling. — dessa vez Alex sorriu.
— E não somos nada convencidos, não é, mio amico? — ele disse e nós dois rimos.
— Agora me diz a verdade, o que realmente está pensando, senhor Sterling.
— Amira está certa, temos outra bomba, acredito que vamos tirar as meninas a tempo, mas e os outros pacientes? Matamos o tempo todo, praticamente todos os dias. — Alex suspirou antes de continuar. — Mas matamos quem quer nos matar, para nos defender. Tirar nossas mulheres e filhas daqui, e deixar a mulher, e a filha de outros morrerem… Isso não parece justo para mim.
Alex tinha razão, Lorenzo nunca me ensinou a ter esse senso ético, e empatia que Sterling, seus irmãos e sua equipe têm. Mas eu acabei desenvolvendo isso aos poucos, e depois que comecei a fazer parte da grande família Sterling, muita coisa mudou dentro de mim.
— Então você não quer só salvar as meninas?
— Não, elas são a prioridade no momento. Mas não são a missão final.
— E como faremos, você quer evacuar? Duas horas e meia não sei se é tempo o suficiente.
— Nem acho que teria como. — Ele me respondeu. — Estamos em um país onde o índice de criminalidade é baixíssimo, acho que nem a polícia, nem o governo estão preparados para um ataque como esses.
— O que quer dizer? — perguntei confuso.
— Você não coloca cerca, se no seu bairro não tem bandido.
Assim que ouvi suas palavras entendi o que ele queria dizer, as preocupações só surgem com os problemas, se você não os tem… só te resta a paz.
— Acha que é por isso que eles não vieram?
— Não. — respondeu sem hesitar. — Acho que algo os impediu de vir.
— Chefe. — A voz de Wyatt veio pelo rádio.
— Fala.
— Achamos a central, mas está atrás de um jammer físico. — disse ele. — Se derrubarmos a fonte, a rede volta. Mas precisamos de muita força para isso.
— Estamos descendo. — Alex respondeu.
— Nós também vamos. — Fiz sinal para Peppe que concordou com um aceno.
Descemos todos correndo até o quinto andar, e fui direto à Lena que estava sentada em uma maca junto de Amira, e as outras meninas. Assim que ela me viu, correu até mim.
— Qual o problema?
— Estamos indo ajudar os rapazes do Sterling. — respondi.
— Vou junto. — ela me disse.
— Também vou. — Sara disse se levantando.
— De jeito nenhum. — respondi a Elena, e Ethan disse o mesmo a sua mulher.
— Enzo, não te perguntei se eu podia ir.
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