O Acordo Perfeito(Completo) romance Capítulo 15

Não sei porque, mas o sofá de Hamzaf é tão confortável que sempre que eu começo a assistir alguma coisa no netflix enquanto espero por ele, acabo dormindo no meio da programação toda.

Também não sei porque fico no sofá aguardando a hora que ele volte. Não deveria ser algo que eu deveria fazer, mas acabo fazendo. No fundo, espero que possa o ver sem tantas barreiras como o vi no piano. E talvez porque Grace não fique até tarde o esperando também contribua bastante para isso.

A verdade é que, se não é esse mini momento da noite que tenho na presença de Hamzaf, acho que não tenho nada mais. Grace é muito melhor que eu durante o dia, na presença das câmeras, para agir com Hamzaf. Eu pareço uma dama de companhia ao redor deles. É hilário.

Naquela noite, meu sono é leve por um bom tempo. Ouço Grace falando ao longe, mas sua voz parece risonha e ela fala coisas que durante meu sono parecem mais um sonho. Começo a pensar que talvez seja. Acho que estou sonhando com Grace porque agora pouco eu estava falando com ela.

― Amanhã, amanhã. Pode vir. ― Diz Grace. Concordo, ou acho que concordo. É um sonho, tanto faz. Só preciso parecer que estou a ouvindo se não o sonho vai embora.

― Não, vou arrumar alguma coisa. Doença, sei lá. Deixa comigo. ― Novamente, nada faz sentido para mim e como eu não respondo a voz de Grace do meu sonho, o sonho se desfigura e eu me vejo adentrando a escuridão do mundo dos não sonhos sengo engolida pela noite num sono profundo.

Quando acordo novamente, agora já de um sono pesado, sinto alguém balançar o meu braço para um lado e para o outro. Grunho que me deixem em paz, mas a pessoa que me empurra continua sendo a insistência em pessoa.

― Me deixa. ― Grunho aborrecida. Seja quem for, não poderia simplesmente me deixar em paz dormindo calmamente?

― Não posso. Você vai acordar toda torta e travada amanhã, Pam. ― Bufo ainda de olhos fechados. Por um momento, não reconheço a voz e acabo atribuindo ela ao meu irmão.

― Seu lixo, vai trabalhar. Você só fica dando despesa para a mamãe e para mim. Eu não deveria trabalhar tanto e fazer tantas horas extras se você ajudasse! ― Nem sei porque estou gritando e brigando com meu irmão. Só sei que ele merece por estar me tirando do meu agradável sono.

― Agora fiquei curioso… Porque você trabalhava tanto assim? ― Demoro a responder, mas porque reconheço que aquela não é a voz do meu irmão, embora meu cérebro não consiga fazer as melhores sinapses para lembrar de quem é a voz.

― Eu. Só. Quero. Dormir. ― Desisti de saber de quem é a voz, ainda de olhos fechados. Me recuso a encarar a claridade e me recuso a descobrir quem é o meu algoz das horas boas de sono. Só tento apelar para que ele me deixe em paz, no meu agradável mundo dos sonhos e sonos de onde não quero sair.

― E eu não vou impedir você de fazer isso… na sua cama. ― O homem é categórico em me falar. Finjo que não o ouço. Quem sabe assim ele desiste de mim e me deixa em paz deitada e dormindo.

Mas o homem é mais insistente do que eu imaginava.

― Vamos, Pam. Vem, eu te ajudo. Vamos. ― Ele chacoalha o meu ombro novamente. Provavelmente só para me tirar do sério. Suspiro.

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