O Acordo Perfeito(Completo) romance Capítulo 40

A viagem de volta para o apartamento de Ham foi feita quase em silêncio constrangedor. O trânsito estava levemente moroso, o clima quente e seco que fazia minhas narinas arderem e o doce toque do ar condicionado do carro enquanto as ruas lá fora passavam tranquilamente, sem muitos carros. Quem nos olhasse não diria que tínhamos acabado de pagar um vexame num restaurante tradicional de comida emirate por aqui.

Quando já estávamos perto o suficiente da casa de Ham, Nick pareceu criar alguma coragem, ou quem sabe pensou que aquele era o momento perfeito, pois de um ímpeto perguntou:

― Tu pode me emprestar um pouco de dinheiro, Pam? Preciso beber um pouco para esquecer o meu vexame. ― E eu que não concordava com essas ideias de beber do meu irmão, me peguei aceitando que ele naquele dia tivesse desculpa para o fazer, pelo menos depois do vexame que ele nos fez passar, deixando que ele fosse beber um pouco e, por tabela, me deixasse um pouco em paz com Ham. Talvez o que eu mais queria mesmo era isso. Paz de Nick. Meio dia com Nick e eu já estava saturada do meu irmão e de suas idiotices.

― Eu só tenho poucos dólares, Nick.

― O que ele está pedindo? ― Perguntou Ham parecendo perceber que aquela poderia ser nossa chance de respirar um pouquinho sem Nick. Ele já havia nos cansado por hoje.

― Dinheiro. ― Admiti baixinho. Para minha surpresa, aproveitando que havia parado de frente a um sinal, Ham abriu a carteira e tirou de lá algumas – na verdade, muitas – notas de Dirham (moeda oficial de Dubai) e entregou para o meu irmão falando energicamente:

― Vá. ― E acho que essa frase o meu irmão até que entendeu bem, pois abriu um largo sorriso falando:

― Melhor cunhado do mundo. Adoro quando me dão dinheiro para beber! ― E rindo meu irmão decidiu sair do carro nos deixando em paz pelo resto do dia.

O resto da viagem foi tranquila, o ar não parecia mais tão saturado e carregado de energias densas e subimos para o apartamento de Ham de forma tranquila, ainda em silêncio porque eu não conseguia deixar de pensar nas loucuras que tinham acontecido há pouco tempo. Ham parecia também preso a alguns pensamentos, mas depois de alguns segundos acabou me chamando:

― Pam. ― Ham decide cortar o silêncio no qual estávamos, o que vem de bom grado e eu sorrio.

― Sim?

― Gostaria de te apresentar aos meus pais, se você… não se importar. ― Ele diz apressadamente. Concordo meneando a cabeça quase que imediatamente, embora eu confesso ter sido pega de surpresa.

― Sim. Pode ser. Claro. ― Falo ainda sem muita ação.

― Haverá um almoço nessa sexta lá. Normalmente, muitos restaurantes não funcionam na sexta de manhã e uma vez por mês o meu restaurante também não funciona para ver os meus pais. Eles não moram aqui, moram em Sharjah, fica cerca de 15 minutos daqui. É um pouco menor do que aqui, mas tão deslumbrante quanto. ― Concordei com um sorriso bobo nos lábios.

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