O Príncipe do Oriente romance Capítulo 35

Resumo de Capítulo 35 - Karen: O Príncipe do Oriente

Resumo de Capítulo 35 - Karen – Capítulo essencial de O Príncipe do Oriente por Diana

O capítulo Capítulo 35 - Karen é um dos momentos mais intensos da obra O Príncipe do Oriente, escrita por Diana. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

― Você só pode estar brincando. ― As reações de Agnes eram sempre as mais naturais possíveis e eu gostava muito disso na minha amiga. Ri.

― Não. Eu… Eu ainda não sei como ele desconfiou, mas… Eu quase ia te matar… Mas ele só tinha jogado comigo. ― Ri e Agnes riu atrás.

― Ele é bem esperto. Mas também… Se ele te tocou na ilha, ele deve te conhecer o suficiente para ver que tem alguma coisa estranha acontecendo com o seu corpo. Seus seios, por exemplo, parecem um pouco maiores. ― Observou Agnes e eu senti minhas bochechas tingirem-se de vermelho por pensar nisso. Talvez Agnes estivesse certa.

De qualquer forma, era muita coisa com a qual lidar e eu ainda não sabia como seria dali para frente. Agnes ligou a televisão num canal oficial do governo e sentou ao meu lado com uma cestinha com tâmaras.

― Quer uma?

― Por favor. ― Estava tremendo tanto que queria afugentar a hipótese de ser por hipoglicemia. Precisava ajudar que meu nenê continuasse crescendo firme e forte.

Havia vários flashes direcionados para a cara de Karim quando a declaração começou. Suspirei enquanto o via com uma Thobe branca e um keffiyer na cabeça quadriculado vermelho com branco. Não estava muito formal, mas bem respeitoso com suas crenças. Ele deu aquele seu sorriso de parar o trânsito e começou a falar:

― Tenho uma revelação para fazer. Não a descobri faz muito tempo, mas preciso falar antes que meu peito exploda de tanta alegria. ― Um silêncio gutural se fez por alguns segundos. ― Eu vou ser pai.

As perguntas que se seguiram foram das mais variadas impossíveis. Perguntaram de quem, perguntaram como, perguntaram se ele não tinha pouca vergonha de anunciar isso sendo ele muçulmano e não casado. Nada foi o suficiente para tirar aquele sorriso bobo dos lábios de Karim que respondeu calmamente cada uma.

Ele contou que eu e ele fizemos votos a Alá enquanto estávamos na ilha e achamos que realmente íamos morrer. Por isso, eu havia me entregado a ele.

No entanto, quando eles finalmente conseguiram sobreviver, eu tinha ficado com medo de ser um motivo para um governo fraco para ele e por isso tinha decidido me isolar e não ser a esposa definitiva, mas que para Alá isso não foi abençoado, pelo contrário, se o motivo fosse esse, Alá interrompera completamente dando a oportunidade de que eu ficasse grávida para cumprir com a promessa que tínhamos feito na ilha e que Alá havia abençoado.

A forma como Karim falava era poética e de muito convencimento. Sorri enquanto o ouvia dizer que agora eu seria a esposa dele e que contava com a compreensão dos clãs e todo o auxílio possível para que eu me adaptasse bem, pois já estava no terceiro mês de gravidez. Quando a entrevista parecia finalmente chegar ao fim, um repórter inquiriu Karim:

― Sua Majestade então não mais se casará com Alisha?

― Não. ― Disse Karim curto e grosso.

― Sua Majestade apresentará Karen para seu pai? ― Mais um silêncio.

Como se ele soubesse que eu estava vendo aquela declaração, Karim voltou suas bilhas esverdeadas para a câmera e sorriu ainda mais, se é que isso fosse possível. Então, lentamente, como se quisesse manter as palavras o máximo de tempo possível no ar, Karim falou:

― Levarei Karen para conhecer o meu pai ainda hoje. ― E eu senti o meu coração martelar no peito com aquelas palavras.

― Uau. Como um filho pode mudar uma pessoa. Para quem queria você como segunda, ser tão categórico e passar por cima de tudo para tê-la como primeira… ― Disse Agnes mastigando mais uma tâmara. Assenti.

Karim continuou falando mais alguma coisa, mas eu e Agnes gritamos assustada quando uma pedra voou para dentro da sala. Parecia ter sido mandada por um estilingue. O vozerio que começamos a ouvir parecia ainda longe demais.

― Os guardas… Cadê os guardas? ― Gritou Agnes correndo tontamente de um lado para o outro.

― Estão lá do lado de fora, Senhora Abdul. ― Respondeu Hila.

― Al. Al está lá naquela bagunça impedindo que eles atravessem os portões?

― Sim. ― Hila franziu o cenho. Agnes ficou ainda mais desesperada.

― Ah, A Fer vai me matar! Vou virar picadinho de Agnes por conta disso… ― Os parafusos da minha amiga pareciam só funcionar conforme ela andava de um lado para o outro do salão, como se uma manivela invisível passasse a funcionar e os pensamentos viessem: ― Seth! Preciso falar com o Seth! Vamos precisar de mais guardas! Estão até jogando pedras para cá! ― E então Agnes saiu andando atrás de sabe-se lá onde ela tinha deixado o celular dela e eu aproveitei para ir em direção a pedra que tinha parado próximo de um tapete atrás do sofá.

Me abaixei franzindo o cenho quando percebi que amarrada à pedra havia alguma coisa, parecia um papel. Peguei-o na minha mão desembrulhando o papel amassado. Seria uma mensagem para Agnes? Abri curiosa.

― Sim.

― Só que tem um problema com isso, Karen. ― Franzi o cenho.

― Tem? ― Ele assentiu bem sério.

― Sabe o que vem depois de uma recepção calorosa, Karen? ― Neguei dessa vez com a cabeça e papai sorriu ao ver que eu não sabia.

― O problema é que depois de uma recepção calorosa, a gente precisa dizer Adeus. Por que os nossos cobradores sempre nos acham para cobrar nossas dívidas altíssimas, Karen. E uma hora, bem, uma hora precisamos dizer Adeus se não quisermos morrer. Uma hora, Karen, até você morrerá. ― Meu pai riu achando graça das suas próprias palavras e sem entender nada do que papai dizia, eu ri com ele, mais porque achava que precisava acompanhar um adulto quando ele estava rindo. Contudo, ao ver que minha mãe não ria conosco, meu pai parou de rir para gritar:

― Ria conosco, mulher! ― Eu era criança demais para perceber como minha mãe escondia a cara de espanto e dissimulava frente a mim o quanto tinha medo de meu pai. Então ela riu, juntando-se a nós, muito embora a risada dela mais parecesse alguma coisa estranha, fora do nosso mundo, como se ela não estivesse realmente presente enquanto o fazia. Naquele momento, de qualquer forma, eu não liguei.

Continuei rindo e só no futuro, mais precisamente naquele momento, eu fui entender. Aquela não era uma piada que meu pai tinha contado. Não estava nem perto disso. Ou quem sabe soasse assim para ele, vai saber. Ali, quando meu pai dizia que até mesmo eu em algum momento ia morrer, não esperava que fosse uma ameaça. Uma triste ameaça para uma criança que não tinha conhecimento do mundo."

Mesmo com pouco mais de quatro anos, papai já havia decidido o meu futuro por mim. Para ele, nesse caso, não haveria futuro. Eu estava marcada para morrer, cedo ou tarde. Fosse por conta dos devedores dele – provavelmente a Máfia – fosse por conta dele mesmo, pronto para me matar.

Nenhuma das opções me animavam. Engoli em seco.

Voltei meus olhos para a janela esperando encontrá-lo parado bem ali, mas meu pai não tinha a capacidade de conseguir passar por tantos guardas como alguns repórteres insistiam em fazer. Por sua vez, ele também não ia tentar. Não era do seu feitio ser corajoso. Ele era do tipo que atacava pelas costas.

― Você não vai conseguir. ― Disse para ninguém em especial enquanto prometia para mim mesma que não deixaria que aquele homem tocasse um dedo que fosse em mim ou no meu nenê.

Seria uma batalha pela vida, afinal.

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