O Príncipe do Oriente romance Capítulo 36

Resumo de Capítulo 36 - Karen: O Príncipe do Oriente

Resumo do capítulo Capítulo 36 - Karen de O Príncipe do Oriente

Neste capítulo de destaque do romance Romance O Príncipe do Oriente, Diana apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.

Estava quase pronta para encontrar com Karim. Estava deveras bem nervosa, não esperava encontrar o meu futuro sogro assim tão rapidamente, então estava suando bastante e esperando que fosse tranquilo. Meu coração quase morria acelerado no peito, mas tentei me arrumar como pode, o mais tradicional possível.

Estava usando um hijab azul caneta com uma abaya azul marinho tentando não me destacar muito, mesmo que tivesse que aparecer apresentável o suficiente para o Rei.

Adentro o carro onde Karim me espera na porta da mansão. Graças a Deus toda a baderna da manhã acabou e os repórteres foram embora com um bom discurso de Seth mais cedo.

― Vocês deveriam ir atrás do príncipe por mais informações. Sabem como não é bom ficarem enchendo uma mulher grávida. São muitos hormônios e não deixa de ser uma gravidez de risco. Ninguém aqui quer se responsável pela morte de uma mulher grávida, quer? ― Ele ralha e parece que seu discurso é acalorado o suficiente para convencer pelo menos mais da metade.

O que não foi convencido, ele fez questão de expulsar com o auxílio dos guardas. Menos mal.

― Você está linda. ― Ouço Karim falar. Sorrio.

― Obrigada.

Seguimos um pouco em silêncio até o castelo. Nunca estive naquela área de Omã e me vejo com olhinhos brilhando enquanto avisto as casas brancas, com poucos andares para não ofuscar as duas maiores construções tanto em largura como em comprimento de Muscat: A mesquita e o Castelo da família real.

― Seja bem vinda ao seu futuro lar, princesa. ― Ele murmurou próximo de mim e eu não consegui não sorrir.

Os guardas avistaram o carro, cumprimentaram o príncipe e me lançaram sorrisos singelos parecendo aprovar alguma coisa. O carro então continuou seu movimento até um jardim circular onde uma enorme bússola apontava a direção para onde deveríamos orar. Era bonita de ver e de certa forma pomposa.

― Aparentemente eu era o mais idiota dos homens achando que meu poder ia ficar fraco se a tomasse como esposa… As pessoas do castelo já suspiram falando em contos de fada com direito a cinderela e mais precisamente a pequena sereia. Qualquer semelhança é pura coincidência, Ariel. ― Disse Karim piscando e eu ri do seu comentário bobo.

― Mentiroso. Está falando isso para eu não ficar tão nervosa. ― Ele negou com a cabeça.

― Estou falando sério. Eu ouvi pelo menos. Por conta do nosso naufrágio, dizem que foi você que me salvou. ― Realmente, o povo tinha uma imaginação e tanto. Gargalhei.

― Justo eu que tive que aprender a nadar com você? ― Ele gargalhou também.

― Pois é… Se soubessem então que você é ruiva… Daí que te chamariam de Ariel mesmo.

― Mas o melhor de tudo é que contos de fadas dão esperanças de dias melhores e, por incrível que pareça, o povo está do nosso lado. Querem esse casamento para já. Querem conhecer a moça simples que com certeza vai entendê-los por inteiro. Palavras que ouvi. ― Revirei os olhos.

― Eu acho que você está falando isso para me convencer a casar com você.

― Ainda não convenci? ― Perguntou Karim todo bobo piscando antes de sair do carro e me oferecer a mão.

Havia muitos guardas em todas as direções que eu olhasse. Não esperava ver tanta gente, mesmo que, você sabe, Karim fosse um príncipe. Era meio que óbvio que ele precisasse ser protegido. Se até Seth tinha muitos guardas, imagina então a realeza?

A entrada do castelo era fabulosa com portões altos e arredondados. Adentramos o palacete todo em branco, uma marca registrada de todos os bairros ricos de Muscat, e continuei observando as paredes bem trabalhadas em cores douradas e vermelhas. Seguimos por extensos corredores e subimos algumas escadas.

Nunca tinha estado em um lugar tão bonito como aquele.

Subitamente, meus olhos encheram-se de lágrimas e Karim acabou parando com o nosso tour pelo que viria a ser a minha casa no futuro, preocupado com meu estado.

― Está tudo bem, Karen?

― Só um pouco emocionada… Nunca imaginei que… ― Um singelo sorriso se formou no canto dos lábios do rapaz.

― Nunca imaginou que estaria aqui, ao meu lado, como minha futura esposa. ― Assenti agradecendo a Deus que Karim tivesse conseguido falar o que muito emocionada não saia da minha boca.

― Vamos, meu pai vai adorar conhecê-la. ― Concordei. Continuamos caminhando.

Depois do que pareceram ser mais milhões de corredores, paramos em frente a uma porta com nada escrito. Karim deu duas batidas e finalmente a abriu.

Era um lugar aconchegante que mais parecia um gabinete particular. Tinha uma mesa com muitos papéis e uma lareira que não estava acesa. Havia também alguns sofás de cores brancas e confortáveis e uma ampla janela que estava com cortinas de cor creme. Sentado numa poltrona de frente a um pequeno sofá para dois, estava o pai de Karim.

Não eram muitas pessoas que tinham a graça de entrar em contato com o Rei. Poucos sequer o tinham visto fora das imediações do palácio ou em alguma entrevista. Ele era uma pessoa mais reservada, principalmente por ter tido que criar praticamente sozinho duas crianças. Os meninos já tinham sido vistos mais vezes, em algumas fotografias ou coisa parecida. Já o Rei. Quase nunca.

Por isso mesmo, era uma dádiva e tanto para mim poder o ver em carne e osso na minha frente.

O pai de Karim tinha os cabelos já brancos e a face enrugada com olhos que pareciam trazer toda uma infinidade de mistérios que aparentemente só com a experiência da idade teríamos a chance de ter. Ele não falou nada naqueles segundos e eu desviei o olhar para baixo em sinal de respeito enquanto ainda não adentrávamos o recinto.

― Entrem. ― Ele disse e o fizemos.

Seguimos até o sofá e nos sentamos sob o olhar dele que não baixou um momento sequer de nós. Quando ele começou a falar, a voz dele muito me lembrou de Omar já falecido.

― A Senhorita é muçulmana então?

― Sim, Sua Majestade. Professo o islã. ― Ele franziu o cenho parecendo se atentar a alguma coisa.

― Não és Omani… ― Murmurou como se tivesse quase certeza. Eram poucos – normalmente como no caso do Rei – só os mais velhos que percebiam isso. Meu sotaque era quase zero.

― Não senhor.

― De onde veio?

― Eu sei. ― Silêncio. Karim então levou a minha mão até a sua boca beijando a junta dos meus dedos e me fazendo suspirar.

― Você também mudou bastante…

― Não tanto assim, linda. ― Ele riu e, para minha surpresa, aproveitou que segurava a minha mão para me puxar até ele, enlaçando a mão na minha cintura para me segurar bem próximo dele. Alguma coisa dentro de mim apertou-se sentindo tudo aquilo e ansiando por mais. ― A diferença agora é que tudo o que eu gosto de fazer e quero fazer só tem espaço para ser feito com uma pessoa só. ― E um sorriso charmoso encontrou os lábios de Karim enquanto ele piscava para mim. No segundo seguinte, fui pega de surpresa pelos seus lábios encontrando os meus no que parecia uma carícia íntima e deliciosa.

Fechei os olhos sorvendo todo aquele toque daquele momento. Suspirei entre os lábios de Karim enquanto deixava que sua língua invadisse a minha boca podendo brincar com ela a seu bel prazer. Ansiava tanto por Karim que timidamente envolvi a sua língua com a minha também brincando e sorvendo o seu gosto.

Isso fez com que Karim apertasse a base da minha cintura afastando-se alguns milímetros dos meus lábios e encostando a minha testa na dele para encarar os meus olhos que o encaravam absorvendo todos os detalhes de sua íris esverdeada com alguns pontinhos pretos.

― Estarei morto se precisar esperar muito para tê-la novamente. Você é uma droga na qual já estou viciado a muito tempo, Karen.

― Digo o mesmo. ― Consegui sussurrar ainda envolta na atmosfera de desejo que nos percorria.

Delicadamente, Karim beijou a ponta do meu nariz sorrindo candidamente antes de se afastar mais um pouco. Senti-me levemente desapontada por ter perdido momentaneamente o calor do seu corpo, mas tentei não pensar nisso enquanto via Karim se abaixar até a altura da minha barriga como se estivesse observando o que ainda nem tinha tamanho direito. Afinal, não era como se eu estivesse com sete ou oito meses de gravidez podendo ser possível ouvir e ver os chutes do nenê. Ainda assim, senti meus olhos ficarem cheios de lágrimas quando Karim se aproximou da minha barriga e beijou por fora das vestes passando a conversar com o nosso filho:

― Você vai ser muito amado pelo papai e pela mamãe, sabia? Tudo bem que a mamãe demorou um pouquinho para contar para o papai aqui que estava grávida dele e ele ainda não pode ouvir o seu coraçãozinho batendo, mas na próxima consulta o papai vai junto, se a mamãe deixar. A mamãe deixa? ― Ele perguntou voltando o rosto para cima como se me consultasse da sua pergunta. Ri alto.

― A mamãe deixa. ― Brinquei e Karim sorriu afavelmente.

― Uhu! A mamãe deixa. Eu nem me contenho de felicidade. ― Ele continuou levantando-se então e me puxando novamente pela cintura só para depositar mais um beijo nos meus lábios.

― Estou viciada em te beijar. ― Murmurei dando-lhe um selinho agora que ele continuava me mantendo sobre seus braços para nunca mais sair dali. O sorriso de Karim era lindo e eu adorava ver como ele era todinho para mim.

― Hum… Eu também. E sabe o que é pior?

― O que?

― Saber que eu vou morrer torturado no nosso casamento. ― Arqueei a sobrancelha tomada de pavor sem entender se isso realmente era literal, aconteceria nos casamentos omanis. Vai saber?

― Porque? Como?

― Porque? ― Karim gargalhou alto. ― O casamento da família real precisava mostrar ostentação, agradar não somente a realeza como ao povo, proclamar feriados e ser o mais longo casamento acontecido nessas terras. Então, imagine só que nossa festa de casamento necessitará de uma duração de, pelo menos, sete dias por isso. ― Quase como se Karim tivesse dito que eu ia morrer naquele segundo, senti minhas pernas amolecerem só de pensar em ter que ficar sete dias arrumadas servindo mulheres e mais mulheres e Karim precisou me apoiar agora que minhas pernas perdiam momentaneamente a força.

Era muita novidade com a qual lidar.

― Suria! ― Gritou Karim. ― Traga um pouco de água para minha noiva. ― E sabe-se lá com que ouvidos supersônicos, uma senhora apareceu trazendo um copo d’água para mim enquanto descansava das surpresas de antes.

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