Amber
O dia da minha sessão com a Dra. Gabriela chegou, e eu me senti surpreendentemente animada. Desde nosso treino de defesa pessoal, percebi que a relação entre nós tinha mudado. Não era mais apenas um vínculo profissional; Gabriela estava se tornando alguém em quem eu podia confiar.
Quando entrei na recepção do consultório, notei algumas mudanças. Havia mais câmeras posicionadas nos cantos e uma tela na mesa da recepcionista mostrando várias imagens ao vivo. Além disso, percebi que os monitores pareciam exibir softwares de monitoramento que reconheci vagamente da época em que trabalhava na segurança de dados.
"Bem-vinda, Amber," Gabriela apareceu na porta, me cumprimentando com um sorriso caloroso. "Entre, por favor."
Levantei-me e a segui até sua sala. O ambiente era acolhedor como sempre, com móveis confortáveis e luz suave. Nos abraçamos brevemente, um gesto que parecia natural agora.
"Você ficou muito dolorida depois do treino?" ela perguntou, uma expressão divertida no rosto.
"Demais," admiti com uma risada. "Eu nem sabia que tinha alguns músculos até eles começarem a doer."
Ela riu comigo, balançando a cabeça. "Bem, isso significa que você usou bem esses músculos. Leonardo vai ficar orgulhoso."
O clima entre nós era descontraído, quase como entre duas amigas. Conversamos sobre amenidades por alguns minutos, o suficiente para criar um ambiente leve e confortável.
"Ok, hora de começarmos," Gabriela anunciou com um sorriso. "Ou o senhor Martinucci vai dizer que não estou sendo efetiva no meu trabalho."
Rimos juntas, e eu me deitei no sofá, ajustando os travesseiros para ficar confortável.
"Você lembrou de mais alguma coisa desde a última vez?" ela perguntou, pegando um caderno para anotações.
Hesitei antes de responder. "Sim. Eu tive outro sonho... a cena era muito real, sabe? Havia seguranças me tirando do escritório do Leonardo, e eu chamava por ele, mas ele não respondia. Quando acordei, contei a ele, e ele disse que nunca faria algo assim."
"Você acredita nele?" Gabriela perguntou, sua voz calma, mas direta.
"Eu acredito," respondi rapidamente, mas então acrescentei: "Mas algo sempre me incomoda. Não é a primeira vez que vejo essa cena em minha mente."
"Como você se sente quando ele diz que isso nunca aconteceu?" Ela inclinou a cabeça, observando-me atentamente.
Suspirei, ajustando a posição no sofá. "Aflita. Por um lado, quero acreditar nele. Por outro... por que essa cena continua voltando?"
Gabriela assentiu, tomando nota antes de fechar o caderno. "Vamos trabalhar nisso. Quero que feche os olhos agora, Amber, e respire fundo. Vamos explorar essas memórias juntas, mas com calma."
Fiz o que ela pediu, deixando minha respiração desacelerar. Sua voz era suave, mas firme, guiando-me enquanto eu relaxava mais profundamente.
"Amber," ela começou, "quero que imagine uma porta à sua frente. Ela representa sua mente, seus pensamentos. Quando estiver pronta, abra-a e me diga o que vê."
Visualizei a porta em minha mente, hesitando antes de girar a maçaneta. Quando a abri, fui transportada para um cenário familiar: a sala de programação da MGroup, com suas luzes frias e o som constante de teclas sendo pressionadas.
"Estou no departamento de segurança cibernética," murmurei.
"Ótimo. O que você está fazendo?" Gabriela perguntou.
"Estou no meu computador," respondi. "Há algo estranho... um arquivo que não deveria estar aqui."
"Descreva o arquivo," ela incentivou.


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