Leonardo
A música clássica suave preenchia o salão luxuoso, os cristais pendiam do teto como estrelas capturadas em uma estrutura imponente. Os convidados estavam vestidos com suas melhores roupas, segurando taças de champanhe enquanto conversavam em pequenos grupos. Mas para mim, tudo isso era apenas um ruído de fundo.
Os olhares curiosos nos seguiam conforme Amber e eu atravessávamos a entrada principal do evento. Podia sentir os cochichos, os olhares de julgamento, os sorrisos calculados das socialites que pareciam medir cada detalhe da nossa presença.
Amber manteve a cabeça erguida, como a mulher forte que era, mas eu conhecia cada nuance dela. Ela estava tensa.
"Ficaremos apenas o necessário." falei assim que passamos pelos fotógrafos.
"O tempo que for necessário, Leo. Viemos aqui com um propósito e não sairemos até que você o consiga." a olhei, orgulhoso e beijei seu rosto.
"É por isso que eu te escolho todos os dias. Você é quem me mantém focado." Ela sorriu e vários cliques dispararam em nossa direção.
Nos encaminhamos para a entrada do evento e então, o encontrei.
Felipe DeLucca estava parado próximo à entrada do salão principal, uma taça de vinho na mão, e um sorriso educado no rosto. Mas eu via através da máscara que ele tentava manter. Seus olhos entregavam algo diferente—talvez desconforto, talvez arrependimento.
"Martinucci," ele cumprimentou, com um aceno de cabeça. "Srta. Bayer."
"Senhora Martinucci." o corrigi, deixando claro a posição de Amber.
"Oh, eu não sabia, não vi em nenhum lugar." Mas eu queria mostrar para ele, que caso ele tivesse qualquer ligação com Martina, essa informação chegaria a ela.
"Não noticiamos ainda."
Amber forçou um sorriso, apertando a minha mão de leve antes de soltar. Eu sabia que ela queria me deixar resolver aquilo sozinho.
"Felipe," respondi, minha voz neutra, mas carregada de significado.
"Podemos conversar?" ele pediu, sua expressão finalmente revelando a verdade—ele queria aquilo tanto quanto eu.
Amber me olhou de relance, e eu toquei seu braço suavemente. "Eu volto logo."
Ela assentiu, sem contestar, mas seus olhos ainda estavam cheios de cautela.
Felipe me conduziu para um terraço isolado do evento. Lá fora, o ar da noite italiana estava fresco, trazendo um alívio momentâneo para a tensão que pairava entre nós.
"Não esperava te ver aqui," ele começou, girando a taça na mão.
"Imagino que não," respondi friamente.
Felipe respirou fundo e se virou para mim. "Eu queria essa conversa há anos, Leonardo, mas não tive coragem de te procurar."
Cruzei os braços. "Então comece. Sem rodeios."
Ele assentiu lentamente. "Eu nunca tive a chance de explicar tudo para Francesca. Ela me viu trocando mensagens com Martina e... aquilo destruiu tudo. Eu tentei falar com ela, mas ela estava ferida demais. Revoltada."
As palavras dele despertaram memórias dolorosas. Eu me lembrava bem do estado de Francesca no dia do acidente. A raiva que ela carregava.
"Ela viu mensagens onde Martina falava sobre um 'plano'." Felipe engoliu seco. "E eu não soube o que fazer."


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