Durante a sua prisão quem ficou dirigindo a sua empresa foi Henrique seu advogado e amigo ,enquanto ele ficava cada vez mais decepcionado e magoado por Laura não ir visita-lo.
Heitor encostou-se à parede da cela, sentindo a umidade fria se infiltrar por seu terno caro. Um outro detento o observava de um canto, mas não disse nada. A cela era pequena, sem janelas, com uma única cama metálica e um vaso sanitário encardido ao fundo. O cheiro era insuportável.
Ele passou a mão pelo rosto, exausto. Nunca imaginou terminar o dia ali, privado da liberdade, da dignidade, da confiança. O que o torturava mais, no entanto, não eram as paredes sujas ao redor , era o rosto de Laura, seu olhar perdido, a dúvida crescendo em seus olhos.
Ela acreditava nele?
Encostou a cabeça contra a parede e fechou os olhos, tentando se concentrar. Precisava pensar. Precisava entender quem estava por trás daquilo. Karina? Algum inimigo nos bastidores da empresa? Ou alguém ainda mais próximo?
Na sala ao lado, Rubens observava as mensagens impressas, supostamente trocadas entre Heitor e Bruna. Algumas pareciam muito convincentes ,demais até. Mensagens onde ele supostamente dizia:
"Você não vai destruir minha vida com esse filho."
"Se insistir em dizer que é meu, vai se arrepender."
Mas havia algo estranho ali. Os textos não pareciam compatíveis com o tom que Heitor costumava usar. Henrique, que analisava as cópias enquanto aguardava uma brecha para falar com o delegado, também já começava a suspeitar de manipulação. Precisava agir rápido. Qualquer atraso poderia custar anos da vida de seu cliente — ou até sua reputação para sempre.
Enquanto isso, na cela, Heitor fechava os punhos, lutando contra a impotência.
A noite seria longa.
Mas ele não estava derrotado.
A noite caiu sobre São Paulo com uma tensão elétrica no ar. Laura estava sozinha em seu apartamento, sentada na poltrona da sala, abraçada aos joelhos. Os olhos estavam inchados de tanto chorar. A imagem de Heitor sendo levado algemado pela polícia não saía da sua mente. Seu rosto. Suas palavras. "Eu sou inocente, Laura. Eu não matei aquela mulher." A voz dele ainda ecoava como um grito preso dentro dela.
O interfone tocou. Ela hesitou antes de atender.
— Alô?
— Laura? É a Patrícia. Eu preciso falar com você. Pessoalmente.
Laura estremeceu ao ouvir aquele nome. Patrícia. A ex-noiva de Heitor. A mulher que sempre parecia querer destruir qualquer chance de felicidade dele.
— Eu não tenho nada para falar com você.
— Mas eu tenho. E é sobre o Heitor. Você quer que ele saia da cadeia, não quer?
Silêncio. Laura apertou os olhos, respirou fundo.
— Sobe.
Minutos depois, Patrícia entrou no apartamento como quem carrega um segredo capaz de incendiar o mundo. Usava um tailleur branco, impecável, e carregava uma pasta fina nas mãos. Os olhos estavam frios, cálculos vivos.
— O que você quer? — Laura perguntou, direta.
Patrícia sorriu com superioridade e sentou-se no braço do sofá, cruzando as pernas.
— Eu posso tirar o Heitor da cadeia. Agora mesmo. Mas isso tem um preço.
— E qual seria esse preço? Pensando bem eu já sei qual será esse preço ...mas quero apenas que me confirme o que eu já sei.
— Até que você é muito inteligente,Laura.Eu quero que você vai embora de São Paulo. Vai sumir da vida dele. Para sempre.
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