Henrique, que havia sido avisado, chegou
correndo.
— Delegado Rubens, com todo o respeito, até que uma perícia seja feita nos servidores e aparelhos, qualquer dado pode ser forjado. Vamos exigir uma análise independente dessas mensagens.
Rubens ergueu um papel plastificado.
— Senhor Arantes — começou o delegado Rubens, com a voz firme e controlada, como quem segura um trunfo nas mãos
— Os exames periciais confirmaram que a vítima, Bruna Santos , estava grávida. Nove semanas, para ser exato.
Fez uma pausa, observando a reação de Heitor.
— Isso nos leva a uma nova e delicada linha de investigação. Acreditamos que o senhor tinha pleno conhecimento da gravidez. Há indícios de que pode ter seduzido a vítima, prometendo assumir ela e a criança e manter algum tipo de relacionamento, provavelmente dentro do contexto do clube que ambos frequentavam.
O silêncio na empresa era absoluto. Todos olhavam para Heitor como se estivessem vendo um monstro.
Mais uma pausa. O delegado cruzou os braços e concluiu com uma frase carregada de peso:
— E a partir disso, a tese da Promotoria é simples: o senhor não queria ser pai daquele filho. E resolveu eliminar a mãe... levando consigo a criança que ela carregava, por isso a matou por asfixia e depois fugiu pela janela para não ser pego em flagrante.
Heitor se levantou devagar, o rosto incrédulo.
— Isso é um absurdo. Mentira. Eu nunca mandei mensagem nenhuma para essa mulher porque eu não a conhecia,não dá forma que estão dizendo.
Henrique se aproximou, em postura defensiva.
— Delegado, o senhor não pode simplesmente...
— Chega ! Senhor Heitor Arantes — disse Rubens, se voltando para ele
__O senhor está preso pelo assassinato de Bruna Santos. Tem o direito de permanecer calado, tudo o que disser poderá ser usado contra o senhor em juízo.
Henrique se colocou entre eles, o rosto tenso:
— Isso é um teatro. Heitor é um CEO respeitado e conhecido, você quer aparecer às custas dele. E não há necessidade de algemá-lo, ele não oferece risco nem está resistindo a prisão.
Rubens deu um passo em direção a Henrique, apontando com firmeza:
— Se continuar interferindo, doutor, vai sair daqui algemado também. Estou apenas fazendo meu trabalho. Não vou abrir exceção de fazer tudo como manda a lei, porque o acusado tem um cargo importante ou é porque é um bilionário.
Heitor foi algemado ali mesmo, diante de todos. O som do metal ecoou como um trovão. Laura levou a mão aos lábios, os olhos arregalados, sem conseguir processar.
Funcionários olhavam, chocados. Uns pegavam o celular, filmando. Outros apenas observavam como se vivessem um pesadelo coletivo. A imagem de Heitor sendo conduzido por policiais, algemado, parecia surreal.
Do lado de fora, a confusão aumentou. Os repórteres, que antes foram afastados, apareceram novamente , se aglomeraram na porta da empresa. As câmeras captaram o exato momento em que Heitor foi escoltado para fora, gritando:
— Eu sou inocente! Laura, acredita em mim! Eu não matei essa mulher!
Laura, em choque, saiu correndo atrás dele. Bianca tentou segurá-la, mas foi em vão. A jovem atravessou a multidão, as lágrimas escorrendo livremente pelo rosto.
— Heitor! — ela gritou, empurrando quem estivesse em seu caminho.
Os policiais a barraram, mas Heitor virou o rosto, os olhos presos nos dela.
— Eu não fiz isso, Laura. Juro por tudo que tenho. acredite em mim ...
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