Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe. romance Capítulo 103

Com um grito cheio de dor e frustração, Heitor atirou a taça de cristal contra a parede. O som dos estilhaços reverberou como um trovão dentro dele.

Pegou o controle da TV e o lançou com tanta força que se pariu em mil pedaços.

A garrafa de uísque? Voou pelo cômodo, espatifando-se num barulho seco e violento.

— Maldita seja, Laura! — rugiu.

— Como você pôde ir embora? Sem nem se despedir? SEM AO MENOS ME OLHAR NOS OLHOS?

Seus punhos estavam cerrados. As veias saltadas no pescoço. O peito arfava como o de um animal ferido.

Ele chutou um vaso. Derrubou os porta-retratos. Jogou os livros no chão. Rasgou a camisa ainda vestida. Como se pudesse arrancar dela tudo o que doía.

Mas não adiantava.

Nada apagava o fato de que ela se foi.

Nada preenchia o vazio que ela deixou.

— Você me deixou... — sussurrou, cambaleando até o bar. Encheu um copo. Bebeu de uma vez.

— E eu... eu só percebi agora...

Encheu de novo. Bebeu. De novo. E mais uma vez.

— Que idiota... que completo imbecil eu fui...

Passou as mãos pelos cabelos, caindo de joelhos no chão.

— Precisei te perder pra entender que eu te amo, Laura. — disse em voz baixa, desesperada.

— E agora... agora você não está mais aqui.

As lágrimas vieram sem aviso. Quentes. Silenciosas. Amargas.

O homem que todos temiam, que o mundo enxergava como invencível… estava ali, despido de sua força. Deitado no chão, cercado por cacos de vidro e memórias que agora doíam como punhais.

O cheiro dela parecia ainda estar no ar.

O som da risada. O toque da pele. A última vez em que ela o beijou, dizendo que tudo ficaria bem.

Mas não ficou.

Ele a perdeu.

E talvez... para sempre.

Deitou-se no tapete frio da sala, o copo ainda na mão, a respiração descompassada. O mundo girava. A dor latejava. A solidão o esmagava.

— Laura... — murmurou, antes de fechar os olhos.

Ali, entre destroços e lamentos, Heitor adormeceu.

Solitário. Quebrado. Amando demais. Tarde demais.

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