Laura fechou os olhos, deitando a cabeça no peito dele novamente, ouvindo o som constante de seu coração.
— Então ainda bem que eu disse sim — sussurrou.
Heitor sorriu, beijando o topo da cabeça dela.
— Ainda bem.
Silêncio.
— Heitor?
— Hum?
— É verdade que gostaria de ter mais filhos comigo ?
Ele riu, seu peito subindo e descendo sob a cabeça dela.
— Você quer? — devolveu a pergunta, os olhos brilhando de expectativa.
__Sim ,eu amo ser mãe ,e vou amar ter outros filhos com você.
— Então vamos treinar muito. — Ele respondeu com um sorrisinho malicioso.
— Ah, claro... só treino, né? — ela riu, beliscando de leve o abdômen dele.
— Por enquanto, sim. — Ele a virou de lado e a abraçou por trás, colando seu corpo ao dela.
— Mas o que eu quero mesmo é acordar com você todos os dias. Fazer café juntos. Discutir sobre quem vai levar Joaquim na escola. Brigar por causa da toalha molhada na cama. — Ele beijou o ombro dela.
— E fazer as pazes na cama. Sempre.
Laura fechou os olhos, sorrindo.
Ali, nos braços de Heitor, ela sabia.
Não importava o que ainda viesse. Não importavam os medos, as dores do passado, as feridas. Naquele momento, ela estava exatamente onde sempre quis estar.
No lugar mais seguro do mundo.
Nos braços do homem que amava.
O som insistente do celular despertou Laura. Ainda sonolenta, ela virou-se na cama e encontrou Heitor ao seu lado, dormindo profundamente. Um sorriso suave brotou em seus lábios ao contemplar o rosto sereno dele. Era difícil acreditar que aquele homem, tão forte, tão dominador, pudesse parecer tão vulnerável durante o sono. Seu coração se encheu de amor e gratidão.
Ela levantou-se devagar, para não acordá-lo, e foi até sua bolsa pegar o celular. Assim que o desbloqueou, o coração gelou. Várias chamadas perdidas de Bianca. Sentiu um arrepio percorrer sua espinha. O coração acelerou. Ligou de volta imediatamente.
Bianca atendeu na primeira chamada, a voz embargada, o desespero transbordando.
— Laura! Graças a Deus! Eles... eles levaram o Joaquim!
Laura congelou.
— O quê?! Como assim? Quem levou o meu filho?
— Homens armados! Eles invadiram meu apartamento, estavam vestidos com toucas ninjas. Fernando tentou impedir, mas foi baleado no braço. Eles não pegaram nada, não roubaram nada. Vieram só pelo Joaquim. Eles deixaram um recado... se você quiser ver seu filho de novo, precisa se afastar do Heitor e voltar pro Rio. Vão marcar um lugar lá pra devolvê-lo.
Laura sentiu o mundo girar. Um grito de dor escapou de sua garganta, e o celular escorregou de suas mãos, caindo ao chão com um estalo seco. O desespero a consumiu, uma dor lancinante atravessou seu peito. Enquanto ela vivia um sonho ao lado de Heitor, seu filho estava sendo sequestrado.
Heitor acordou assustado com o grito.
— Laura?! O que aconteceu? O que foi isso? — Ele se levantou num salto, indo até ela, que jazia ajoelhada no chão, em prantos.
Ela levantou o rosto, devastada.
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