Por um momento, algo brilhou nos olhos de Patrícia. Emoção? Dúvida? Talvez culpa.
Ela respirou fundo.
— Tudo bem. Mas com uma condição.
Heitor estreitou os olhos.
— Diga.
Ela o encarou, com uma expressão perturbadoramente séria:
— Você vai casar comigo. Vai ser meu. Pra sempre. Jure isso... e eu levo você até onde Augusto está com os meninos.
Heitor não hesitou. Os olhos cravados nos de Laura, cheios de dor e desesperança, ele respondeu:
— Eu juro. Juro por tudo que há de mais sagrado. Mas me leve até os meninos ,agora .
Patrícia se levantou com dificuldade, limpou o sangue da boca e pegou a bolsa.
— Então vamos. Só eu e você, Heitor. Se ela for nada feito .
Heitor olhou para Laura uma última vez antes de sair.
E, no olhar dele, havia uma promessa silenciosa:
“Eu vou trazer nosso filho e o Pedrinho de volta. Nem que eu morra tentando.”
Heitor olhou para Laura uma última vez antes de sair.
Laura andava de um lado para o outro naquela sala fria e silenciosa da casa de Patrícia, o coração martelando dentro do peito como um tambor de guerra. O relógio parecia zombar dela com seus ponteiros lentos, como se o tempo tivesse decidido parar justamente quando ela mais precisava que corresse.
Não conseguia aceitar que estivesse ali, parada, enquanto seu filho estava em perigo. Quando a porta se fechou com Heitor e Patrícia saindo para o resgate, Laura sentiu o instinto gritar dentro dela. Ela não ia esperar.
Lembrou do celular de Heitor. Ele sempre deixava o GPS ativado. Correu até o quarto onde ele havia dormido com ela, pegou o celular em cima do criado-mudo e, com dedos trêmulos, ativou a localização. O ponto vermelho se movia lentamente por uma estrada deserta.
Sem pensar duas vezes, ela pegou as chaves do carro de Heitor e saiu da casa. O motor rugiu com força e ela acelerou, os olhos fixos na rota que se desenhava na tela.
O celular tocou. Era Bianca. Laura colocou no viva-voz.
— Laura?! Pelo amor de Deus, me diga que tem notícias do Joaquim!
— Foi o Augusto, Bia. Ele e a desgraçada da Patrícia estavam juntos nisso. Ela levou Heitor até o cativeiro. Mas eu não vou ficar aqui esperando. Tô indo atrás deles agora.
— O quê?! Laura pode ser muito perigoso chegar lá sozinha.
— Estou ciente disso ,mas a vida do meu filho está acima da minha , por ele eu sou capaz de tudo ,Bia, e eu não vou ficar parada, sabendo que meu bebê está na mão daquele louco .Escuta, quando eu mandar minha localização, chama a polícia.
— Tudo bem... tudo bem. Toma cuidado, Laura. Pelo amor de Deus, se protege.
Laura desligou e apertou o acelerador. A estrada de terra começava a surgir diante dela, cercada por mata dos dois lados. A localização indicava um ponto isolado, um antigo posto de gasolina desativado, com uma loja de conveniência abandonada. O lugar perfeito para um cativeiro.
— Eu vou fazer tudo que quiser mais depois... — ela se aproximou, o hálito frio tocando o pescoço dele
— Espero que cumpra sua promessa.
Heitor não respondeu. Abriu a porta, saiu do carro, e se escondeu entre os arbustos, observando Patrícia caminhar até os capangas com a expressão calculada.
A área em volta do antigo posto de gasolina era envolta por um silêncio opressor. O céu escuro parecia pesar sobre a cabeça de Heitor enquanto ele se escondia entre os arbustos, observando Patrícia seguir em direção aos dois capangas. Ela caminhava com uma naturalidade desconcertante, como se aquele fosse seu habitat natural.
Ela se aproximou dos homens e, com um ar aflito ensaiado, falou com a voz trêmula:
— Por favor... eu estou perdida... meu carro quebrou na estrada... é urgente, tem um bebê comigo...
Os capangas trocaram olhares desconfiados, mas um deles deu um passo à frente, tentando enxergar melhor o carro ao longe. Era tudo o que Heitor precisava.
Em um movimento rápido e preciso, ele surgiu das sombras e aplicou uma coronhada forte no primeiro homem, que caiu sem emitir um som. O segundo tentou reagir, mas Heitor foi mais rápido, derrubando-o com um chute no joelho e um soco certeiro na mandíbula. Ambos ficaram inconscientes.
Heitor se levantou, ofegante, e olhou para Patrícia.
— Onde ele está?
Ela apontou para a porta nos fundos do antigo minimercado.
— Ali. Pelo que me disse ele só pode está com eles lá dentro. Mas tenha cuidado, Heitor. Augusto é perigoso e com certeza está armado.
Heitor assentiu, apertando a arma em sua mão, e entrou, os passos silenciosos mas firmes.

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