Ele hesitou, mas depois correu, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, Heitor o puxou com o braço livre e os abraçou juntos. Dois meninos. Dois corações. Dois filhos.
— Vocês são os motivos da minha vida — murmurou, emocionado.
— Papai ama vocês demais.
Pedrinho sorriu, tímido, e murmurou:
— Eu também te amo.
Heitor fechou os olhos. Aquilo o atravessou como uma flecha certeira. Chamado de pai. Por aquele pequeno guerreiro que, mesmo sem laços de sangue, já era parte dele. Totalmente.
Bianca enxugava os olhos discretamente ao lado de Laura, ambas comovidas com a cena.
— Vamos pra dentro? — Laura disse, tentando controlar a emoção.
— Você precisa descansar.
Heitor assentiu, mas não antes de pegar a mão de Laura e a apertar com carinho.
— Obrigado, por sempre está ao meu lado ,e nunca desistir de mim — disse a ela em voz baixa, só para que ela ouvisse.
— Você e os meninos são tudo para mim.
Dentro da mansão, tudo estava exatamente como ele lembrava. O cheiro do café vindo da cozinha, os brinquedos espalhados pelo tapete da sala, os desenhos infantis presos na geladeira… Tudo respirava vida, amor, rotina.
Mas o que mais o tocava era a presença deles. Sua família.
Após o jantar, Heitor foi levado até o quarto. Laura o ajudou a tomar um banho rápido, trocou os curativos com o máximo de cuidado e o guiou até a cama macia, já com lençóis limpos e travesseiros arrumados.
— Precisa de mais alguma coisa? — ela perguntou, pegando o controle da televisão.
— Sim. Você.
Ela sorriu.
— Já estou aqui, Heitor. Só vou colocar os meninos na cama e volto.
— Não demora — ele murmurou, com aquele olhar de desejo contido.
Quando Laura voltou ao quarto, vestia uma camisola leve de cetim azul, simples, mas que realçava suas curvas com delicadeza. O cabelo solto caía sobre os ombros, os pés descalços quase não faziam som no assoalho de madeira.
Heitor a olhou como se fosse a primeira vez. Mesmo exausto, mesmo ferido, seus olhos brilharam com fome e ternura.
— Você está linda.
Ela sorriu e se aproximou.
— Você precisa descansar.
Mas ele já estendia a mão para ela, puxando-a com cuidado para sentar-se na beira da cama.
— Laura... Eu mesmo inconsciente sonhei com você todas e disso eu tenho certeza ,porque foi um forte motivo para me fazer lutar para voltar para você e que tal me compensar me deixando matar as saudades em seu corpo gostoso.
Ela suspirou, acariciando seu rosto com carinho.
— Você acabou de escapar da morte, Heitor. Não vou deixar que me prove o quanto continua sendo o mesmo homem fogoso, agora.
O tipo de amor que sobrevive a tiros, memórias e tempestades.
O tipo de amor que dorme abraçado… e acorda ainda mais forte.
A madrugada passou silenciosa, envolta por uma paz rara, quase sagrada. Laura acordou algumas vezes, apenas para conferir se ele ainda respirava com tranquilidade, se não havia febre, se seu corpo seguia em repouso. Cada vez que abria os olhos e via aquele semblante sereno, sentia um alívio tão profundo que lágrimas ameaçavam cair de novo.
Na manhã seguinte, os primeiros raios do sol entravam discretamente pelas frestas das cortinas do quarto. A brisa era leve, o canto de passarinhos ao longe parecia anunciar que algo novo estava começando — um renascimento.
Laura despertou lentamente, sentindo o calor do corpo de Heitor ainda junto ao seu. Ele continuava dormindo, mas dessa vez com um leve sorriso no rosto. A barba por fazer, o peito subindo e descendo de maneira calma, o braço bom ainda enlaçado ao redor da cintura dela. Era como se, mesmo inconsciente, ele se recusasse a soltá-la.
Ela ficou ali por longos minutos apenas observando-o. Recordou-se dos momentos de desespero no hospital, da frieza do quarto de emergência, do sangue em suas mãos. E agora ali estavam eles, em sua cama, em sua casa, vivos, inteiros — e mais unidos do que nunca.
Laura deslizou os dedos suavemente pelo braço dele, subindo até o rosto, contornando a linha de sua mandíbula com carinho. Heitor reagiu ao toque, os olhos abrindo devagar, preguiçosos.
— Bom dia, minha enfermeira favorita... — murmurou com a voz rouca e sonolenta.
— Bom dia, meu paciente mais teimoso. — Ela sorriu, dando um beijo leve em sua bochecha.
— Dormi como um anjo. — Ele se espreguiçou levemente, cuidando para não forçar os pontos.
— Quer dizer... um anjo um tanto rebelde , que levou dois tiros,mas não me importo foi por uma boa causa.
— Você e seu humor negro. — Ela riu, balançando a cabeça.
Ele virou o rosto e colou os lábios no pescoço dela.
— E você e esse cheiro... quer me matar de outra forma agora?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe.