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Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe. romance Capítulo 140

— Ela é tão pequenininha… — murmurou Laura, acariciando com ternura a ponta dos dedinhos minúsculos de Valentina, dentro da incubadora.

— Mas é forte. Tem o coração da mãe.

Fernando assentiu, engolindo em seco, os olhos marejados.

— Eu não sei o que vai ser da minha vida se… se a Bianca não acordar, Laura. Eu não sei.

— Ei… — ela virou-se para ele, segurando seu rosto entre as mãos com delicadeza.

— Ela vai acordar. Eu sinto. Ela é teimosa. Teimosa demais pra deixar essa menininha crescer sem ela.

— E se não? — a voz dele quebrou.

Laura puxou-o para um abraço apertado, acolhedor. Ambos choraram em silêncio. Ali, não havia romance. Não havia tensão. Apenas dois amigos feridos, unidos pela dor de amar profundamente a mesma pessoa.

Ela passou a mão pelas costas dele num gesto instintivo, reconfortante. E foi nesse exato momento que Heitor entrou na sala.

A princípio, seus olhos captaram apenas a cena: Laura abraçada a Fernando, a mão deslizando com carinho por suas costas, os corpos colados. A dor e a fadiga nos rostos dos dois, os olhos vermelhos. Mas sua mente, já em alerta pela ausência da esposa e pelo caos do hospital, preencheu os espaços com o mais primitivo dos sentimentos: o ciúme.

Um nó apertou sua garganta. O sangue ferveu em silêncio.

Ela é minha.

Minha mulher. Meu amor. Minha esposa.

Mas a tragédia... o ambiente... a gravidade da situação... Tudo fez Heitor respirar fundo e conter o impulso de agir com brutalidade. Ele não era mais aquele homem que explodia. Tinha aprendido a se controlar.

Mesmo assim, sua mandíbula trincou. Os punhos se fecharam.

Laura o viu no mesmo instante e se afastou de Fernando, como se despertasse de um transe. Correu até ele, jogando-se em seus braços com um soluço preso.

— Heitor! Meu Deus… foi horrível… Bianca… ela…

— as palavras vieram aos tropeços, entrelaçadas com lágrimas.

— Eles sofreram um acidente. A bebê nasceu, mas… ela… ela está em coma.

Ele a envolveu com força, enterrando o rosto nos cabelos dela, sentindo o desespero que ela transmitia em cada palavra.

— Shhh… eu tô aqui, meu amor. Calma… Eu tô aqui agora.

Laura olhou para ele com os olhos marejados, segurando seu rosto entre as mãos.

— Eu fiquei tão assustada… achei que fosse perdê-la. Achei que fosse tarde demais…

— Eu sei, amor… — ele respondeu, passando o polegar com ternura sob os olhos dela.

— Eu tô aqui. E a Bianca vai sair dessa. Por ela… pela Valentina.

Heitor ergueu os olhos para Fernando, que observava a cena em silêncio. Por um momento, o ciúme ainda latejava dentro dele como um veneno lento. Mas ele o empurrou para o fundo da alma. Aquela dor não era dele. Não era hora.

Aproximou-se, estendendo a mão ao amigo.

— Eu sinto muito, Fernando. Sinceramente. Isso tudo… é um pesadelo.

Heitor trancou a porta com um estalo seco. Havia algo em sua postura — rígida, contida, elétrica demais — que fez o coração dela pulsar mais forte. Ela retirava os sapatos quando ouviu:

— Laura, a gente precisa conversar.

Ela ergueu o rosto, o cansaço estampado na pele, o coração latejando de tantos dias de emoções pesadas.

— O que foi?

— Você tem passado mais tempo com o Fernando do que comigo e os meninos.

Ela piscou, atônita.

— Heitor… você sabe o que está acontecendo. A Bianca está em coma. A filha deles nasceu no meio do caos. Ele está arrasado. Eu só…

— Eu sei. — Ele a interrompeu, a voz baixa, firme.

.

— Mas você não é mãe da Valentina. E nem esposa do Fernando.

Laura empalideceu.

— Como é que é?

— Joaquim e Pedrinho também têm uma mãe, Laura. Uma mãe que está viva, que sempre foi presente, mas que ultimamente está ausente pra eles. E pra mim também.

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