— Fiquem aqui! Esperem o papai parar o carro! — avisou ela, mesmo sabendo que era impossível conter tanta empolgação.
O carro mal estacionou e os dois já dispararam em direção ao portão. Heitor saiu primeiro, abriu a porta de trás e ajudou Laura a sair com a bebê.
— Mamãe! — gritaram em coro, correndo até ela. — Cadê a Maria Clara? Cadê?
Laura sorriu e ajoelhou-se com cuidado, revelando o rostinho da bebê entre as mantas.
— Aqui está a irmãzinha de vocês, meus amores. A Maria Clara.
Joaquim se aproximou com os olhinhos arregalados.
— Ela é tão pequena… e tão linda!
Pedrinho ficou paralisado, observando com atenção.
— Ela Mamãe, ela mexeu a mão! Acho que sabe que somos seus irmãos.Disse ele sorrindo.
Laura riu, com os olhos marejados.
— Eu acho que sim. Ela já ama vocês dois.
Heitor se abaixou ao lado deles e envolveu os três com os braços, enquanto olhava para a filha com ternura.
— Agora nossa família tá completa. Bem-vinda, Maria Clara.
— Seja muito bem-vinda, Maria Clara — disse dona Lourdes, emocionada, enxugando uma lágrima ao ver Laura entrar com a filha nos braços. — Que você traga ainda mais luz pra essa casa.
Laura agradeceu com um sorriso sereno e cansado. Subiu com passos lentos, sentindo o corpo ainda sensível e o coração cheio de gratidão. Já no quarto, sentou-se na poltrona perto da janela e começou a amamentar Maria Clara, que agora os meninos carinhosamente chamavam de Clarinha.
Lá embaixo, Joaquim e Pedrinho tomavam o café da manhã com olhos brilhantes e sorrisos largos. Era como se o mundo tivesse ganhado novas cores com a chegada da irmãzinha.
Heitor, por sua vez, foi para o banheiro. O calor da manhã deixava tudo mais pesado, mais lento… e ele precisava de um banho. Precisava respirar. Precisava tentar acalmar o coração que ainda batia acelerado de tanta emoção.
Estava debaixo da água quando sentiu a presença dela. Laura entrou no boxe sem dizer nada. A pele ainda marcada pelo parto recente, os cabelos presos de qualquer jeito… mas para ele, ela nunca pareceu tão linda. Tão mulher.
Ele virou devagar, os olhos escurecendo como sempre acontecia quando a olhava daquele jeito.
— Laura… — murmurou, a voz rouca.
— Você sabe que eu não posso te tocar agora… mas só de te ver assim… eu já quase perco o controle.
Ela sorriu com doçura, mas havia algo no olhar dela que o desafiava. Que o provocava. Se aproximou, colando o corpo ao dele, deixando a água escorrer pelos dois.
— Mal posso esperar.
Os dias passaram em ritmo calmo e acolhedor, com Maria Clara estava cada vez mais linda e forte para alegria de todos. Joaquim e Pedrinho, agora inseparáveis, disputavam quem conseguiria fazer a irmãzinha sorrir primeiro a cada manhã. A babá e dona Lourdes ajudavam com os cuidados, enquanto Laura e Heitor se dividiam entre o amor pelos três filhos e os compromissos que não paravam e esperavam ansiosos pelo dia que pudessem fazer amor novamente ,porque o o resguardo de Laura já estava chegando ao fim.
Tudo corria bem e sem nenhuma surpresa ,mas naquela tarde ,porém, o clima era diferente. A sala parecia mais silenciosa do que o habitual, tomada por uma mistura de emoção e despedida. Malas encostadas no canto, Bianca estava sentada no sofá com os olhos marejados, tentando manter a compostura. Fernando, de pé, falava com Heitor enquanto lançava olhares apaixonados à esposa.
— Depois de tanto tempo sem nos falarmos , meu "velho" me ligou.— explicou Fernando, com a voz embargada.
— Minha mãe insistiu para que eu atendesse. Disse que meu pai estava doente… e que precisava de mim. Ele precisa de descanso e quer que eu assuma o estaleiro da família no Rio.
Heitor assentiu em silêncio, apertando o ombro do cunhado com força.
— Pelo que conversamos sobre você e seu pai,sei que essa decisão não foi fácil pra você. Mas tenho certeza de que vai fazer a coisa certa, como sempre fez. Seu pai está reconhecendo o homem que você se tornou… e é mais do que justo que você assuma o que é seu por direito.
Bianca segurou a mão de Laura com força.
— Estou com o coração apertado, Laurinha de ter que me afastar de você ... mas apesar disso eu estou feliz pelo Fernando . É a chance dele reescrever a própria história. Mesmo distante nós continuaremos nos falando ,porque eu nunca vou esquecer você minha amiga ,ou melhor minha irmã querida.
Laura sorriu com lágrimas nos olhos.
— Nem eu vou esquecer você. Tudo que mais quero é que vocês sejam felizes.

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