O avião pousou no Aeroporto Santos Dumont sob um céu cinzento e carregado. Bianca mantinha Valentina adormecida no colo, enquanto observava a paisagem pela janela. O Rio de Janeiro parecia ainda mais imponente visto de cima, mas seu coração batia com uma inquietação difícil de nomear. Fernando, ao seu lado, parecia tranquilo demais. E isso a incomodava.
— Vamos direto pra casa do meu pai — ele disse, pegando a mão dela e depositando um beijo breve. — Ele está ansioso pra conhecer você e a Valentina.
— Seu pai? — Bianca franziu o cenho, confusa. — Pensei que íamos pra sua casa...
Fernando sorriu de lado, desviando o olhar.
— Vamos. A casa dele será a nossa por um tempo. Até a mansão que herdei do meu avô terminar de ser reformada.
Ela franziu ainda mais o cenho.
— Mansão?
Mas antes que ele respondesse, o carro preto com vidros escuros os aguardava na pista privativa. Um motorista uniformizado os cumprimentou com uma reverência contida, pegou as malas e abriu a porta traseira.
Bianca sentou-se com cuidado, ainda segurando Valentina. O assento era absurdamente confortável, e o cheiro do couro novo e do perfume caro impregnava o ar. Fernando agiu como se nada fosse fora do normal. Pegou o celular, respondeu algumas mensagens e depois acariciou o cabelo da filha adormecida.
Bianca não disse nada. Mas dentro dela, uma pergunta martelava: quem é esse homem com quem eu estou?
Cerca de vinte minutos depois, o carro cruzava os portões altos de ferro ornamentado de uma propriedade tão imensa que mais parecia um palácio europeu no coração do Rio. Um segurança armado abriu os portões. A fachada da mansão se estendia como um labirinto de colunas, mármores e vitrais. O jardim era impecável, com fontes e esculturas. Empregados andavam apressados, preparando o que parecia uma recepção.
Bianca ficou estática.
— Fernando... onde estamos ?
Ele finalmente olhou pra ela com um olhar sério. Pegou a mão dela com força, como se já esperasse a reação.
— Essa é a casa dos meus pais. E é aqui que vamos ficar até a nossa casa ficar pronta, a mansão que herdei do meu avô materno fica apenas alguns quarteirões daqui.
Ela o olhou como se não o conhecesse.
— Então... era isso que você escondia de mim esse tempo todo? — ela perguntou, sua voz falha, carregada de incredulidade.
Fernando estacionou o carro com calma, desligou o motor e virou-se para ela, segurando sua mão.
— Eu não escondi por mal, Bianca. Quando nos conhecemos, eu precisava saber quem você era de verdade. Eu já me machuquei muito com mulheres que só se aproximavam por interesse... pelo sobrenome, pelo dinheiro. Você era diferente, me olhava nos olhos, me fazia rir, me tratava como um homem comum — ele fez uma pausa, os olhos suplicantes.
— Bianca, minha querida! Seja muito bem-vinda. — disse, emocionada.
— Dona Célia... — Bianca sorriu, sentindo-se acolhida. — Que saudade da senhora!
— Eu também senti muita falta de vocês, minha filha. Principalmente da minha netinha ,ela está cada vez mais linda e mais parecida com você ,filho. — disse, voltando os olhos para a menina que dormia no colo de Fernando.
Bianca se emocionou.
— A senhora foi como uma segunda mãe para a minha filha quando eu estava em coma. A Laura me contou o quanto foi carinhosa e atenciosa com a Valentina. Nunca vou esquecer disso.
Dona Célia acariciou o braço de Bianca com ternura.
— Eu fiz tudo com muito amor, querida. A Valentina é minha neta, e vocês são muito importantes para mim. Sempre serão. Agora que estão de volta, essa casa volta a ter vida.
Bianca abraçou dona Célia lhe agradecendo novamente por tanto carinho e pela maravilhosa recepção dela.
Graças a acolhida de dona Célia e atenção de Fernando ,passou a se sentir mais confortável ,apesar do nervosismo que lhe apertava o peito. Era impossível não lembrar dos momentos de dor e incerteza pelos quais passou e ter consciência que ali naquela nova cidade iria ter que passar por vários desafios até se adaptar totalmente , principalmente que agora estava longe da sua melhor amiga ,pois ela e Laura eram inseparáveis e sempre davam forças uma a outra ,por outro lado o que a confortava era saber que mesmo estando longe dela a sua amiga estava bem e feliz ao lado dos filhos e do marido.

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