Dona Célia apareceu no corredor com um leve sorriso, as mãos entrelaçadas à frente do corpo, como se tivesse esperado o momento certo para interromper a tranquilidade da cena.
— O quarto de vocês já está pronto — anunciou, olhando para Bianca e Fernando com ternura.
— E da Valentina também ,eu mesma decorei e contratei uma babá da minha inteira confiança ,a dona Elisa para cuidar da nossa princesinha.Por favor me acompanhem.
Bianca sorriu, visivelmente aliviada. As emoções da chegada, o reencontro com Célia e o cuidado com a filha , a deixava um pouco exausta. Fernando assentiu, apertando levemente a mão de Bianca antes de se levantar com a filha nos braços.
Foram os três até o quarto infantil. Ao entrar, Bianca sentiu o coração se aquecer. O ambiente era acolhedor, com tons suaves de rosa e branco, móveis elegantes mas infantis, e um berço de madeira trabalhada que mais parecia saído de um sonho. Fernando colocou Valentina no berço com delicadeza, observando-a dormir com um misto de orgulho e vulnerabilidade nos olhos.
— Com licença ,mas vou ver meu pai ,depois quero que o conheça Bianca ,tenho certeza que ele vai gostar muito de você .— disse ele dando um beijo rápido nos lábios de Bianca.
Bianca assentiu.
— Vai. Eu fico aqui um pouco com sua mãe e daqui pouco vou me juntar a vocês.
Bianca se sentou no sofá ao lado da sogra e logo foi apresentada à babá. Era uma senhora de meia idade, cabelos grisalhos presos num coque e um olhar acolhedor que inspirava confiança.
— Prazer, dona Helena — disse Bianca, apertando a mão da mulher.
— O prazer é todo meu, senhora Bianca. Sua filha é um anjinho. Cuidarei dela com amor e responsabilidade.
Enquanto as duas conversavam, e Bianca falava sobre a filha , Fernando subia as escadas rumo ao quarto onde seu pai repousava. Esperava encontrá-lo tranquilo, talvez lendo um livro ou assistindo à TV em volume baixo, o que costumava fazer ,pelo que sua mãe lhe falou ao telefone antes da chegada dele ,seu pai estava bem melhor depois de vários dias de repouso e não ficou com nenhuma sequela devido ao infarto que sofreu semanas atrás.
Mas o que viu ao abrir a porta lhe causou um arrepio imediato.
Alice estava sentada em uma poltrona ao lado da cama, as pernas cruzadas de maneira provocante, usando um vestido justo demais para uma visita a um parente doente. Ao seu lado, a mãe dela, Rosana, observava a chegada de Fernando com um sorrisinho satisfeito. O olhar da tia era o mesmo de sempre: o de quem espreita uma oportunidade, um deslize, um momento de fraqueza.
Alice se levantou num pulo, como se sua presença ali fosse a coisa mais natural do mundo.
— Fernando! — disse ela, com entusiasmo exagerado.
— Que bom que está aqui ! Sinceramente eu achei que você nem viria.
Ele a olhou por um segundo, sem se aproximar, mantendo a postura firme.
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