— Hum… bom saber — ela provocou, mordendo o lábio inferior dele com carinho.
— Porque isso exatamente que espero de você.
Eles terminaram o banho em silêncio confortável, apenas trocando olhares, toques e risos baixos. Bianca saiu primeiro, se enrolando no roupão branco felpudo, indo até o closet. Fernando veio logo atrás, vestindo o próprio robe.
Enquanto ela procurava uma roupa elegante, ele a observava, admirando cada movimento.
— Aquela piriguete pensa que eu não sei que ela só está aqui porque sabia que viríamos hoje para cá. Não vejo a hora dela ir embora — disparou Bianca, impaciente, pegando um vestido azul de corte justo.
Fernando suspirou.
— Sinto muito, amor… mas a Alice e a tia Rosana não estão só de visita. Elas vão ficar por aqui até meu tio voltar da viagem.
Bianca girou nos calcanhares, os olhos arregalados.
— O quê?! Você só pode estar brincando.
— Infelizmente não estou. Ela me disse isso e meu pai confirmou.
Bianca cruzou os braços, bufando.
— Mas não se preocupe — continuou ele, se aproximando — Eu vou alugar um apartamento pra gente, só até nossa casa ficar pronta.
Bianca virou-se para ele, decidida.
— Nada disso. Eu sei o quanto você quer aproveitar o tempo perdido com seu pai, e eu não vou sair daqui por causa daquela mulher. É só ela não dar em cima de você, e todos viveremos em paz. Simplesmente vou ignorá-la.
Fernando a abraçou por trás, colando os lábios no pescoço dela.
— Eu te agradeço por pensar assim, amor… mas aí é que está o problema. A Alice é muito atrevida. Vai fazer de tudo pra te provocar.
— Se ela é atrevida, eu sou mais ainda — respondeu Bianca, virando o rosto para encará-lo
— Sei muito bem como lidar com vadias como ela. Mas, apesar de eu estar com muita raiva dela , eu sei que quem mais errou nessa história foi você. Você não respeitou nosso casamento, nem o fato de eu estar em coma, em uma cama de hospital.
Fernando abaixou a cabeça, a culpa marcando suas feições.
— E você não sabe o quanto eu me arrependo. O quanto me odeio por isso. Eu fui um canalha . E mesmo assim, você ainda me perdoou .Isso me faz querer ser melhor por você.
Ela o encarou por alguns segundos, então ergueu a mão e acariciou seu rosto.
— É por isso que você vai ter que provar que merece esse perdão. Dia após dia. E vai fazer com que eu não me arrependa de ter perdoado você .
— Eu vou. Por você, eu vou. Sou inteiramente seu e vou viver cada dia da minha vida para te mostrar isso.
Ela o beijou com ternura.
— Agora, vamos nos vestir. Quero conhecer seu pai logo.
Fernando era, por natureza, um homem pacífico. Gostava de evitar conflitos, de manter o equilíbrio. Mas também não era de levar desaforo pra casa. E descobriu que tinha um limite bem claro: abusou da sua paciência, ele mostrava os dentes, como se fosse uma fera prestes a atacar sua presa.
Já Bianca era o completo oposto. Temperamental. Explosiva. De pavio curto e língua afiada. Era o tipo de mulher que berrava antes de ouvir, que batia antes de pensar. Mas por trás dessa muralha de fogo, havia uma mulher que só queria ser amada de verdade — de forma intensa, inteira, incondicional.
E ele a amava exatamente assim. Do jeitinho dela. Louca, mandona, impaciente… mas dele.
— Eu volto logo — ele disse baixo, ao se aproximar e encostar os lábios na testa dela assim que Lúcio saiu do quarto para atender a uma ligação.
— Vai pra onde? — ela perguntou, segurando-o pelo braço.
— Só vou dar uma passada no estaleiro. Quero ver como estão as coisas por lá — disse Fernando, ajustando o relógio no pulso.
— Agora que vou assumir o comando no lugar do meu pai, preciso inspecionar tudo pessoalmente.
Ele se aproximou dela e acariciou seu rosto com carinho.
— Fique bem... E, amor — acrescentou com um sorriso brincalhão.
— caso você e a Alice se encontrem enquanto eu não estiver, tenta não matá-la. Mesmo que ela te provoque.
Bianca arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.
— Eu não prometo nada. -Resoondeu Bianca com um sorriso travesso nos lábios.

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