Talvez se eles se encontrassem por acaso, fora do escritório… numa cafeteria, numa confraternização, ou se ela fizesse parecer casual…
Ela balançou a cabeça, como para afastar os próprios devaneios, e voltou ao computador para finalizar o pedido das flores. Mas, ao digitar o nome “Bianca” no campo do destinatário, sentiu uma pontada amarga no estômago.
Queria que fosse ela a receber aquelas flores , afinal Fernando era o seu Victor em sua mente um tanto destorcida que voltou para ela.
Era egoísta. Era doentio. Mas ela queria. Queria Fernando. Mesmo que ele fosse apenas um reflexo do homem que perdera.
No final daquele expediente, Paola esperou até que a maior parte da equipe tivesse ido embora. O corredor estava silencioso, e o som do relógio na parede parecia amplificar o nervosismo que sentia. Fernando ainda estava em sua sala, concentrado em papéis e anotações. A luz amarelada da luminária de mesa iluminava apenas parte de seu rosto, realçando ainda mais sua semelhança com Victor.
Ela bateu levemente na porta entreaberta.
— Posso?
Fernando ergueu os olhos, a expressão suavizando ao vê-la.
— Claro, Paola. Precisa de algo?
Ela entrou devagar, fechando a porta atrás de si.
— Na verdade… — sua voz vacilou levemente — eu só queria conversar um pouco, se não for incômodo.
Fernando gesticulou para a cadeira em frente à sua mesa, indicando que ela se sentasse. Paola o fez, cruzando lentamente as pernas, com o corpo inclinado levemente para frente, mais próxima dele do que o necessário.
— Hoje… — ela começou, desviando o olhar — eu senti um aperto no peito o dia inteiro.
Ele franziu levemente o cenho, atento.
— Algo aconteceu?
Ela suspirou fundo, os olhos já marejando.
— É difícil… muito difícil, Fernando. Trabalhar aqui, olhar para você ,, ouvir sua voz, e… — suas lágrimas começaram a escorrer silenciosamente
— e lembrar do Victor.
Fernando se mexeu na cadeira, visivelmente desconfortável. Ficou em silêncio, observando-a, mas ela notou o brilho de dor nos olhos dele também. Sabia que havia atingido o ponto certo.
— Eu o amava tanto… — ela continuou, agora com a voz embargada.
— e perder ele daquele jeito foi… foi como se tivessem arrancado uma parte de mim. Mas eu achei que com o tempo ia passar. Que trabalhar com o pai dele , me fizesse bem e realmente me fez eu me sentia próxima de alguma forma dele, mas agora trabalhando com você , é como se ele estivesse aqui. Vivo. Falando comigo… — ela baixou a cabeça, chorando mais forte
— e isso me destrói, Fernando. Me destrói por dentro.
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