Ele a olhou de cima a baixo.
— Fui igual àqueles bananas que você usava como queria... e depois descartava.
— E se eu quiser vou te descartar também — retrucou ela com a voz trêmula, mas firme.
— Porque eu nunca vou deixar homem nenhum me dominar!
— É o que vamos ver. — murmurou Fernando, antes de pressionar os lábios contra os dela num beijo bruto, possessivo.
Bianca resistiu, empurrou o peito dele, tentou virar o rosto... mas seu corpo gritava de saudade. Saudade daquele toque, daquele gosto, da forma como ele a dominava e a fazia se perder. Em segundos, estava se derretendo em seus braços, retribuindo o beijo com a mesma intensidade.
As roupas foram arrancadas com pressa. Fernando a deitou num sofá forrado, coberto por um lençol limpo. Seu corpo nu se sobrepôs ao dela, cobrindo-a com beijos, carícias e palavras roucas de desejo.
— Eu te amo, sua oncinha. Por que você não enxerga isso? Que eu te amo e que é você a única mulher que eu desejo? — murmurava ele, enquanto a penetrava com força, arrancando gemidos altos de prazer de Bianca.
Ela arranhava as costas dele, o corpo arqueando sob o dele, enlouquecida pelas estocadas intensas. Fizeram amor repetidas vezes, em todas as posições possíveis, até o último fio de energia se esvair.
Horas depois, deitados ofegantes, cobertos apenas pelo lençol leve e suado, Fernando sorriu, acreditando que, enfim, tinham se acertado.
Mas Bianca virou o rosto e disse, fria:
— O que aconteceu aqui... não muda nada. Foi só sexo.
Fernando permaneceu em silêncio. Não se irritou. Apenas se levantou, vestiu-se e logo depois que entraram no carro , ele tomou seu lugar no volante.
Enquanto dirigia, pensava em como era justamente aquele jeito arisco, bravo, difícil de Bianca ... que o fazia amá-la tanto.
O silêncio dominava o interior do carro, interrompido apenas pelo som abafado do motor. Bianca, ainda com o corpo sensível pelos momentos intensos que haviam acabado de compartilhar, mantinha os olhos fixos na estrada pela janela, mas seus pensamentos estavam longe.
"Será que aquele sexo maravilhoso era suficiente para manter um casamento?" — se perguntava, sentindo a dúvida apertar seu peito.
"Será que prazer e paixão bastavam para sustentar uma relação construída sobre tanta desconfiança, feridas mal curadas e meias-verdades?"
Ela se remexeu no banco, cruzando os braços. Por mais que ainda sentisse o toque dele gravado em sua pele, a mágoa insistia em reaparecer. As atitudes contraditórias de Fernando a feriam — ele podia flertar descaradamente com Paola, a ex-noiva do irmão morto, a traição dele com Alice ... mas se um simples pedreiro ousasse olhar para ela, era o suficiente para que Fernando explodisse em fúria.
Hipócrita... Machista."
"Ele pode tudo. E eu, nada?"
Ela suspirou fundo, sem coragem de dizer em voz alta o que martelava em sua mente. Talvez porque ainda o amasse. Talvez porque, no fundo, estivesse cansada de brigar.
Ao seu lado, Fernando dirigia com o maxilar travado, o olhar preso à estrada, mas a mente tão agitada quanto a dela.
"Está na hora."
"Está na hora de ser claro com Paola, mas claro do que já fui."
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