— Essa é a Bianca que eu conheço! — disse Laura, e Bianca pôde sentir o sorriso da amiga do outro lado.
— Mas de nada adiantou. — Bianca balançou a cabeça, mesmo que Laura não pudesse ver.
— Alice é uma das menores das minhas preocupações agora. Eu acho que Fernando tá de caso com a Paola… a noiva do irmão dele.
Houve uma pausa.
— Será que não é só boato? — perguntou Laura, cautelosa.
— Não, Laurinha. — A voz de Bianca saiu carregada de convicção.
— Eu fui no estaleiro e peguei os dois no maior clima.
— Amiga, conversa com o Fernando. Esclarece as coisas. E, por favor, mostra pra essa tal de Paola que Fernando é seu marido. Que ela não tente encontrar o noivo falecido nele só porque eram gêmeos.
— Eu conversei… — Bianca respondeu, mexendo nervosamente no lençol da cama da filha.
— Ele negou que tenham um caso. Mas, sei lá… depois que ele me traiu com a Alice, não consigo confiar nele.
— Eu te entendo — disse Laura, com uma calma amiga.
— Mas nem pense em desistir do seu amor sem antes esclarecer toda a verdade. A Bianca que eu conheço nunca ia entregar os pontos assim.
Bianca riu fraco.
— Mas aquela Bianca era do tipo que nunca se apegava a ninguém. E nunca amou um homem como eu amo o Fernando. Por isso… eu não sei como agir.
— Claro que sabe! — Laura rebateu, animada.
— Se você nunca entregou de bandeja pra nenhuma periguete os homens que eram só curtição pra você, vai entregar o homem que ama pra uma fulaninha? Nada disso! A senhorita vai usar toda sua beleza, charme, inteligência… e principalmente seu amor… pra não deixar que ninguém tome seu homem.
Um sorriso verdadeiro despontou no rosto de Bianca.
— Você está certa, Laurinha… como sempre. Não vou entregar meu marido de bandeja pra ninguém. Nem pra Alice, nem pra Paola… nem pra mulher nenhuma. Obrigada. Eu precisava ouvir isso.
— Não precisa agradecer. — Laura riu.
— Você também me ajudou muito com o Heitor. Se não fosse seu apoio, não estaríamos juntos hoje. E você sabe que pode contar comigo pra qualquer coisa.
— Eu sei e digo o mesmo .— Bianca suspirou, sentindo um peso sair do peito.
A porta se abriu poucos minutos depois, e Paola entrou.
O salto alto fez um som suave contra o piso de madeira, e ela caminhou até a cadeira em frente à mesa dele, sentando-se com postura impecável. Os olhos claros o encaravam com uma mistura calculada de tristeza e doçura.
— Eu… queria dizer que sinto muito — começou, a voz aveludada, ligeiramente mais baixa que o normal.
— Sinto muito se estou prejudicando o seu casamento. Não era, de forma alguma, a minha intenção.
Fernando apoiou os cotovelos na mesa, cruzando as mãos diante do rosto.
— Eu sei disso. Você não tem culpa de nada. É a Bianca que está vendo coisas onde não existem.
Paola inclinou levemente a cabeça, como quem avalia a reação dele antes de prosseguir.
— Ou… — fez uma pausa breve, os lábios curvando-se num quase sorriso — ou ela, por ser mulher como eu, percebeu que eu sinto algo por você, logo a primeira vez que nos viu juntos.
Fernando fechou os olhos por um segundo, como quem precisa de paciência para lidar com aquela conversa.
— Paola, eu já te disse isso antes, mas vou repetir. Não há a menor possibilidade de acontecer algo entre nós. Eu sou casado. Amo a minha esposa. E nunca, em hipótese alguma, me envolveria com a noiva do meu falecido irmão.

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