Sentada sobre a mesa de Heitor, de frente para ele, estava uma mulher ruiva estonteante. Alta, pele clara, lábios carnudos pintados de vermelho, as pernas cruzadas de forma sugestiva e o corpo inclinado levemente para frente, como se sussurrasse algo íntimo. Os olhos dela se voltaram para Laura com desdém, avaliando-a como quem mede uma ameaça invisível.
Heitor ergueu os olhos, e o olhar que lançou a Laura foi cortante.
— Pessoas educadas costumam bater antes de entrar, Senhorita Dias .Espero que se lembre disso se quiser continuar no emprego.— Sua voz foi firme, autoritária, sem qualquer traço de calor. Como se ela fosse apenas uma funcionária desatenta.
Laura congelou. Engoliu em seco. Queria responder, queria gritar. Queria perguntar se ele havia esquecido a forma de tudo que compartilharam na noite anterior. Mas não disse nada. Apenas endireitou os ombros e manteve o rosto impassível.
— Me desculpe, senhor Arantes . — Sua voz saiu fria, profissional, com um leve toque de desprezo.
— Não sabia que estava ocupado.
A ruiva sorriu, satisfeita, e se ajeitou como se a presença de Laura fosse apenas um detalhe incômodo.
Heitor passou a mão pela barba e se virou para a ruiva.
— A gente conversa mais tarde, Isabelle. Estou com a agenda cheia hoje. — Sua voz agora estava mais controlada, mas impessoal.
— Claro, querido. — Isabelle desceu da mesa com elegância felina, passou por Laura como se ela fosse invisível, e saiu da sala com um perfume forte demais e um sorriso irritante.
Laura ainda sentia o perfume forte da ruiva pairando no ar quando fechou a porta da sala atrás de si. Seu estômago se revirava, e a raiva latejava silenciosa sob a pele. Ela tentou ignorar, tentou se concentrar em qualquer outra coisa que não fosse o olhar de desdém que a mulher lançara ou a frieza calculada de Heitor.
Mas era impossível.
Heitor a seguia com os olhos, como se pudesse prever cada movimento dela. O silêncio entre eles era quase palpável, como uma corda esticada demais, prestes a arrebentar.
Laura fingia concentração ao reorganizar a papelada sobre a mesa, mas seus dedos tremiam levemente. Ela sentia o olhar dele queimando sua nuca.
— Laura — ele chamou, com a voz mais baixa, quase rouca.
Ela se virou devagar, fria, firme.
— Precisa de algo, senhor Arantes?
Heitor a observou por um segundo, como se estivesse testando os limites da paciência dela. Deu dois passos à frente e tocou de leve a cintura dela, gesto que ela rapidamente afastou com a mão, sem cerimônia.
— Não vai me dizer que está assim por causa da Isabelle? — Ele arqueou uma sobrancelha, a voz carregada de provocação contida. — Você sabe que não deve sentir ciúmes ,Laura e o motivo é que não temos um relacionamento. Só sexo. Nada além disso. Não confunda as coisas.
Laura sustentou o olhar dele com firmeza, o tom afiado:
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