Ele desviou o olhar por um instante, como se não suportasse ver o abismo de dor nos olhos dela, mas logo voltou a encará-la, firme, obstinado.
— Se você realmente não tem nada a temer porque não faz o teste de DNA? Aí tudo será esclarecido.— insistiu, a voz grave, quase suplicante, mas ainda assim cruel.
Bianca soltou um riso trêmulo, um riso amargo, entrecortado de lágrimas.
— Porque eu não vou me rebaixar a esse ponto! Porque eu não vou submeter a minha filha a esse exame ,só para te provar algo que você devia ter a certeza , que ela é a sua filha ! Ela é a nossa filha, Fernando! Nossa! — gritou, a voz carregada de dor.
Ele estreitou os olhos, como se cada palavra dela o rasgasse por dentro, mas incapaz de recuar.
— Como vou ter essa certeza se você se nega a realizar o teste de DNA?— começou, hesitante, mas logo completou, duro
— Isso só confirma que Rodrigo não mentiu e ele é mesmo o pai da Valentina e você me fez de idiota todo esse tempo ...Cada vez que saia de casa com a desculpa de fazer compras ,você ia trepar com aquele imbecil .
O tapa veio rápido, estalando forte contra o rosto dele. Fernando fechou os olhos no impacto, sentindo o ardor espalhar-se pela pele.
— Como você ousa? — gritou Bianca, a voz embargada.
— Como você ousa me acusar de algo rão sujo?
As lágrimas agora caíam em rios pelo rosto dela, mas sua expressão era de fúria e orgulho ferido.
— O nosso casamento acabou, Fernando. — disse, a voz firme, embora quebrada pelo choro.
— Eu suportei muito, mas essa acusação é cruel demais. Vou embora com a minha filha, e quero você bem longe de nós duas.
Fernando abriu os olhos, respirando fundo. A marca do tapa ardia, mas a dor maior era no coração. Ainda assim, manteve-se firme.
—Em vista das circunstâncias é o melhor a se fazer e dessa vês eu não vou te impedir.
Bianca arregalou os olhos, mais devastada ainda.
— Você… você sequer se opõe que eu leve a nossa filha… porque acredita que ela não é sua..Quando você se der conta do que está fazendo vai ser tarde demais e eu nunca vou te perdoar por isso.
Ele suspirou fundo, desviando por um instante o olhar.
— Se quiser, pode ficar na mansão. Está pronta, eu ia te fazer uma surpresa. Você é minha esposa, tem direitos. E não ficará desamparada ,eu vou te pagar uma pensão para que você e a Valentina viva com o conforto que estão acostumadas.
Bianca soltou uma gargalhada amarga, a dor transbordando em cada sílaba.
— Uma pensão? Pois pegue a sua mansão, a sua pensão, e enfie onde quiser! Eu não quero nada de você!
— Não é por você. — rebateu ele, firme.
— É por Valentina. Porque, mesmo que não tenha meu sangue, eu a amo como minha filha.
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