Bianca tentou se desvencilhar, mas a mão firme de Fernando não lhe deu espaço. Ele ergueu a mão dela até a altura do peito e mostrou a aliança que brilhava na penumbra do pequeno apartamento.
— Está vendo isso? — sua voz era baixa, áspera, carregada de ciúmes.
.— Essa aliança diz que você ainda é minha mulher. E, sendo minha mulher, me deve respeito.
O coração dela disparou, mas não era medo — era a fúria misturada ao desejo incontrolável que aquele homem sempre lhe despertava. Bianca puxou o braço com força, tentando se afastar.
— Eu só mantenho essa aliança no dedo para afastar homens indesejados. — disparou, os olhos faiscando.
— Mas não se iluda, Fernando. Eu já não sou sua mulher há muito tempo.
Ele se aproximou ainda mais, a respiração quente roçando na pele dela, o corpo másculo dominando o espaço estreito entre a porta e a parede.
— Você é minha mulher, sim. — retrucou, a voz grave e implacável.
— E eu vou te mostrar isso agora.
Antes que ela pudesse reagir, Fernando a prendeu contra a parede, o peso firme de seu corpo pressionando o dela. Bianca tentou resistir, as mãos empurrando o peito forte dele, mas quanto mais ele a encurralava, mais difícil ficava ignorar o calor que se espalhava por suas veias.
— Me solta! — exigiu, mas a voz já não soava tão firme.
— Eu não vou soltar. — respondeu, olhando fundo nos olhos dela, tão perto que seus lábios quase se tocavam.
— Porque eu sei que você ainda me deseja tanto quanto eu te desejo.
O beijo veio forte, urgente, como um trovão partindo o silêncio. Bianca resistiu por um instante, chegou a erguer a mão e estapeá-lo no rosto, o som seco ecoando no pequeno corredor. Mas Fernando não recuou. Os olhos dele brilharam, não de raiva, mas de um desejo ainda mais incendiado.
E quando ele voltou a beijá-la, ela já não conseguiu lutar. O corpo dela traiu a própria raiva, cedendo ao calor que ele despertava. A boca se abriu sob a dele, e o beijo se tornou uma guerra de línguas, dentes e suspiros desesperados.
Bianca sentiu os joelhos fraquejarem quando ele deslizou as mãos por suas coxas, erguendo-a no colo com uma força que só aumentava sua sensação de rendição. Os corpos colados, os beijos vorazes, e nenhum dos dois soube explicar como, de repente, estavam no quarto dela.
As roupas foram desaparecendo pelo caminho, atiradas às pressas, como se fossem barreiras insuportáveis entre eles. A blusa dela rasgada, a camisa dele aberta com um puxão impaciente, o barulho do zíper se abrindo no meio dos beijos e gemidos abafados.
No quarto pequeno, o corpo másculo de Fernando se impôs sobre o dela. Bianca caiu de costas na cama, o cabelo espalhado pelo travesseiro, os seios arfando à mostra. Ele a devorava com os olhos, como se cada curva fosse território perdido que precisava reconquistar.
— Você é minha, Bianca. Sempre foi. Sempre vai ser. — rosnou, a voz rouca enquanto deslizava a boca pelo pescoço dela, sugando com força, marcando-a como se quisesse cravar nela sua posse.
— Eu te odeio… odeio por me deixar assim ...— ela sussurrou, mesmo que o corpo dissesse o contrário, arqueando-se sob as carícias dele.
O quarto se encheu de gemidos, de sussurros abafados, de corpos se chocando em ritmo frenético. Bianca não sabia onde terminava a raiva e começava o prazer. Só sabia que estava viva, entregue, consumida por aquele homem que era ao mesmo tempo seu inferno e sua salvação.
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Quando o clímax veio, foi como uma explosão. O corpo dela se arqueou, os gemidos escaparam altos e incontroláveis. Fernando a acompanhou, mergulhando fundo nela, gritando seu nome no auge da paixão.
Por longos segundos, ficaram apenas os dois, ofegantes, colados, os corpos ainda entrelaçados, o suor unindo suas peles.
Fernando encostou a testa na dela, os olhos fechados, a respiração pesada.
— Eu posso te odiar por tudo que aconteceu, Bianca… — murmurou, a voz embargada.
— Mas eu nunca vou deixar de te querer tanto como eu te quero. Nunca.
Bianca sentiu as lágrimas ameaçarem cair, mas não disse nada. Apenas fechou os olhos, perdida entre a dor da lembrança e a doçura cruel do que ainda existia entre eles.
.No silêncio que se seguiu, não havia respostas. Apenas a certeza de que, por mais que tentassem se afastar, um sempre seria a perdição do outro.

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