O peito dele doeu, tomado por um nó de emoção que ameaçava sufocá-lo. Ficou ali alguns minutos, apenas contemplando, como se aquele simples toque fosse capaz de preencher a dúvida que corroía ele por dentro.
Mas a dor da dúvida não lhe dava paz.
Levantou-se, ajeitou a coberta sobre Valentina com um cuidado que só um pai teria, e saiu do quarto em silêncio.
Quando voltou ao quarto de Bianca, encontrou-a de costas, mexendo em algo no guarda-roupa. Ele fechou a porta atrás de si, e a voz saiu firme, carregada de decisão.
— Chega, Bianca. — disse, obrigando-a a virar-se para encará-lo. Os olhos dele queimavam com a intensidade de quem finalmente havia tomado uma decisão.
— Eu quero que você faça o teste de DNA , pare de uma vez de me torturar com essa maldita dúvida.
O silêncio no quarto se estendeu como uma corda prestes a se romper. Bianca ficou imóvel, com o peito arfando, até que o olhar fixo de Fernando queimou em sua pele como fogo. A frase dele ainda ecoava em sua mente: “Eu quero que você faça o teste de DNA.”
A raiva subiu pelas veias dela como um veneno. O corpo inteiro tremeu, e antes que pudesse se conter, a explosão veio, forte, devastadora.
— Você é doente, Fernando! — gritou, a voz embargada, mas firme.
— Está se torturando porque quer! Quantas vezes eu vou ter que repetir a mesma coisa? Eu já disse uma vez e vou dizer de novo: não vou fazer teste nenhum!
Os olhos dele se estreitaram, a mandíbula travada. A respiração pesada denunciava o furacão que ele tentava controlar.
— Então eu vou te obrigar. — disse, baixo, mas letal.
— Se você não quiser fazer por bem, eu consigo pela justiça. Um juiz pode ordenar esse teste, Bianca. E você não vai ter como impedir.
As palavras foram como estacas atravessando o peito dela. O sangue ferveu ainda mais, e em um misto de raiva e dor, decidiu contra-atacar da forma mais cruel que encontrou: ferindo-o no ponto mais vulnerável, contando uma mentira por vingança , ou confirmando o que ele já estava acreditando.
— Quer saber, Fernando? — cuspiu as palavras, os olhos faiscando.
— Está certo. Rodrigo não mentiu. Valentina é filha dele.É isso que queria ouvir ,pronto já ouviu.
Ele ficou em choque ,como se tivesse a esperança que estivesse enganado, que Valentina fosse sua filha.
O silêncio que seguiu foi tão pesado que Bianca quase pôde ouvir o som do coração dele se despedaçando.
Ela respirou fundo, mas não recuou. Queria feri-lo de volta, como ele a ferira.
— Agora some da minha vida. — completou, a voz gélida.
— E tem mais eu quero o divórcio.
Fernando sentiu o chão sumir sob seus pés. O peito queimava como se estivesse sendo rasgado por dentro. E então, como se algo tivesse quebrado dentro dele, a fúria tomou conta. Ele avançou de repente, segurando os ombros dela com força, fazendo-a recuar até bater contra a parede.
— Sua vagabunda! — rugiu, os olhos marejados de raiva e mágoa.
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