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Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe. romance Capítulo 279

Fernando desceu primeiro, deu a volta no carro e abriu a porta traseira. Tirou a filha com todo cuidado, ajeitando-a nos braços. Bianca saiu em seguida, a postura ereta, o corpo ainda tenso, os olhos evitando os dele.

O silêncio continuava, mas agora era mais denso, mais cheio de coisas não ditas. Ambos sabiam que, mais cedo ou mais tarde, a discussão viria — e viria com força. Mas por ora, diante da filha e da família, restava apenas guardar o fogo para depois

A chegada à casa dos pais de Fernando foi recebida com uma explosão de alegria que quase desarmou Bianca. Assim que a porta se abriu, Célia correu até eles com um sorriso largo, os olhos marejados de felicidade.

— Finalmente vocês vieram! — exclamou, abraçando primeiro a nora, depois pousando um olhar cheio de carinho em Valentina, que estava acomodada nos braços do pai.

Lúcio logo surgiu da sala, a postura firme de sempre suavizada por uma emoção quase juvenil. Assim que avistou a neta, abriu um sorriso tão sincero que parecia iluminar o ambiente.

— Venham, entrem, a casa é de vocês! — disse, já estendendo os braços para pegar Valentina.

A menina, radiante, esticou os bracinhos para o avô, e Lúcio a ergueu no ar como se ela fosse um pequeno tesouro. O riso cristalino de Valentina ecoou pelo hall, enchendo o coração de todos ali.

— Se vieram aqui juntos é porque reataram — comentou Lúcio, apertando a neta contra o peito, os olhos brilhando.

— E não há notícia que me faça mais feliz do que essa.

Célia, emocionada, enxugou discretamente uma lágrima e completou:

— Eu sabia… sabia que vocês iam se acertar. Sempre acreditei nisso.

Bianca congelou por um instante. Aquela felicidade simples e genuína deles a atingiu como uma punhalada. Seu coração se apertou com a culpa de ter de destruir aquela ilusão. Forçou um sorriso, mas a voz lhe saiu baixa, quase um sussurro:

— Eu… eu não queria decepcioná-los, mas… não voltamos. — engoliu seco, tentando manter a calma.

— Fernando apenas me deu uma carona até aqui.

O silêncio que se seguiu foi quase palpável. A alegria que pairava no ar desmoronou como um castelo de areia levado pela maré. Célia e Lúcio se entreolharam, os olhares entristecidos, mas logo disfarçaram, sem querer prolongar o constrangimento.

— Entendo… — disse Lúcio, forçando um sorriso. — Mas ainda assim é bom demais ter vocês aqui, meu filhos.

Bianca abaixou os olhos, o coração pesado. Sentia-se cruel, como se tivesse arrancado deles um sonho que, no fundo, também era o dela.

Fernando, percebendo o peso do momento, quebrou o silêncio. Aproximou-se, deu um beijo carinhoso na mãe, depois no pai, e disse com firmeza:

— Eu vou precisar ir ao estaleiro. Tenho muito trabalho acumulado e não posso adiar mais.

Ele olhou para Bianca, e seus olhos azuis transmitiram uma mensagem que só ela conseguiu decifrar.

— Mais tarde vou ao seu apartamento para conversarmos. — O tom era baixo, mas carregado de determinação.

Bianca respirou fundo, já sentindo a discussão que viria. Não queria, não agora, não na frente da filha. Para evitar um atrito imediato, apenas assentiu com a cabeça, mesmo que cada fibra do seu ser gritasse o contrário.

— Está bem — respondeu, quase sem voz.

Fernando, então, se abaixou para beijar a filha. Valentina enlaçou o pescoço dele com as mãozinhas pequenas, e ele sorriu, encantado. Antes de se afastar, surpreendeu Bianca com um beijo rápido nos lábios. Foi tão inesperado que ela ficou paralisada, o coração disparado e o rosto ardendo.

Célia observou a cena com uma esperança renovada, e Lúcio fingiu não notar o constrangimento da nora.

Valentina, que já se remexia no colo do avô, pediu para ir ao chão. A menina, cheia de energia, agarrou a mão de Lúcio e, com a doçura típica da infância, o puxou em direção ao jardim.

— Vem, vovô! — disse, sorridente. — Quero brincar!

Ela respirou fundo antes de responder:

— Será que a senhora poderia cuidar de Valentina por uns dias? Maura… — Bianca hesitou, escolhendo as palavras com cuidado. Não queria revelar a verdade sobre a demissão e os problemas que rondavam sua vida.

— Ela precisou deixar o serviço, questões pessoais.

Célia apertou ainda mais as mãos dela, o rosto iluminado.

— Mas é claro que sim! Sempre quis ter Valentina mais perto de mim. Vai ser um prazer cuidar dela.

Bianca sentiu um alívio imediato, embora misturado a uma pontada de culpa.

— Obrigada, Célia… de verdade.

— Não me agradeça, querida. Vou amar cuidar da minha neta. — Ela sorriu, com os olhos marejados.

— E, se me permite, eu ainda acredito que você e Fernando vão se acertar.

Bianca tentou sorrir, mas seus olhos denunciaram a dor.

— Eu não tenho essa mesma fe que você .

Célia apertou novamente suas mãos.

— Eu sinto. Sei que ele a ama. Só está perdido, orgulhoso demais para admitir.

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