Bianca respirou fundo, finalmente sozinha na sala. O silêncio era quase um alívio depois da noite estranha que tivera. Walter estava no banheiro da suíte de hóspedes, e ela já se arrependia de tê-lo deixado entrar. O bom coração que tantas vezes fora sua maior virtude agora pesava como uma maldição.
Mas a tranquilidade durou pouco.
A campainha soou, quebrando o silêncio como um trovão.
O coração de Bianca disparou. Ela correu até a porta, espiou pelo olho mágico… e sentiu as pernas fraquejarem.
Fernando.
O choque fez seu corpo inteiro tremer. O que faria? Como explicaria? Ainda assim, não havia como fugir.
Com mãos trêmulas, girou a maçaneta.
Fernando entrou sem que ela esperasse , dominando o espaço com a intensidade de sempre. Antes que ela pudesse dizer uma palavra, ele a puxou contra si, abraçando-a com força.
— Eu sabia… — murmurou, o hálito quente contra seus cabelos.
— Sabia que você também não conseguiu dormir… assim como eu.
Bianca fechou os olhos por um instante, o corpo reagindo àquele toque que tanto ansiava. Mas o medo logo voltou com força.
— Fernando… — começou, a voz trêmula.
— Eu preciso te dizer uma coisa .…
Mas Fernando não deixou ela explicar nada e calou com um beijo
Lá de dentro, Walter ouviu a voz dele ecoando pela sala. O sangue lhe subiu à cabeça como vinho forte. Um sorriso cínico curvou seus lábios.
"Fernando está aqui ,não posso desperdiçar essa oportunidade."
Ele se apressou de volta para a suíte, o coração pulsando em ritmo de triunfo. Jogou a camisa no chão, abriu a calça e a largou junto dos sapatos. Em poucos segundos, estava nu. Puxou uma toalha branca e a enrolou na cintura, deixando-a frouxa de propósito, para expor o físico definido que mantinha com disciplina.
Olhou-se de relance no espelho, ajeitando os cabelos ainda úmidos. Perfeito.
"Quero ver como Fernando vai reagir quando me vir assim. Quero assistir seu rosto arder de ódio, seu coração despedaçar como o meu despedaçou no dia em que ele levou Olivia para cama". Pensou Walter consigo mesmo.
Walter respirou fundo, um ator pronto para sua cena. Então saiu da suíte, caminhando até a sala com passos firmes, a toalha amarrada de forma displicente na cintura.
Assim que o viu Fernando congelou.
Bianca arregalou os olhos, paralisada, como se o mundo tivesse parado.
Walter surgiu diante deles, encostado no batente, o corpo ainda úmido, os músculos definidos à mostra. A toalha branca contrastava com sua pele quente, transformando sua presença numa provocação silenciosa.
A fúria incendiou os olhos de Fernando.
— Mas que porra é essa?! — rugiu, a voz ecoando como trovão.
— O que esse desgraçado está fazendo aqui?
Bianca tentou reagir, a mente em pânico.
— Fernando, por favor! Não é o que parece! Eu preciso…
Mas Walter não lhe deu tempo. O sorriso frio tomou conta de seu rosto.
— É exatamente o que parece — cravou, cada sílaba carregada de veneno.
— Nós estamos juntos e você chegou em uma péssima hora como pode ver.
O silêncio que se seguiu foi sufocante.
Fernando sentiu o estômago revirar, como se tivesse levado um soco. O coração batia com tanta força que mal conseguia respirar. A imagem de Walter, seminu na casa de Bianca, era cruel demais para suportar.
Bianca, pálida, tentava encontrar palavras, mas nada parecia capaz de apagar aquele veneno.
— Como você pode dizer isso?! — gritou para Walter, as lágrimas escorrendo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe.