Bianca sentiu a fúria borbulhar dentro dela, mas também a necessidade de manter a calma. Ela respirou fundo e respondeu com firmeza:
— Eu vou levar minha filha comigo, Fernando. E você não é louco de tentar me impedir.
Sem esperar mais, ela se dirigiu ao quarto de Valentina, o coração acelerado, sentindo cada batida como um tambor de guerra. Fernando a seguiu, o olhar determinado, cada passo calculado, a tensão aumentando como uma corda prestes a arrebentar. Paola permaneceu na sala, assistindo com um sorriso sarcástico, absorvendo a cena como se fosse um espetáculo privado. Célia, preocupada, foi atrás deles, tentando interceder, manter a calma, acalmar os ânimos antes que a situação se tornasse irreversível.
Ao chegar à porta do quarto de Valentina, Bianca estendeu a mão para abri-la, mas Fernando a impediu. O choque foi imediato, o corpo de Bianca pressionado pelo braço firme dele.
— Se quiser vê-la, tudo bem… — disse Fernando, a voz carregada de autoridade.
— Mas nada de tirá-la daqui.
Bianca sentiu a raiva explodir dentro dela. Era impossível aceitar aquele tipo de imposição, ainda mais quando ela sabia que estava agindo com razão e amor por sua filha.
— Fernando! — gritou, os olhos faiscando.
— Ela é minha filha! Eu vou levá-la comigo! Sei que está com raivade mim , mas não use a minha filha para me punir , principalmente por algo que não fiz.
O silêncio que se seguiu parecia sufocar o ambiente. Fernando a encarava com olhos duros, cada respiração pesada, cada músculo tenso, mas havia também um traço de respeito em seu olhar, um reconhecimento silencioso de que Bianca não desistiria.
— Tente. — disse ele, a voz baixa, desafiadora.
Bianca sentiu uma onda de determinação crescer dentro dela. Respirou fundo, segurou firme o punho da porta e entrou no quarto, segurando Valentina nos braços. O choro da menina ao perceber a presença da mãe trouxe lágrimas aos olhos de Bianca, mas também um alívio intenso. Ela estava nos braços da mãe, segura, amada.
Fernando permaneceu na porta, o olhar intenso, como se medisse cada movimento dela. Cada gesto de Bianca, cada passo, era uma declaração de força e coragem. Paola ainda estava na sala, observando, o sorriso provocador jamais abandonando os lábios. Célia entrou no quarto logo em seguida, tentando transmitir calma, segurando a mão de Fernando por um instante, lembrando-o da importância de não ceder ao impulso, de pensar antes de agir.
Bianca, sentindo o peso de cada olhar, cada respiração, cada pensamento não dito, apertou Valentina contra o peito e disse com firmeza:
— Fernando, ela vai comigo. Nada do que você disser ou fizer vai mudar isso. Ela é minha filha, e eu não vou permitir que ninguém, nem mesmo você, me impeça de fazer isso.
O silêncio voltou a dominar o quarto. Cada coração batia com força, a tensão era quase palpável, como se o ar estivesse carregado de eletricidade. Fernando finalmente respirou fundo, os olhos suavizando apenas um pouco, mas a decisão dele estava clara: ele sabia que a batalha não era apenas física, mas emocional, e cada palavra, cada gesto, cada olhar, era um desafio silencioso entre eles.
Bianca respirava com dificuldade, o peito arfando pelo embate que acabara de travar com Fernando no quarto da filha. Valentina dormia, alheia à tempestade que se formava em torno dela, e por um instante Bianca agradeceu em silêncio que, apesar das vozes alteradas, a menina não tivesse acordado.
Mas Fernando não recuava. Estava ali, firme, como uma muralha, e quando pediu que ela deixasse a filha na cama, a voz dele saiu firme, carregada de um tom que não admitia contestação.
— Deixe a menina descansar. — disse ele, segurando o olhar dela.
— Mamãe, avise a Paola que ela pode ir para o estaleiro. Depois converso com ela.
Ao ouvir o nome, Bianca se virou imediatamente, os olhos faiscando de indignação.
— Como assim? — a voz dela saiu trêmula, carregada de ciúme.
— Ela ainda trabalha com você? Depois de tudo o que ela fez para nos separar?
Fernando manteve-se inabalável, encarando-a com frieza.
— Ela reconheceu o erro, Bianca. Me pediu perdão. E eu perdoei. — disse em tom grave
. — Além disso, meu pai pediu que eu não a demitisse. Paola foi noiva do meu irmão. Para ele, é como se fosse uma filha.
As palavras caíram sobre Bianca como pedras. O estômago dela se revirava só de imaginar Paola rondando Fernando, sorrindo com aquele ar debochado, com os cabelos molhados, como se tivesse acabado de sair do chuveiro ao lado dele.
Mas Bianca sabia que não estava ali para discutir Paola. Havia algo muito maior em jogo: sua filha. Engoliu em seco, preferindo se calar, embora por dentro queimasse de raiva.

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