Laura engoliu em seco, os olhos arregalados tentando absorver cada detalhe. Uma mulher completamente nua passou com a pele marcada por cintos de couro — não com dor, mas com orgulho. Outro casal se beijava com fervor encostado em uma parede acolchoada, o homem segurando os pulsos da mulher acima da cabeça, enquanto ela gemia baixinho, sorrindo.
— Meu Deus… — murmurou Laura, colada ao braço de Heitor, sentindo o estômago revirar entre medo e fascínio. — Isso é… real?
— Muito mais do que você imagina — sussurrou Heitor ao seu ouvido, a mão forte em sua cintura, guiando-a com firmeza pelo salão.
Ela sentia olhares a percorrendo, avaliando, medindo. Mas nenhum daqueles olhares era tão intenso quanto o de Heitor. Ele parecia diferente ali. Ainda mais no controle. Ainda mais perigoso. O ar ao redor dele pulsava com autoridade.
— Você está segura comigo — ele disse, a voz baixa e grave, roçando na sua nuca. — Ninguém aqui toca em você. A menos que eu permita. E eu não vou permitir.
Ela assentiu devagar, o coração batendo forte. Era tudo proibido, intenso, sensual… e seu corpo já respondia. A respiração acelerava. A pele arrepiava. Cada passo era como atravessar uma fronteira invisível — e ela sabia que, depois daquela noite, jamais seria a mesma.
— Heitor… — ela murmurou, ainda atônita. — Isso aqui… é tipo uma… seita?
Ele riu, suave.
— Não. É um templo. O templo do prazer… da entrega. E você vai ser minha de todas as formas possíveis aqui hoje , Laura .
Laura sentiu as pernas tremerem. Não de medo — mas de antecipação.
Laura seguia ao lado de Heitor por um corredor estreito, iluminado apenas por luzes vermelhas fracas e tochas eletrônicas que tremeluziam nas paredes de pedra escura. A cada passo, sons ganhavam intensidade. Gemidos, sussurros, estalos de chicotes... gritos — uns de dor, outros de puro prazer.
Ela se encolheu instintivamente, o peito apertado. O cheiro de couro e suor era mais forte ali, misturado com algo primal que a fazia estremecer. Quando dobraram uma curva, viu de relance uma mulher amarrada em uma cruz de madeira, com as costas marcadas e os olhos fechados em puro êxtase. Outro homem ajoelhado lambia os pés de uma dominadora de couro, olhos subjugados e devotos.
O pânico bateu de repente, como uma onda gelada quebrando contra o peito.
— Heitor… — ela sussurrou, estacando.
Ele virou o rosto para ela com as sobrancelhas erguidas.
— O que foi?
— Eu… eu quero ir embora. Agora. Por favor.
Por um instante, o olhar dele pareceu indecifrável. Então, um sorriso torto apareceu em seus lábios. Ele se aproximou devagar, como um predador prestes a atacar.
— Se é isso que você quer… — ele murmurou, a voz tão baixa quanto ameaçadora.
Heitor sorriu, satisfeito. Um sorriso perigoso.
— Boa escolha, minha menina obediente.
Ele soltou seus pulsos lentamente, mas suas mãos desceram pelo corpo dela com um toque firme e possessivo. O mundo lá fora deixava de existir. Ali, naquele templo do prazer e da dominação, Laura não era mais a mulher que controlava tudo. Ela estava nas mãos dele. E, pela primeira vez… desejava se perder por completo.
Heitor abriu a porta marcada por uma discreta placa de metal: Sala Vermelha 07. Um cheiro leve de couro e incenso pairava no ar, junto com uma música ambiente grave e envolvente. A iluminação era baixa, quente, quase avermelhada, como se as paredes respirassem desejo.
Laura entrou com passos hesitantes. O coração disparado, as mãos suando dentro da máscara de renda negra que cobria parte de seu rosto. Os olhos dela varreram o cômodo — e tudo parecia saído de um sonho perigoso. Ou de um pesadelo deliciosamente tentador.
Havia uma cama larga no centro, cercada por colunas de ferro. Correntes pendiam do teto. Na parede, uma coleção de acessórios cuidadosamente organizados: algemas, vendas, plumas, chicotes de diferentes tipos e comprimentos. Tapetes felpudos cobriam o chão, e uma cadeira de madeira escura com apoios para os braços parecia mais um trono do pecado.
Heitor trancou a porta atrás de si com um clique que soou como uma sentença. Ele se virou lentamente, os olhos famintos sobre ela.
— Tire o vestido — ordenou com voz baixa, firme.
Laura hesitou. O medo e o desejo lutavam dentro dela como fogo e gelo. Mas algo nos olhos dele — aquela segurança, aquela fome controlada — a fez se mover. Lentamente, seus dedos deslizaram pelo zíper. O vestido caiu, revelando sua lingerie preta rendada. Frágil demais para o lugar em que estavam.

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