Heitor então deslizou as mãos por sua cintura, subindo lentamente
até os seios fartos que ele tomou entre as palmas, massageando-os com delicadeza e desejo. Laura soltou um suspiro entrecortado, encostando-se nele, sentindo o calor, a firmeza, o controle.
Ele levou os lábios ao pescoço dela, mordiscando devagar, como se saboreasse cada reação.
— Ainda sinto o gosto da sua pele — confessou, com um sussurro que a fez arrepiar inteira.
— Ontem você foi minha em meu mundo . E não sei se estou pronto para devolver você ao mundo hoje.
Laura fechou os olhos, sentindo-se outra vez derreter. A tensão, o prazer contido, a ternura escondida por trás da dominação dele… tudo a confundia e ao mesmo tempo a atraía como um imã.
Laura recuou um passo, puxando o lençol contra o peito como se aquilo pudesse protegê-la não apenas da nudez, mas da intensidade de tudo o que sentia. O corpo ainda latejava com as lembranças da noite anterior, e os olhos de Heitor sobre ela pareciam reacender cada centímetro de desejo guardado sob a pele.
Mas ela sabia que se continuasse se permitindo, mais uma vez terminaria entregue àquele homem… e sua vida não podia — não devia — se resumir apenas a sexo, por mais intenso e prazeroso que fosse.
— Eu quero ir embora. — A voz dela soou firme, mesmo que o coração estivesse apertado. — Se você não puder me levar, eu pego um táxi.
Heitor franziu o cenho, confuso, cruzando os braços nus sobre o peito. Ainda nu, ele parecia uma estátua viva de força e desejo — mas era a frieza inesperada nas palavras dela que o atingia com mais força.
— Laura… o que está acontecendo? — perguntou, o tom mais calmo que irritado.
Ela respirou fundo. Não queria magoá-lo, mas também não podia continuar sem clareza.
— O que vivemos ontem foi… novo. Intenso. — Ela hesitou antes de continuar.
— E eu preciso de um tempo pra entender se é isso mesmo que eu quero. Não estou falando só do clube… mas de tudo. Da forma como você me toca, do jeito que me domina. Me fez sentir coisas incríveis… mas também me assustou. Me tirou do controle da minha própria cabeça.
Heitor a olhou por um momento longo, silencioso. Depois passou a mão pelos cabelos, se afastando para pegar um moletom jogado em uma poltrona próxima. Vesti-lo pareceu um ato simbólico: como se ele tentasse se vestir de contenção também.
— Eu entendo. — disse, com a voz mais baixa agora.
— Eu só quis te mostrar um lugar que eu gosto… que fazia parte da minha vida antes de você e que voltará da fazer quando o que há entre nós terminar . Mas você não precisa voltar lá se não quiser. Eu não vou te forçar a nada, Laura.
Ela o olhou, emocionada com a sinceridade nas palavras dele. Mas havia um medo sutil que ainda a corroía, uma insegurança que precisava ser dita.
— Mas você gosta daquilo. — disse com um fio de voz.
Depois de se vestirem em silêncio, ele não disse uma palavra. Apenas pegou as chaves sobre a cômoda, lançou-lhe um último olhar frio e indicou com um aceno de cabeça que era hora de ir. O clima que antes queimava entre eles agora estava gélido, pesado como chumbo.
No carro, a tensão era quase palpável. Ele mantinha os olhos fixos na estrada, os lábios cerrados, a mandíbula tensa. Ela arriscou alguns olhares em sua direção, buscando algum sinal, alguma rachadura naquela armadura repentina. Mas ele parecia blindado. Distante.
O ronco grave da Porsche cortava o silêncio incômodo, preenchendo o que eles não conseguiam – ou não queriam – dizer.
Ao chegar em frente ao prédio de alto padrão, ele não se deu ao trabalho de abrir a porta para ela. Estacionou, desceu, e já ia entrando quando percebeu que ela ainda não o seguia. Com um suspiro impaciente, se virou, lançando-lhe um olhar carregado de impaciência e algo mais que ela não conseguiu decifrar.
Para sua má sorte, Augusto não apenas a viu descer da luxuosa Porsche, como também estava parado bem na entrada do prédio, com o olhar fixo nela como se tivesse acabado de levar um soco no estômago.
— Laura...? — ele repetiu, incrédulo, descendo os degraus da portaria com passos lentos.
— Esse carro... é de quem? É com ele que você está agora?
Ela apertou os olhos, sentindo o cansaço da noite pesar em seus ombros. Não estava com cabeça para justificativas, explicações ou, muito menos, para lidar com as crises de ciúmes disfarçadas de preocupação de alguém que já não tinha mais lugar na sua vida.
— Você vai mesmo se calar? Vai fingir que eu não estou aqui? — Augusto insistiu, seguindo-a enquanto ela caminhava para dentro do prédio.

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